segunda-feira, abril 30, 2007

E tudo o Evento levou



Hoje vamos ser diferentes e falar - não, não é sexo - de Organização de Eventos. E para isso convidamos António Silva e Sousa e Linda Pereira, dois dos responsáveis pela ExpoEventos. E o que é a ExpoEventos? Lemos no site que é o evento dos eventos, «pelo conceito inovador e por uma dinâmica impar. Apoiada por uma vasta rede de parcerias, constitui um dos melhores exemplos nacionais de cooperação empresarial e associativa, sendo em Portugal o Evento de referência para a área MI (“Meeting Industry”). Há muito que este evento despertou o reconhecimento internacional, sendo citado nas principais Feiras e Fóruns Internacionais do Sector. A ExpoEventos consolidou-se como uma Feira profissional para profissionais, não esquecendo o público em geral, como potencial cliente

Também dentro do ExpoEventos deste ano (realizar-se-á em Setembro), acontecerá o Gest, que é, segundo lemos na nota de imprensa, «o Seminário de Gestão e Organização de Eventos com maior notoriedade, junto do publico profissional e estudantil, alguma vez realizado em Portugal. Será pela quarta edição consecutiva um encontro privilegiado para Directores de Marketing, Comunicação, Gestores de produtos, Responsáveis de Eventos afinarem a estratégia da sua Empresa no que respeita ao contacto com os seus públicos. Sob o tema geral: "Eventos e Experiências", o seminário apresentará um formato inovador. Será composto por 4 workshops, 4 grupos de trabalho onde o objectivo será o debate e formação sobre questões atinentes ao sector da Gestão e Organização de Eventos. Os participantes terão a possibilidade de tratar e aprofundar temas tão importantes como: Segurança em Eventos, Gestão de Qualidade nos Eventos, Gestão de Públicos, Sponsorship e Mecenato. O seminário aproveitará as sinergias decorrentes da realização da ExpoEventos, servindo de ponto de reflexão ao mercado de eventos em Portugal e à necessidade da profissionalização do mesmo.»

Se há uns anos o evento para promover, por exemplo, a remodelação do Talho César, a reabertura do Café Lara Li ou a inauguração da Retrosaria Fernanda na Vila Coisa e Tal se desenrascava com o barracão emprestado, duas dúzias de lâmpadas de 40w pintadas ora de amarelo ora de vermelho ora de azul, um acordeonista (na melhor das hipóteses com o upgrade de uma pandeireta nos joelhos e um pedal de bombo a marcar o ritmo), rissóis de carne e de peixe e vá lá que um ou dois generosos garrafões de tinto de boa estampa, hoje a actividade está altamente profissionalizada e é de uma importância extrema na promoção dos produtos, serviços ou o que quer que seja de uma empresa.

Convidamo-vos pois a contarem-nos a vossa experiência com os eventos, quer na óptica de meros frequentadores dos ditos cujos (coisas que mais apreciam, coisas de que não gostem mesmo nada), quer tenham uma actividade em que volta e meia necessitem de organizar um ou de contratar quem o faça. Já sabem: 800 25 33 33 ou caixa de comentários do blogue. A partir das 19, com Fernando Alvim e Cátia Simão.

sexta-feira, abril 27, 2007

Alcómicos Anónimos



Na Prova Oral de hoje estarão três dos Alcómicos Anónimos, Salvador Martinha, Rui Sinel Cordes e Alexandre Romão (do colectivo fazem ainda parte João Miranda e Zé Beirão) que nos próximos dias 3, 4 e 5 de Maio, vão repor, na nobre sala Jardins de Inverno do Teatro São Luís, a peça Matrioshka, segundo os próprios: «o tal espectáculo de luz e cor (mas sem mariquices) com hora e picos de comédia».

Breve sinopse da Matrioshka: «e se cinco humoristas se sentassem à mesa para escrever uma peça de sketch e stand up comedy? Não, isso já foi feito. E se tiver sido feito por esses mesmos humoristas? Ah, então assim está bem, mas já não é novidade! É, porque desta vez eles decidiram mostrar ao público o processo de criação da própria peça. E isso tem piada? Não, mas todos precisamos de comer.»

A Matrioshka já andou pelos palcos durante o ano passado e, se algum de vocês assistiu à peça, faça o favor de nos contar como foi, que impressões recolheu da experiência, se o ar condicionado funcionava a preceito, se a nádega estava bem sentada e se as bifanas da roulote-late-night-after-show do outro lado da rua eram de facto boas ou foi publicidade enganosa - podem usar o 800 25 33 33 ou caixa de comentários do blogue, como é da praxe (de resto, também aproveitaremos para saber as impressões dos próprios autores sobre essa temporada, perspectiva que é sempre interessante). Abordaremos igualmente, de uma maneira mais generalizada, o panorama humorístico português, o que distingue este colectivo de muitos outros humoristas no activo, em grupo ou a solo (que, felizmente, não há fome que não dê em fartura e se, há alguns anos, muito pouca gente se aventurava pela área do sketch e do stand up, hoje já há bastante escolha).

É a partir das 19, com Fernando Alvim e Marisa Jamaica.

quinta-feira, abril 26, 2007

A Prova Oral nos 13 anos da Antena 3



A Antena 3 faz hoje 13 aninhos, está uma adolescente toda gira e, para comemorar a data, vamos reunir uma mão cheia de amigos e amigas numa Prova Oral especialíssima, que irá para o ar hoje, excepcionalmente, a partir das 21:30.

Então vamos aos convidados que, como se costuma dizer, são mais que as mães: Quintino Aires, psicólogo (se bem se lembram, ainda há umas semaninhas cá esteve a apresentar o seu livro O amor é uma carta fechada); Carlos Amaral Dias, que praticamente dispensa apresentação, conhecidíssimo psicanalista, autor de livros como Freud para além de Freud e Costurando as linhas da psicopatologia borderland (que daria igualmente um óptimo nome para uma banda, por exemplo); Marta Crawford, sexóloga, conhecida do público sobretudo pelo seu ABSexo na TVI; Gimba, músico, ex Afonsinho do Condado e autor dos genéricos da Prova Oral; o legendary Paulo Furtado, músico dos Wraygunn; e ainda, para que não vos falte nada, o colectivo Gato Fedorento - sim, os quatro, a gataria completa.

Quanto à apresentação, também não deixamos a coisa por menos: Fernando Alvim, Cátia Simão, Marisa Jamaica e Rita Amado - todas, pela primeira vez, juntas na mesma emissão. É obra.

Mas a festa só estará completa se vocês aparecerem também, através do 800 25 33 33 e caixa de comentários do blogue, como de costume, para nos contarem a vossa experiência de ouvintes da Antena 3, o que mais vos marcou ao longo destes 13 anos, algum fetiche particular que tenham pela voz de algum apresentador ou apresentadora, programas preferidos, coisas que acham estar a mais ou das quais sentem falta - e todas as perguntas que vos apeteçam fazer a qualquer um dos convidados.

Os ingredientes são, portanto, estes; a partir das 21:30 vamos começar a misturá-los - e ninguém sabe muito bem o que daqui vai sair. Mas é esse o gozo.

quarta-feira, abril 25, 2007

A minha chaimite é melhor que a tua



«Daqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas: as Forças Armadas Portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas nas quais se devem conservar com a máxima calma. Esperamos, sinceramente, que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal, para o que apelamos para o bom-senso dos comandos das forças militarizadas, no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário só poderia conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo. Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica esperando a sua ocorrência aos hospitais a fim de prestar eventual colaboração que se deseja sinceramente desnecessária.»

Uma emissão dedicada ao 25 de Abril com um naipe de convidados de luxo: Odete Santos, Ricardo Araújo Pereira (que protagonizam aqui o seu primeiro encontro pós Dança Comigo), Paulo de Carvalho (conhecido, entre outras coisas, pela autoria do hino do PSD) e Gilda Nunes Barata (autora do livro «Onde é que vocês estava no 25 de Abril», editado pela Oficina do Livro). Mais palavras para quê?, é ouvir, senhores, é ouvir: a partir das 19, com Fernando Alvim.

terça-feira, abril 24, 2007

Rádio Rural



Hoje o compadre Fernando Alvim, com seu singelo fato-de-jardineira, chapéu de palha, verruga no nariz e sachinho das batatas na mão, mais a bela camponesa Cátia Simão, exuberante no seu saia-casaco verde de motivos florais, sinal peludo na face direita e pau ao ombro com o saco do farnel atado na ponta, vão aos campos para saber novas das sementeiras, notícias das colheitas, apreciar o andamento das regas e comungar das práticas alegres dos moços e das moças saudáveis por esses palheiros adentro: a conversa vai ser à volta do Ovibeja e de um evento dentro deste evento chamado 24 horas de agricultura. E os nossos convidados serão Claudino Matos (agricultor, membro da organização do Ovibeja) e Alexandre Real (por parte do «24 horas de agricultura»).

A Ovibeja praticamente dispensa apresentações: realizar-se-á entre 28 de Abril e 6 de Maio, vai já na 24º edição, é organizada pela «Associação de Criadores de Ovinos do Sul» e todos os anos recebe cerca de trezentos mil visitantes - é que para além de ser um palco privilegiado para a mostra de produtos e troca de experiências dos profissionais do sector, conta sempre com bastante animação musical (este ano, por exemplo, estão agendados concertos dos «The Gift», da Viviane, do Tony Carreira, dos «X-Wife», dos «Mind da Gap», dos «Fingertips» e dos «Pólo Norte»). Quanto às «24 horas de agricultura», lemos na nota de imprensa:

«As "24 horas de agricultura são um jogo com carácter de simulacro/formação em agropecuária e florestal, que pretende evidenciar as aptidões técnicas e de funcionamento em equipa dos participantes, além de testar tanto a sua destreza física como intelectual, ao pôr à prova os conhecimentos práticos mais comuns nesta área funcional . O objectivo do jogo consiste na simulação ininterrupta durante 24 horas de situações na área científica e operacional da agricultura. Os participantes serão submetidos a diversos testes e terão de ultrapassar inúmeras provas e obstáculos durante as 24 horas de prova, testando tanto as suas capacidades físicas como intelectuais, numa jornada formativa sem precedentes. A vertente competitiva desta acção irá estimular o aparecimento e aperfeiçoamento de competências técnicas e de trabalho de equipa ao nível da gestão agrícola, decorrentes das situações críticas a que os participantes serão submetidos. Esta iniciativa tem também como objectivo fomentar nos participantes um espírito crítico, indagador e polivalente, pretendendo-se então que os participantes adquiram uma visão global da agricultura, tomando consciência das mais variadas forças de pressão e envolventes que com ela interagem. O evento formativo destina-se a estudantes das áreas das Ciências Agrárias, a profissionais do sector e jovens empresários agrícolas com menos de 40 anos, que deverão dar resposta aos desafios das áreas técnico-científicas da agro-pecuária e florestas num mercado simulado.»

Além de aspectos gerais do Ovibeja, iremos também falar, dado o carácter formativo do «24 horas de agricultura», do ensino desta actividade em Portugal; se a formação dos profissionais é hoje mais sólida e abrangente e, sobretudo, se há mais jovens a pensar na actividade agrícola como uma opção, não só profissional, mas de vida - isto tendo em conta a fama de muito trabalho e muita incerteza que ela tem colada a si.

Via 800 25 33 33 ou caixa de comentários do blogue, falem-nos também vocês da Ovibeja, caso já tenham visitado a feira, e, se nos estiver a ouvir algum jovem agricultor, que nos dê conta da sua lida, das suas satisfações e inquietações; dos seus regozijos e das suas queixas. A partir das 19 (o Fernando Alvim correndo campo afora à frente de um touro zangado que não o reconheceu da televisão).

segunda-feira, abril 23, 2007

Dia Mundial do Livro


Excerto de um documentário sobre García Márquez. Está em castelhano, mas com jeitinho percebe-se o que dizem. Se procurarem, no youtube há mais excertos. Vale a pena.

Hoje é o Dia Mundial do Livro. Entre muitas iniciativas por esse país fora, a Casa Fernando Pessoa, por exemplo, está a organizar uns mega-saldos de livros a partir de 1 euro e descontos que podem ir até aos 80% (em tempo de crise, sabe muito bem); também em Lisboa, a Rua Augusta, durante este período e até ao fim de Maio, vai mudar de nome e passar a chamar-se «Rua do Livro». E a Prova Oral, querendo meter-se - e muito bem - ao barulho, convidou para a emissão de hoje uma escritora de mão cheia, Luísa Costa Gomes, autora de, entre outros livros, «A Pirata» (editorial Dom Quixote, 2006) e «Educação para a tristeza» (Presença, 1999).

Vamos, então, falar de livros. Primeiro, e aproveitando a presença da nossa convidada, vamos saber como escreve, que vícios, hábitos, rotinas lhe acompanham a escrita, de como as histórias vêm ter consigo e como se desenvolvem no papel (ou no monitor do computador). E do ponto de vista de todos nós e vocês que nos ouvem, leitores, queremos que nos digam dos livros que mais vos marcaram, que nos transcrevam inclusive, na caixa de comentários do blogue - ou recitem pelo 800 25 33 33 -, parágrafos ou meras frases lidas que vos não largaram mais a memória; falem-nos de personagens por quem desenvolveram alguma paixão ou mesmo desamor visceral; dos sítios onde preferem ler; das livrarias mais charmosas onde entraram, cá ou lá fora, durante alguma viagem; dos títulos mais estapafúrdios com que se depararam (tomem como exemplo estes, que Pedro Mexia postou no seu blogue; o meu preferido dessa lista é o «How to Shit in the Woods, an Environmentally Sound Approach to a Lost Art»). E já agora, façam de repórteres da Antena 3 e dêem-nos conta de iniciativas que estejam a decorrer para os vossos lados, a propósito do Dia Mundial do Livro.

A partir das 19, com Fernando Alvim e Rita Amado. E em jeito de delicado fade out desta estrada de blogue, deixo-vos «Um adeus português», de Alexandre O'Neill, um dos mais belos - dizem as boas línguas - poemas de amor escrito em português.


UM ADEUS PORTUGUÊS

Nos teus olhos altamente perigosos
vigora ainda o mais rigoroso amor
a luz de ombros puros e a sombra
de uma angústia já purificada

Não tu não podias ficar presa comigo
à roda em que apodreço
apodrecemos
a esta pata ensanguentada que vacila
quase medita
e avança mugindo pelo túnel
de uma velha dor

Não podias ficar nesta cadeira
onde passo o dia burocrático
o dia-a-dia da miséria
que sobe aos olhos vem às mãos
aos sorrisos
ao amor mal soletrado
à estupidez ao desespero sem boca
ao medo perfilado
à alegria sonâmbula à vírgula maníaca
do modo funcionário de viver

Não podias ficar nesta cama comigo
em trânsito mortal até ao dia sórdido
canino
policial
até ao dia que não vem da promessa
puríssima da madrugada
mas da miséria de uma noite gerada
por um dia igual

Não podias ficar presa comigo
à pequena dor que cada um de nós
traz docemente pela mão
a esta pequena dor à portuguesa
tão mansa quase vegetal

Não tu não mereces esta cidade não mereces
esta roda de náusea em que giramos
até à idiotia
esta pequena morte
e o seu minucioso e porco ritual
esta nossa razão absurda de ser

Não tu és da cidade aventureira
da cidade onde o amor encontra as suas ruas
e o cemitério ardente
da sua morte
tu és da cidade onde vives por um fio
de puro acaso
onde morres ou vives não de asfixia
mas às mãos de uma aventura de um comércio puro
sem a moeda falsa do bem e do mal

*

Nesta curva tão terna e lancinante
que vai ser que já é o teu desaparecimento
digo-te adeus
e como um adolescente
tropeço de ternura
por ti.


(Alexandre O'Neill, Poesias Completas, Assírio & Alvim, 2005)

sexta-feira, abril 20, 2007

Inovar.te



A Inovar.te é a primeira revista sobre inovação lançada em Portugal. É detida pela Incentor, uma start-up de Aveiro, e o seu primeiro número foi para as bancas em Outubro de 2006. A ideia surgiu no seio do innov8, um clube de inovação criado no final de 2004 por oito alunos do Mestrado em Gestão da Inovação e do Conhecimento do Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial da Universidade de Aveiro, e o objectivo é envolver universitários, especialistas, empresários e sociedade civil numa dinâmica de disseminação da inovação como princípio orientador das organizações.

Lemos no site: «Arrumar as peúgas sempre da mesma forma e na mesma gaveta, mexer a sopa sempre para o mesmo lado, adormecer à sombra dos louros ou gozar confortavelmente o status adquirido são condutas legítimas, humanas e algumas, pela sua tendência para a estabilidade, conduzem mesmo ao sucesso. Mas terá de ser só assim? Risco, incerteza, fracasso, tentativa-e-erro, ou enveredar pelo desconhecido, não serão pressupostos igualmente válidos? É com a convicção de que não existem receitas mas sim diversas combinações, que se assume a Inovar.te, a Primeira Revista de Inovação, desenvolvida por aqueles que investigam, trabalham e decidem no mundo da inovação e por todos aqueles que são intrinsecamente inovadores. Dirigida para todos.»

Em estúdio vamos ter Vasco Sousa (Revista Inovar.te) e André Sousa (Canal Up) para nos contarem, então, como reagem os portugueses à palavra inovação; se ainda desatam a coçar-se desenfreadamente ao ouvi-la, a acusar alergias várias, a disparar sequências intermináveis de espirros e vade retros, a requisitar mezinhas aos videntes - ou se, pelo contrário, as mentalidades realmente mudaram e as décadas de governação do Grande Português, com todo o seu culto de cinzentismo, da não mudança, do emprego para a vida toda, do desejo imenso por um quotidiano imutável e certinho, ficaram definitivamente para trás. O que é que já foi feito, e o que é que falta fazer? - e o que podem iniciativas como a Inovar.te fazer por todos nós.

Digam-nos também vocês aí em casa do valor que dão à inovação nas vossas respectivas áreas, como lidam com o ambiente profissional de mudança constante a que estão sujeitos - se inovam com prazer, ou ainda vos bate aquela nostalgia da paz dos antigamentes. O que não muda é o número de telefone, 800 25 33 33. Já o Fernando Alvim e a Marisa Jamaica, são novos todos os dias - mas só a partir das 19.

quinta-feira, abril 19, 2007

Assistência informática ao domicílio


O Capitão Kirk, anunciando o VIC 20

Embora infodependentes, a maioria de nós não tem um conhecimento sequer razoável, para lá da estrita óptica do utilizador, sobre o que se passa dentro do nosso pequeno e electrónico amigo; desenrascamo-nos, sim, instalamos os programitas da praxe, de facto, mas basta algum conflito interior mais picuinhas - e os computadores estão cheios de conflitos interiores picuinhas, depressões ou euforias súbitas (temperamento binário é no que dá) - e lá andamos à rasca à procura de algum amigo que tenha um primo que seja amigo do irmão do namorada do rapaz que percebe de informática; caso contrário teremos que levar o computador à proveniência e ficar um mês à espera que regresse, o que em certos casos pode ser - como dizia Artur Albarran - o drama, o horror.

O ideal era alguém que nos viesse a casa tratar do assunto, sem o ar enjoado dos burocratas deslocados e sem cobrar os olhos da cara pela visita (até porque os olhos da cara dão imenso jeito para ver o caminho e não chocar contra os postes); ou seja, o ideal era uma certa banalização do serviço de assistência ao domicílio. E se isso já acontece em grande parte do mundo dito civilizado, só agora começa a dar os primeiros passos em Portugal.

O programa de hoje vai, pois, ser dedicado a essa nobre profissão dos bombeiros informáticos. Vamos ter em estúdio três entendidos da área - André Dias, João Costa e Luís Martins -, que nos vão contar as histórias mirabolantes com que se deparam na sua lida diária de combatentes de fogachos virtuais; e vocês aí em casa também nos podem contar coisas absurdas que vos tenham acontecido com o computador, alguma aldrabice na reparação, alguma janela de aviso surrealista - tipo «paragem catastrófica» ou «o computador não reconhece o teclado, por favor digite qualquer tecla para prosseguir» - e por fim, e muito importante, podem colocar questões técnicas, dúvidas, que os nossos convidados estarão aqui também para demonstrar a sua eficácia (e hoje é à borla).

A partir das 19, com Fernando Alvim e Marisa Jamaica.

Amanhã iremos Inovar.te

quarta-feira, abril 18, 2007

A Noite dos PUBLIdevoradores



A Noite dos PUBLIdevoradores acontecerá nos próximos dias 20 e 21 de Abril no Grande Auditório do ISCTE. Muito bem; mas que raio é A Noite dos PUBLIdevoradores ?

É um espectáculo, já com vinte e seis anos de história em todo o mundo, onde que são exibidos mais de 500 filmes publicitários, provenientes de cerca de 47 países, incluindo Portugal, com o objectivo de homenagear a criatividade publicitária. As exibições serão feitas num ambiente de festa (até porque a coisa dura mais de cinco horas), com alguma da animação a cargo de DJ's convidados.

Vamos hoje falar deste evento - com a presença de dois responsáveis pelo evento, Ana Amaral e o Prof. Pedro Dionísio -, mas também de publicidade, de uma maneira geral. Falem-nos, contem-nos, por exemplo, do anúncio que mais vos marcou a infância, do que mais vos arrepiou, ou causou impacto ao ponto de não o conseguirem ver até ao fim; do pior anúncio que já vira, do mais cómico, do mais ridículo, do mais triste... enfim. Falem-nos do lugar da publicidade na vossa vida. A caixa de comentários estás generosamente aberta e o telefone é o 800 25 33 33 - a partir das 19, com Fernando Alvim e Cátia Simão.

Amanhã, levaremos o técnico aí a casa para tratar da saudinha ao vosso computador.

terça-feira, abril 17, 2007

Porque é que as mulheres gostam dos homens?



A nossa convidada de hoje é Helena Sacadura Cabral, é Economista de formação, já foi professora universitária nessa área, é também cronista na imprensa e na rádio. E ainda escreve livros. E é sobre o último livro que escreveu que vamos falar hoje: chama-se «Porque é que as mulheres gostam dos homens» e é editado pela Guerra e Paz. A nota de imprensa explica-nos porque vale a pena ler este livro:

«Porque ainda hoje são misteriosos os caminhos que levam uma determinada mulher a interessar-se por um determinado homem. Será apenas uma questão física, ou serão os comportamentos e a comunhão de gostos e interesses que comandam esse mútuo impulso?Com a sua experiência de vida e sensibilidade, a autora aponta rotas possíveis para a insondável fórmula da atracção e do amor, numa tentativa de perceber aquilo que as mulheres, especialmente as portuguesas, gostam nos homens. Não esquecendo, aliás, o levantamento sociológico, que a leva a interrogar-se sobre se haverá, de facto, um "novo homem" português, ou sobre se continuará a existir o eterno sonho feminino de uma viagem feita a dois. Um livro que vale a pena ler, porque fala de nós, de todos nós, homens e mulheres.»

E vocês aí em casa, como é? quais os misteriosos caminhos que vos levam a interessar por alguém, homem ou mulher? É uma só pergunta que dá pano para mangas: o 800 25 33 33 3 a caixa de comentários do blogue esperam as vossas considerações sobre o assunto. A partir das 19, com o Fernando Alvim e a Rita Amado.

Amanhã é dia de publidevorar.

segunda-feira, abril 16, 2007

A TLEBS



TLEBS quer dizer Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário e a proposta da sua renovação tem causado alguma polémica. Para dar um «cheirinho» da saga, a quem ande arredado dela, segue a transcrição de um artigo do Público de finais do ano passado, assinado por Bárbara Wong:

«A nova terminologia (TLEBS) procura actualizar os termos utilizados na gramática portuguesa. Desenvolvida por um grupo de linguistas das principais universidades do país, foi aprovada em 2004 e tenta uniformizar os termos gramaticais. Como explica José Esteves Rei, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, envolvido na primeira versão da TLEBS, o grande objectivo é fazer com que "os alunos usem todos a mesma terminologia ao abordar a língua".

A TLEBS também actualiza a gramática, que evoluiu desde 1967, e valoriza-a, explica Paulo Feytor Pinto, presidente da Associação de Professores de Português (APP). "O lado bom é que a introdução da TLEBS tem permitido que os professores invistam na gramática, que não tem sido muito ensinada", acrescenta o presidente da Associação Portuguesa de Linguística (APL), João Costa.

A TLEBS já é aplicada no ensino secundário e foi avaliada no último exame nacional de 12.º ano. Só o ano passado chegou ao básico através de uma generalização decidida pelo Ministério da Educação (ME), que já veio dizer que está disponível para repensar a experiência mais cedo do que o previsto. O PÚBLICO tentou confirmar esta informação, mas não obteve resposta.

Para os mais críticos, estas novas regras vão afastar os alunos do Português. Jorge Morais Barbosa, professor da Universidade de Coimbra, diz que os alunos "têm coisas mais importantes para aprender", como "ler e escrever bem e sem erros". "Devem deixar-se essas preciosidades para quem quer estudar linguística na universidade", opina. Também Álvaro Gomes, linguista da Universidade do Minho e autor de uma gramática onde introduz a TLEBS, prevê que os alunos tenham "graves problemas de aprendizagem".

Não é um programa
No início desta semana, José Saramago, Graça Moura, Prado Coelho, Maria Alzira Seixo e Jorge Morais Barbosa, entre outros, subscreveram um abaixo-assinado a pedir a suspensão imediata da aplicação da terminologia. A APL já fez chegar ao ministério uma carta, mas no sentido contrário.

Se a TLEBS for suspensa vai legitimar-se que fique tudo como está, justifica João Costa. "A TLEBS foi feita porque os programas não seguiam a nomenclatura que estava em vigor." João Costa admite que a terminologia "esteja a causar alguns problemas, mas é bom que os professores tenham que estudar e investir na gramática".

Os presidentes da APP e da APL dizem que "a TLEBS é uma terminologia e não um programa", ou seja, deve ser adequado a cada uma das idades. "A imagem que se está a passar é que os estudantes vão decorar e debitar palavras e não é isso que vai acontecer", assegura João Costa.

"A TLEBS não pode ser entendida como um receituário de termos para professores e alunos memorizarem e papaguearem nas aulas. Cabe aos professores o trabalho da transposição didáctica dos termos a usar em cada ciclo de ensino, no respeito dos programas em vigor", escreve no PÚBLICO Filomena Viegas, professora de Língua Portuguesa, responsável no ME pelo acompanhamento em linha da TLEBS.

Há cerca de um ano, o ME enviou orientações às editoras para incluir a TLEBS nos manuais. Uma decisão contestada pela APP, que alega que esta ainda está em fase de experimentação. "A função da editora é respeitar as regras definidas pela tutela. Se a TLEBS for suspensa, é isso que faremos", declara Paulo Gonçalves, da Porto Editora.

ALGUNS EXEMPLOS DO QUE MUDA

"O João ficou em segundo lugar"
"segundo" era um numeral ordinal; passa a ser um adjectivo numeral, porque qualifica em que posição o João ficou.

"Vem para aqui"
"aqui" era um advérbio de lugar; agora é um advérbio adjunto de lugar

"A cobra é bonita"
"cobra" era um substantivo comum, feminino do singular; muda para nome comum, concreto, contável, não humano, animado, epiceno do singular. Era errado chamar-lhe "feminino" porque há cobras macho e fêmeas, por isso é "epiceno"

"Ele não viu nenhum homem"
"nenhum" era um determinante indefinido; agora é um quantificador universal, porque exprime um todo.»

Da Nomenclatura Gramatical à nova terminologia

1927 Num congresso de professores do ensino secundário fala-se, pela primeira vez, numa terminologia gramatical uniformizada.

1967 É finalmente criada a Nomenclatura Gramatical Portuguesa. Depois de 1974 surgem novas correntes gramaticais nas universidades que acabam por chegar ao ensino básico e secundário. Há professores que mantêm a terminologia de 1967, mas outros adoptam os novos termos.

1993 A partir deste ano e até 1997 professores e investigadores procuram sensibilizar o Ministério da Educação para a necessidade de haver uma terminologia uniforme. Com a reforma do ensino básico e secundário, a tutela propõe-se a fazê-lo.

1997 São criados uma dezena de grupos de trabalho, de que fazem parte docentes do básico e do secundário que, sob a orientação de professores do ensino superior, discutem a nova terminologia. Mais tarde é criado um novo grupo, constituído por apenas 17 linguistas, que conclui o trabalho em Dezembro de 2002.

2004 Só a 24 de Dezembro, durante o Governo de Santana Lopes, é publicada a Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário (TLEBS) em Diário da República.

2005 A 8 de Novembro, a ministra Maria de Lurdes Rodrigues define que ainda nesse ano lectivo (2005/2006) a TLEBS seria adoptada no ensino básico como experiência pedagógica em algumas escolas do país. A experiência é generalizada "ao universo das escolas do ensino básico" um ano depois.

2008 No final do ano lectivo de 2007/2008 termina o período de três anos consecutivos de experiência pedagógica e a TLEBS entrará em vigor.»

Uma das vozes mais activas contra a nova TLBS, foi a de Francisco José Viegas, a partir do seu blogue. Aqui, a selecção de alguns textos dedicados ao assunto, com links para outros.

Poderão participar na conversa todos os que de alguma forma se interessem pela língua que falamos e escrevemos, especialmente encarregados de educação e professores. O telefone é o 800 25 33 33 e há também, como sempre, a caixa de comentários deste blogue. A partir das 19, com Fernando Alvim.

Amanhã, Helena Sacadura Cabral, virá explicar-nos porque é que as mulheres gostam de homens.

quinta-feira, abril 12, 2007

Sexta-feira 13


Um thriller indiano

Arredei a secretária para um canto porque estou com o pressentimento de que é hoje que o candeeiro do tecto vai cair - e ainda que não me caia em cima, veremos se conseguirei escrever este post até ao fim, uma vez que o computador anda há que tempos a preambular avarias (neste momento bato na madeira, três vezes, não vá o diabo tecê-las - logo o diabo que é um tecelão e pêras, sempre a fazer-nos casaquinhos incómodos). Proibi também o gato preto cá da casa (chama-se Engenheiro) de se cruzar comigo, mas o engraçadinho volta e meia aparece à entrada do escritório com um sorriso sarcástico estampado nos bigodes, ameaçando avançar; eu, de dedo em riste, advirto-o, «Engenheiro!, não!», enquanto ele se finge distraído: «Engenheiro!, quieto!» - e só pára mesmo mesmo quando lhe ameaço cortes radicais na ração (raios partam os gatos, devia era ter dado ouvidos à minha avó, que sempre me aconselhou um cágado ou um canário; mas qual quê, um tipo arma-se em rebelde e mete-se em azares).

É sexta-feira dia treze, sim senhor, e vamos falar de superstições. Estará connosco um senhor bruxo, Francisco Guerreiro, autor de «Os dias de um Bruxo» e «Orações e rituais para todos os problemas» (e aproveitem as consultas on-line «após transferência bancária, cheque ou vale postal no valor de 40€. Após boa cobrança, a consulta dura cerca de 1 hora»); igualmente em estúdio, a Dra. Maria Luísa Albuquerque, que é parapsicóloga; e, ao telefone, alguém que dispensa apresentações: o Professor Herrero, mágico, hipnotizador, faquir, estudioso (de parapsicologia cientifica), autor de livros como A Masoquista, que relata um caso real de uma paciente que tinha sido violada em criança e que, submetendo-se à hipnose durante um ano, regredindo várias vezes à infância, libertou-se das «correntes» que durante mais de vinte anos a isolaram; Os mortos não falam, que «escalpeliza» as curas espirituais e paranormais, exorcismos, lutas contra o diabo, o mistério de uma pedra da localidade de Lagoa, os fenómenos da parte oculta da mulher, etc.; Um cagalhão na tola, livro, segundo as palavras do autor, «social, que sugere a mudança para uma nova consciência» (a capa, que mostra o Professor Herrero com o dito cujo na cabeça, significa «pôr aquilo que consideramos lixo mental, fora do nosso cérebro, por analogia, com o que está a mais na massa cinzenta»). Além de todas estas actividades, de realçar a sua faceta de organizador do famoso «Jantar dos 13», cujos propósitos (bem como o sugestivo menu) podem ser apreciados aqui.


Quanto a vocês, para lá das perguntas que queiram fazer aos nossos convidados, contem-nos das vossas superstições, se há alguma coisa que absolutamente evitam num dia como o de hoje, se costumam ir à bruxa, se acreditam em fantasmas, espíritos, retomas económicas e democracia no Iraque.

Podem usar o 800 25 33 33, se a linha não cair, e a caixa de comentários do blogue, se o blogger não estiver em baixo para manutenção. Mas nem que chovam picaretas ou martelos pneumáticos, estarão cá, a partir das 19, o Fernando Alvim e a Rita Amado. E agora vou-me - a água ferve e a chaleira apita -, preparar uma infusão de Pau de Cabinda.

E por falar em coisas enguiçadas, segunda-feira o assunto será TLEBS (Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário). Isto, se pudermos vir na segunda-feira, que o fim de semana é longo e nunca se sabe.

Até que a voz me doa


As vozes dos Simpsons

Atenção, muita atenção, barítonos de chuveiro, contraltos de cozinha, sopranos de venda ambulante, tenores de fila de trânsito, baixos de engate, enfim: coristas da ópera da vida (bonita tirada), este é um programa para todos vós - antecipando o Dia Mundial da Voz, que será a 26 de Abril, vamos hoje falar dela com o Prof. Mário Andrea, reconhecidíssimo especialista na matéria.

Estaremos devidamente sensibilizados para a importância de cuidar da voz ao longo da vida?; quais os problemas mais comuns que levam uma pessoa a procurar um especialista da fala?; quais os erros quotidianos mais frequentes que podem, ao fim de uns anos, pôr em causa a saúde do nosso alegre linguajar?; que cuidados especiais devem ter os profissionais da voz, como cantores, locutores de rádio, taxistas e don Juan's?; que conselhos dá para uma voz ao estilo da do Tom Waits?

É falar, é falar - via 800 25 33 33 - ou escrever na caixa de comentários do blogue, que a gente falará por vocês, a partir das 19, com Fernando Alvim e Xana Alves.

Amanhã será sexta-feira dia 13 e vamos falar de superstições.

quarta-feira, abril 11, 2007

Manequins, Agências & Companhia



As temperaturas parecem enfim fazer justiça à Primavera, depois de termos andado estas semaninha a «rapar um frio do caraças», como diria o meu vizinho mecânico de motorizadas (não é bem «caraças» a expressão que ele usa, mas agora não me lembro exactamente qual é) - está pois na hora de dar descanso aos casacos, abrir o guarda-fatos e exclamar, enquanto se olha para os quarenta pares de calças e cento e as vinte e cinco t-shirts: «não tenho nada para vestir».

Por isso, vamos hoje falar de roupinhas; quer dizer, nem é bem de roupinhas, mas de moda, de uma maneira mais abrangente; ou por outra, falaremos de «Manequins, Agências & Companhia», livro editado pela Campo das Letras), cuja autora, Alexandra Macedo, estará hoje connosco.

Sobre o livro: «O principal objectivo deste livro é o de servir de orientação para quem agora pretende iniciar a sua carreira no mundo da moda. É de facto muito importante que os jovens saibam bem aquilo que, para além do sonho que muitas vezes ingenuamente acalentam, constitui a realidade de um mundo que, como todos os outros, tem inúmeros encantos mas também dificuldades específicas. Também por isso pretendo deixar aqui o meu testemunho da experiência que vivi neste meio. Parece-me muito importante descrever, ainda que brevemente, a evolução que a moda em geral viveu em Portugal, evolução a que eu assisti e em que, sobretudo, tive o privilégio de participar. De facto, acompanhei todo esse processo de crescimento, não como espectadora, mas com uma participação real e activa.»

Via 800 25 33 33 ou caixa de comentários do blogue para tudo o que deve saber para iniciar uma carreira no mundo da Moda e Publicidade em Portugal; as mulheres e os homens que mais se destacaram; as histórias dos profissionais que determinaram a evolução desta área; as situações divertidas vividas na primeira pessoa e por aí adiante.

A partir das 19. Hoje, imaginem, com Fernando Alvim e Sílvia Batista.

Amanhã, programa dedicado ao prodígio da voz, com o Professor Mário Andrea.

terça-feira, abril 10, 2007

Rui Reininho liricamente na Prova Oral



Após várias décadas de militância na GNR, Rui Reininho volta à carga (salvo seja), com dois livros. Um, chama-se «Sífilis Vesus Bílitis» e é a reedição pelas Quasi do seu único livro de poemas, editado há mais de vinte anos pela &Etc.. O outro, «Líricas Come On & Anas» (edição Palavra), reúne o melhor da obra de Rui Reininho dando igualmente a conhecer a sua biografia através de uma diversificada reprodução de fotografias e recortes de imprensa, ao jeito de colagem pop. Numa homenagem aos seus vinte cinco anos de carreira, Líricas Come On & Anas faz chegar ao grande público a emblemática poesia do vocalista da banda que ficará para a história - os GNR (este livro será apresentado por Alexandre Melo dia 11 de Abril, pelas 19h, na Casa Fernando Pessoa, por isso ainda vão a tempo).

Vamos falar destes livros, sobretudo do «Líricas Come On & Anas», e saber se há mais na manga; quer dizer: sendo evidente a veia lírica das letras das canções dos GNR, a qualidade geral da escrita, creio que muita gente esperou que Rui Reininho se aventurasse mais pelos caminhos da escrita: para quando um livro de poemas inéditos, ou de contos, ou um romance ou um ensaio ou o que quer que seja?; passará pelos planos do nosso convidado, agora que chegou aos cinquenta aninhos de existência (não parece, mas é verdade), trocar os holofotes de palco pelo candeeiro da secretária? - ou, antes pelo contrário, sente que há muito por fazer ainda nos GNR?; e que música ouve mais hoje em dia?; e o que lê (dicas para nos aguçar a curiosidade por novas leituras são sempre bem vindas)?

A partir das 19, perguntem e comentem - 800 25 33 33 e caixa de comentários do blogue -, hoje com Fernando Alvim (para variar) e a mesma Marta Macara de todos os dias.

Amanhã, Alexandra Macedo falar-nos-á de «Manequins, Agências & Companhia"».

segunda-feira, abril 09, 2007

A Lida de Marco Horácio



Marco Horácio nasceu numa obscura cidade alemã, em 1974, mas cedo regressou à claridade, à civilização: a uma Vieira de Leiria que nesses anos fervilhava de agitação intelectual nos cafés, tertúlias noite adentro discutindo Kant, Schopenhauer, Marx, a revolução e a fritura das enguias.

Frequentou o Curso de Teatro na Escola Superior de Teatro e Cinema. Em 1995, estreou-se na peça Não Há Nada Que Se Coma, no teatro A Barraca. A partir daí, foi um ver-se-te-avias de participações em mais peças, em filmes (O Meu Sósia e Eu, O Lampião da Estrela, Filme da Treta), em programas de televisão (Levanta-te e ri, Câmara Café, TV Bloopers, Manobras de Diversão), na criação de personagens, das quais destaco o seu alter-ego Rouxinol Faduncho, fadista ex-emigrante, disco d'oiro e esgotador de salas de concertos por este Portugal a eito (dizem até as más línguas que ele negociou com o diabo, que lhe queria ficar com a alma em troca de talento, mas Marco Horácio terá achado caro, propondo antes um rim, uma calvície precoce ou o pescoço; o diabo aceitou ficar com o pescoço).

Despachada a piadinha do pescoço, falta só acrescentar a este currículo o item que traz hoje Marco Horácio à Prova Oral, o seu livro Como tourear os espanhóis e sair em ombros, que a Esfera dos Livros acabou de editar. Diz a sinopse:

«Marco Horácio traça-lhe um retrato fiel do nosso inimigo espanhol e deixa-lhe conselhos que lhe podem salvar a vida! Tempos houve em que nós, os portugueses, éramos muito melhores que eles, os espanhóis. Ganhávamos grandes batalhas, jogos de hóquei em patins e 1 escudo valia 2 pesetas. Hoje amigos, a realidade é outra. Eles compram as nossas empresas, vêm cá passar férias, têm ordenados mais altos, são mais alegres que nós, dormem a sesta e insistem em não perceber o nosso português! Ora a estratégia de Marco Horácio é simples: SE NÃO CONSEGUE VENCÊ-LOS, GOZE COM ELES. E companheiros lusitanos, aprendam que os espanhóis são falsos amigos, basta ouvir a Língua deles e perceber que nasceram para nos enganar! Nunca, jamais, em tempo algum, diga palavras como embaraçar ou polvo…»

Aproveitemos então o tempo de antena para o exercício da milenar prática de dizer cobras e lagartos do vizinho (até porque estará também em estúdio uma representante do lado de lá da península, de nome Duli): estão todos convidados para, via 800 25 33 33 ou caixa de comentários do blogue, desdenhar os espanhóis, discorrer sobre as inúmeras coisas em que somos melhores que eles, como por exemplo na condução em contra-mão, na burocracia crónica, no desenrascanço e por aí adiante - sejam imaginativos, que isto de rir de nós próprios faz bem às rugas da alma e dói menos que tentar alisá-las com um ferro aquecido, vulgo de engomar. A partir das 19, com Fernando Alvim e Cátia Simão.

Amanhã, Rui Reininho virá falar, entre outras coisas, do seu livro «Líricas Come On & Anas».

sexta-feira, abril 06, 2007

A família



O Espaço Família existe desde 2003 e é um Gabinete Privado que tem como especial propósito ajudar todos os casais que se encontrem a viver uma Crise Familiar. Para isso, têm ao serviço uma equipa multidisciplinar de especialistas como Terapeutas Familiares, Juristas/Mediadores Familiares, Psicólogos Clínicos, Psicólogos Infantis, Psicólogos Educacionais, Médicos Psiquiatras, etc..

E para conversar connosco sobre a actividade deste Espaço Família, vamos ter hoje na Prova Oral Margarida Vieitez (Mediadora Familiar), Pedro Frazão (Terapeuta de Casal) e Pedro Martins (Psicoterapeuta).

Partindo da velha máxima «entre marido e mulher não se mete a colher» e do culto de um certo secretismo a respeito dos problemas familiares, que devem ser resolvidos entre as quatro paredes (às vezes de maneiras muito poucos éticas), como reagem os casais à proposta de ajuda exterior?; ou, dito doutra maneira, que dificuldades sente este Gabinete para chegar às famílias mais tradicionais, ou àquelas cujos membros têm menos escolaridade e informação?; e de que tipo de problemas se queixam mais frequentemente? - poderemos nós falar de um ou de uma série problemas típicos da «família portuguesa» dos dias de hoje?

O número familiar para questões e comentários é o 800 25 33 33. A caixa de comentários também gosta. E hoje o Fernando Alvim virá a solo, a partir das 19.

Segunda-feira vem cá o Marco Horácio.

quinta-feira, abril 05, 2007

Prova de Vida na Prova Oral



Pedro Mexia nasceu em 1972, é licenciado em direito, é poeta, cinéfilo, crítico literário e um dos bloggers mais activos e lidos da blogosfera portuguesa. E o mote para a conversa de hoje vai ser exactamente essa sua faceta blogosférica (largar o vício dos neologismos é difícil) e o livro «Prova de Vida» (edição Tinta da China) que reúne textos publicados ao longo dos últimos anos, sobretudo no seu Estado Civil.

É de lá, do Estado Civil, que transcrevemos: «Acaba de chegar às livrarias «Prova de Vida», mais uma intrujice de Pedro Mexia. Textos a pagar que estiveram disponíveis gratuitamente na net, bloguices adolescentes em forma «nobre» de livro, «diários» a prometer detalhes sexuais (tá bem abelha), um submarino simbólico pilotado por um gajo obeso e com um penteado discutível, e lá dentro uma escrita a que as editoras chamam «reflexiva, desconcertante e mordaz», quando é apenas deprimente, trivial e javardolas. A badana biobibliográfica mostra que Mexia, aos 34 anos, não fez nada na vida. A badana dos elogios reproduz um panegírico de um «Osvaldo Silvestre» (personagem obviamente inventada) que diz que a escrita de Mexia é «gnómica». Gnómica? Morde aqui a ver se eu deixo.»

O pretexto da conversa será esta «Prova de Vida», mas vamos à boleia dela falar também sobre a blogosfera de uma maneira geral, o que, na opinião de Pedro Mexia, trouxe ela de novo, se as pessoas passaram a ler mais, a informarem-se mais - ou apenas a opinar mais, mantendo-se a proverbial preguiça lusa de aprofundar os assuntos (isto tendo em conta tendo em conta a taxa baixíssima de leitores no nosso país - não só de livros, mas de jornais). Também iremos falar da pertinência de, tal como é dito no texto introdutório, vender textos que estiveram disponíveis gratuitamente na net: há transferência de leitores de um meio para o outro?; ou seja: quem lê os blogues é quem compra depois os respectivos livros?; e o que ganham ou perdem os textos quando, escritos a pensar no meio virtual, são passados para o papel? E, já agora, no meio da azáfama blogueira, para além dos trabalhos de crítica literária e de cinema, o lado de poeta não tem perdido espaço (o último livro de poemas de Pedro Mexia, «Vida Oculta», data de 2004)?

É na Prova Oral, hoje mesmo - 800 25 33 33, caixa de comentários do blogue -, a partir das 19, com Fernando Alvim e Xana Alves.

Amanhã vamos falar de Famílias.

terça-feira, abril 03, 2007

Homem Tribal vs Homem Máquina, segundo os Blasted Mechanism



Chegou às lojas no dia 19 do mês passado um novo álbum dos Blated Mechanism, chamado «Sound in Light». Na verdade não é só um, mas são dois álbuns, porque este primeiro traz incluído um link que dá acesso a um sítio virtual donde se pode downloadar (bonito neologismo; melhor que este só emailar) um outro chamado «Light in Sound» (o download inclui não só os ficheiros áudio, mas toda a parte gráfica que poderá ser posteriormente colada num vulgar CDR). Original, não?

E depois há a participação de vários convidados especiais, como: António Chainho, Rão Kyao, Macaco (SP), Transglobal Underground (UK), Nidi D'arac (IT), Gaia Beat(PT) e a Kumpania Algazarra (PT).

Lemos ainda, sobre este trabalho: «o poder do Som será revelado á humanidade no dia em que esta compreender o poder oculto nas palavras e apreender a utilizá-las de acordo com as leis evolutivas. Nesse poder, o som e o silêncio unificam-se transpondo assim a barreira do Ego liderando o Homem a níveis elevados de consciência. A Luz é o elemento essencial presente no centro de todas as partículas criadas. Ao manifestar-se conduz as criaturas ao seu verdadeiro destino, levando assim o ser humano a atingir tal compreensão da Luz , que passe a viver nela e através dela se expressar. Unite in Sound, Unite in Light, Unite the Tribes, são palavras de ordem para uma nova Era de ascensão, de união, de paz, e de respeito pela Terra, nave viva que nos transporta e abriga, qual grande mãe galáctica. O homem tornar-se-á mais subtil, a matéria será finalmente compreendida e a religião e a ciência serão diluídas na metafísica.»

Vamos pois ter cá hoje os Blasted, devidamente metamorfoseados (vocês não poderão ver, mas nós juramos a pés juntos que sim), para falar da sua já longa carreira, da sua visão do panorama actual da música feita por este Portugal do nosso coração e do nosso fígado afora (o item já se tornou um cliché, mas vale sempre a pena falar dele), do mercado, da crise de vendas agregada à partilha de mp3's, das expectativas acerca deste novo álbum e também dos argumentos das canções, as preocupações estéticas e éticas que os Blasted neles expressam: a ecologia, a natureza humana, o homem tribal vs o homem máquina – e tudo o mais que quiseram perguntar, como sabem, via 800 25 33 33 ou caixa de comentários do blogue. Hoje, com o Fernando Alvim, estará a Cátia Simão.

A partir das 19.

Amanhã, Pedro Mexia virá mostrar a sua «Prova de Vida».

A Liga dos Últimos



Para o caso improvável de alguém não saber do que falamos, quando falamos da «Liga dos Últimos»:

«A Liga dos Últimos já está em disputa na RTP N. Equipas de todo o país mostram o que valem, ou não, num programa que põe a classificação do país de pernas para o ar. Chicotadas Psicológicas, guarda-redes em crise, jogadores desesperados e clubes falidos animam o programa desportivo onde todos os que vão em último são as estrelas. A apresentação é de Álvaro Costa, com reportagens de Sérgio Sousa e Sónia Lacerda e comentários de Hêrnani Gonçalves e João Nuno Coelho. A produção é da Farol de Ideias.»

Pois é, hoje, então, a Prova Oral vai expor a coxa com a exuberância que se lhe conhece e, lentamente (podem imaginar uma música de cabaret) descer a liga – descer, descer, descer até cá abaixo, mesmo mesmo até ao fundo da tabela com a companhia de Álvaro Costa, Daniel Deusdado e Hêrnani Gonçalves, mais conhecido por Professor Bitaites.

Que balanço fazem estes protagonistas da temporada de «Liga dos Últimos», que já por cá anda há uns tempos, arregimentando simpatias e antipatias?; há um retrato típico do adepto das ligas de baixo?; que situações passadas no programa elegeriam como as mais surreais?; o que leva um jovem saudável e sem tendências suicidas a ser árbitro por esses campos pelados afora?

E porque dentro de cada um de nós, mais que treinador de bancada, há um comentador de café, aproveitem o tempo de antena para exibir os vossos dotes e teorizem praí com fartura os vossos quatros três quatros, três três quatros, quatros três três, chicotadas psicológicas, esféricos rolando pelo descampado afora, trincos (raio de nome), frangos Ronaldos de Freixo-de-espada-à-cinta, Rui Costas da Bidoeira, Mourinhos dos Marrazes, Figos da Figueira da Foz e o que mais vos passar pela cabeça – via 800 25 33 33 e caixa de comentários do blogue (ficou bonita a remodelação, não ficou?), a partir das 19, com Fernando Alvim e Marisa Jamaica.

Amanhã teremos por cá os Blasted Mechanism

segunda-feira, abril 02, 2007

As cartas que o amor joga


Billie Holiday numa canção de amor

Joaquim Quintino Aires é Psicólogo Clínico, exercendo nas áreas da Psicoterapia e Neuropsicologia, docente na Universidade Autónoma de Lisboa, comentador televisivo habitual sobre assuntos da sua área em programas tão diversos como o Fátima Lopes (SIC), Especial Informação (TVI), Elas em Marte (SICMulher) e acabou de lançar, pela ASA um livro chamado «O Amor é uma Carta Fechada». A sinopse:

«O Amor é uma Carta Fechada é um livro valioso que o ajudará a identificar os problemas e a questionar o que está a bloquear o amor na sua vida para assim deixar de viver com a dor, angústia e tristeza e perceber a vida amorosa tal como ela é, libertando-se de ilusões e receios. Porque o amor não é uma mera questão de sorte ou azar, mas uma questão do esforço que cada um de nós dedica a tentar alcançá-lo.

O amor é uma força misteriosa e dominadora, com um poder tão forte que é capaz de controlar até os nossos pensamentos e decisões mais importantes. Mas então porque não conseguimos entender de forma clara, o que é o amor? Ou, ainda mais difícil, como se consegue viver o amor? E o que o faz tornar-se algo tão vital como respirar e comer?

Com os anos de prática, o psicólogo Joaquim Quintino Aires extraiu de casos reais os exemplos que se descrevem neste livro para elaborar a lista das 10 regras a cumprir para alcançar um amor feliz. Muitas das questões abordadas são-nos familiares: são ideias preconcebidas, que carregamos inocentemente pela vida fora, mas que podem tornar-se num veneno fatal para a relação à medida que geram expectativas irrealizáveis, que alimentam a intolerância no dia-a-dia do casal, que reforçam o sentimento de que um ou o outro é sempre o culpado, ou ainda que a vergonha de partilhar o íntimo permite que o silêncio vá corroendo pela calada dos dias.»

Antes de mais, gostaríamos de saber a vossa definição de «amor feliz»? Será que ambicionamos todos o mesmo, ou o conceito varia de pessoa para pessoa, de casal para casal?; será o casamento benéfico ao amor ou, em vez disso, o seu carrasco? - ou ainda, por outras palavras, é suposto o amor resistir ao quotidiano partilhado entre dois amantes, com toda aquela procissão de atritos e implicâncias («não lavaste a louça da manhã», «lavei a do jantar, hoje era a tua vez», «vai mas é dar banho ao cão», «não admito que fales assim comigo», «assim como?, fui eu que lhe dei banho a última vez, andou a rebolar na relva e está todo sujo»)?; e serão os dias de hoje, em que, por um lado, somos mais informados e de certa forma mais livres, e, por outro, vivemos numa sociedade mais veloz, em transformação permanente, tantas vezes cultora do efémero, mais propícios ao amor?; como será o amor do século XXI? - uma espécie em vias de extinção?

Perguntas e mais perguntas, para fazerem, para arriscarem respostas e comentários, via 800 25 33 33, a partir das 19, com Fernando Alvim e Rita Amado.

Amanhã vamos descer na liga; descer descer até aos últimos.