terça-feira, julho 17, 2007

A vida ficcionada ou a ficção vivida



O nosso convidado de hoje, Manuel Jorge Marmelo, vive de escrever: enquanto jornalista, sobre a vida como ela é, o mais objectivamente possível, com todas as derivas subjectivas que a interpretação pessoal dos factos acarreta (no seu blogue, muito a propósito, cita uma jornalista e escritora espanhola, de nome Maruja Torres: «Nunca fui objectiva, mas creio que a minha subjectividade é muito honesta»); enquanto escritor, sobre a vida como ela aparentemente não é mas podia muito bem ser. No seu último livro, Aonde o Vento me Levar (edição Campo das Letras, 2006), um personagem é mandado em viagem mundo afora com a missão de recolher impressões sobre tudo o que veja (e ouça e cheire e tacteie e saboreie – isto é uma chatice, um gajo refere um dos sentidos e tem logo que nomear os outros quatro, sob pena de ter os respectivos sindicatos à perna), de modo a dotar o narrador (um alter-ego do autor?) de material para o romance que este se propõe escrever.

A nossa conversa será à volta da vida: a realidade e a ficção de que ela é feita, de como factos inventados soam mais credíveis que os reais, de como a realidade pura e crua parece tantas vezes invenção; de como um jornalista, que é ao mesmo tempo escritor, se defende – ou tira partido – da constante tendência que as duas áreas têm para se contaminar mutuamente.

Via 800 25 33 33 e caixa de comentários do blogue, além das perguntas que queiram fazer ao Manuel Jorge Marmelo, contem-nos coincidências, acasos absurdos que de facto vos aconteceram – incidentes que cumpriram à risca a Lei de Murphy, por exemplo –; e factos ficcionados em livros onde, ao lê-los, vos apeteceu dizer «este sou eu», ou «isto aconteceu-me tal e qual». A partir das 19, com o inverosímil Fernando Alvim e a inacreditável Cátia Simão.

8 comentários:

Anónimo disse...

Olá Alvim, vou de férias, por isso podes ficar descansado nos próximos 15 dias que não te maço mais. Joseph Roth, um ganda jornalista austríaco, dos anos 30, dizia mais que a Maruja e o Marmelo: "A objectividade é uma patifaria". Como é que se pode ser objectivo numa reportagem sobre um grandecíssimo filho da mãe, não é? O que é que o teu convidado acha disso? Quanto aos seus livros, li As Mulheres Deviam Ter Livro de Instruções e recomendo vivamente. Este ainda não tenho. Portanto, peço-te que lhe dês um abraço meu e lhe digas que, se ele prometer que compra o meu, compro este "Aonde o amor me levar" e leio nas férias. Combinado? Até ao meu regresso, abraços Antonio Costa Santos

Unknown disse...

tenho um problema.
sou o melhor do mundo.
serei?
será ficção
será realidade?
ajudem-me...
esclareçam-me...
liguem-me...
914349894
(João, S.J.M.)

Marcelino Teles disse...

Alberto João Jardim, no seu melhor costuma chamar cubanos ao pessoal de Lisboa, Governo incluído. Será isto ficção ou realidade?
Uma realidade: Joe Berardo lançou um OPA (Oferta Pública de Aquisição)no S.L.Benfica!
Ficção: Pinto da Costa há varios anos a lançar OPA (Oferta Prostitutas a Árbitros)no F.C.Porto!

Anónimo disse...

eu tinha um professor que perguntava varias vezes: "o que é uma porta? alguém sabe o que é uma porta?".
liguem-me e dou-vos a conclusão da historia.
Joao, 914349894

Anónimo disse...

Para quem não gosta de Domingos eis um conselho: no inverno passar o dia todo de pijaminha a vegetar e no verão/primavera escolher um bom livro e ir até um belo parque ou jardim e simplesmente escolher um bom lugar soalheiro e deixar a nossa mente divagar por entre as paginas do livro! (a realidade)
É do belo! E foi para isso que os domingos foram inventados e não para andar no super a comparar preços de açucar!!!! (a ficção)

Bunny!

definitivo disse...

Boa noite, Alvim.

Começo já pelo princípio: agradece a esse senhor pelo facto de uma minha amiga (confesso, é um nadinha assim mais que amiga), cada vez que está com os "azeites" comigo, e depois de lançar uma catrafada de lamúrias para cima de mim, lá vem ela com a do costume: "pois é! bem diz o Jorge Marmelo que o amor é para os parvos! Que parva que eu sou!..."
Eu bem a tento contrariar "não és nada parva! deixa-te lá disso!", mas ainda pioro as coisas, pois ela percebe logo que estou a mentir e que só quero é pôr-me no piro.
Como vês, Alvim, já levo no coiro há muito tempo, por causa do "O Amor é Para os Parvos", que foi escrito por esse teu convidado que está aí!...
Posso processá-lo?....

Outras coisas:

- É possível um pai esquecer-se do filho de 4 anos, na mercearia?!...

- É possível um patrão - só para "meter conversa" - contar uma anedota sobre pretos, a duas irmãs de 14 e 16 anos, sendo elas... pretas! e, como não bastasse, logo no seu 1º dia de trabalho?!.....

- É possível combinar com a minha mãe ir almoçar um certo dia lá a casa e, afinal, ir almoçar... a casa da irmã?!....

- É possível, num grupo de amigos em amena cavaqueira, um tipo desse grupo - vendo um taxi a chegar e de onde sai uma "brasa" em mini-saia com pernas até ao pescoço - dizer "ena! que chavala!... olhem que pernas!..." e depois descobrir que o namorado da gaja também estava no grupo?!....

É preciso mais?... Não tenho tempo. Tenho quir prá camioneta.

Abraço.

PS: se pensam que o tipo de que falo ali acima, sou eu.... acertaram.

Anónimo disse...

de mim nao queres saber!!! mau!
vou suicidar-me
Joao Marques, Sao Joao da Madeira

antidote disse...

nao desgostei deste artigo, embora tenha que comentar logo a primeira linha. O poliamor transcende a ideia de casais. o poliamor é a substituicao do "mandamento" da monogamia pelo "mandamento" da honestidade e da transparencia. e sim, isso pode ser valido numa relacao tipo casal, que passa a ficar disponivel para novos conhecimentos romanticos, ou para transpor a ideia de casal para novas geometrias mais complicadas. eu por exemplo vivo num trio com umas pontinhas viradas para fora. nao posso dizer correctamente que qualquer de nós seja um casal. por outras palavras, tenho dois parceiros primarios (um homem e uma mulher) e outras pessoas tb importantes na minha vida, embora com um degrau de prioridade abaixo.

desejo que o programa aborde o tema com seriedade, ha muitos de nós (poliamorosos) por aí.