quinta-feira, janeiro 31, 2008

Da Lua ao micro-ondas



Nuno Crato, além de todos os pergaminhos científicos que tem – é, por exemplo, professor de Matemática e Estatística e presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática –, é, acima de tudo, um grandessíssimo curioso. E, pior do que isso – que um mal nunca vem só –, trabalha no sentido incutir essa curiosidade em toda a gente, valha-me Deus. E do seu plano maquiavélico, faz parte o seu livro Passeio Aleatório pela ciência do dia-a-dia (edição Gradiva):

Diz a sinopse: «Este é um livro para curiosos escrito por um grande curioso. Um livro sobre a ciência que atravessa o nosso dia-a-dia, a ciência em que não reparamos ou que temos dificuldade em perceber. Com a clareza e a simplicidade a que nos vem habituando, mas também com o rigor de um profissional da ciência, Nuno Crato guia-nos pelo mundo fascinante da cultura científica, num passeio tanto mais interessante quanto aparentemente aleatório. Fica-se a saber como Tales mediu a altura da grande pirâmide e qual era o mistério das pontes de Königsberg. Fala-se da quadratura do círculo e das lentes dos faróis. Explica-se o contributo dos Descobrimentos para o sucesso do Tabasco. Discute-se o funcionamento do marégrafo de Cascais e de onde vem a tecnologia bluetooth. Explica-se o mito da maçã de Newton e a origem do sinal @. Este livro vai ser lido e conversado. Todos vamos aprender e todos nos vamos surpreender.»

Nuno Crato estará, então, hoje connosco para falar do fundamento científico do nosso quotidiano, das grandes formulações científicas que há por detrás das pequenas coisas – que os satélites girem à volta da terra, ainda vá, mas intriga-me particularmente porque diabo as claras batidas em castelo se seguram ao fundo da taça –, e opinar sobre a saúde da curiosidade dos portugueses em geral (como poderá ser espicaçada de forma a levar as pessoas a interrogarem-se mais sobre o que se passa à sua volta e a perceberem o prazer que é saber mais coisas?); e sobretudo da curiosidade da malta que entra para as universidades: se vivemos uma cultura em que o desejo de aprender foi suplantado pelo desejo de um mero canudo que nos dê estatuto social e acesso a uma profissão bem remunerada (que, de qualquer forma, nos dias que correm, é cada vez mais difícil de conseguir).

Quanto a vocês, olhem à vossa volta e interroguem-se: que misteriosos segredos guarda o micro-ondas?; em que macabras conspirações matuta o frigorífico quando, à noite, o deixamos só?; de quem é que o ferro de engomar se ri?; é por falta de educação que os asteróides passam nas imediações da Terra sem parar para beber um copo?; poderão, um dia, os esquentadores inteligentes dominar a mundo?

Perguntas e comentários para o 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue. A partir das 19, com Fernando Alvim e Rita Amado.

VENCEDORES LIVRO LINHA AVANÇADA

Ora já foi há umas largas semanas que tivemos connosco o José Nunes mas, os livros chegaram agora e pedimos aos vencedores (os quais vou citar já a seguir) que nos enviem um mail para provaoral@programas.rdp.pt a reclamarem o prémio com os dados (BI ou morada, caso não sejam de Lisboa)

Eis, então os vencedores...

- snowboarder3001
- Nortenho Filipe
- Cristiano Dias
- Manfio
- edu@rdo
- laparote
- roberto almeida


Reclamem o vosso livro!!!!

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Mulheres na Linha




Como prometido e atendendo ao constrangedor défice de participação feminina na Prova Oral, criamos já este ano, agorinha mesmo, a possibilidade de as mulheres estarem – Finalmente! - em par de igualdade com os homens, ao nível de intervenções telefónicas neste programa.


Mulheres na Linha, é um novo serviço em tudo semelhante à chamada internacional, facultando a possibilidade a todas as raparigas, mulheres, miúdas, enfim, a todas as pessoas do sexo feminino que queiram participar, a possibilidade de o fazerem, bastando para isso que nos enviem uma mensagem para: provaoral@programas.rdp.pt
com as seguintes informações:

Nome:
Contacto Telefónico:
Idade:
Profissão:
Email:
Observações que considerarem pertinentes:
Em que Tema ou Quando querem participar:
Medidas: ( pronto-não-é-preciso)

Após isto, a Prova Oral liga para o contacto que nos foi dado e depois de confirmados os dados, podem entrar no programa sem mais demora.

Todas se apaixonam por mim



Depois de sete anos de mau sexo condensados na hora de ontem, o nosso convidado de hoje, José Pinto Carneiro, ex-advogado e actualmente escritor e guionista, vem reclamar que Todas se apaixonam por mim, o seu mais recente livro, editado pela Guerra & Paz.

A sinopse: «Chega sempre a altura de um homem assentar. Há diversas formas de isso se fazer, mas Júlio optou pela mais complicada. Não tinha alternativa – consciente da importância do Amor na vida de qualquer um e aparentemente desprovido da capacidade de o conceder, só lhe restava capitalizar o que por ele nutriam todas as mulheres que conhece. É que todas se apaixonam por ele. Para não desapontar nem ser injusto para com nenhuma, resolve dar-lhes o que de mais precioso tem. A todas, em simultâneo. Ora, acontece que também chega sempre a altura de uma mulher assentar . E o nosso herói, não obstante passar o dia a pensar em mulheres, é dos que não as releva o suficiente para as tentar realmente perceber. Circunstância, está provado, susceptível de causar problemas e prejuízo. Esta é, assim, uma esfuziante história de coragem, arrojo, generosidade e parvoíce. Consta que é uma comédia. Coisa rara na literatura portuguesa.»

Duas palavras-chave: assentar e paixão. Serão compatíveis, tendo em conta que uma pede paz e a outra é tudo menos pacífica? Será, inclusive, o desejo de assentar uma espécie de chega-pra-lá ou vade retro (salvo seja) à paixão? E serão os tempos de hoje, com toda a avalanche de mudanças sazonais a que estamos sujeitos – a começar pelo mercado de trabalho: nunca sabemos onde vamos parar daqui a seis meses, por exemplo –, mais a pressão constante do imediatismo, do consumo rápido, fatais aos desejos de assentamento? Ou a coisa actua exactamente no sentido contrário?, quer dizer, fartinhos das incertezas desejamos cada vez mais um namoro feliz e certinho, sem grandes variedades, tirando as da televisão depois do telejornal?

Queremos saber o que pensam, que sigam a conversa, que façam perguntas e comentários, via 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue. A partir das 19, com Fernando Alvim e Cátia Simão.

terça-feira, janeiro 29, 2008

Já está?



A emissão de hoje é desaconselhada a pessoas facilmente impressionáveis, não pelo facto de irmos falar de sexo – aliás, coisa rara, e um dia não são dias –, mas porque vamos falar de mau sexo (o horror, o drama, a tragédia); e, ainda por cima, de sete anos – sete, senhores, sete – inteirinhos dele.

«7 Anos de Mau Sexo (edição Guerra & Paz) é um livro onde se reúnem crónicas sobre sexo e relacionamentos. Divertidas, picantes, irónicas, sem preconceitos, são alguns dos qualificativos para estas crónicas, ideais para mulheres jovens, modernas e de forte personalidade, e para os homens que as apreciam assim. O título brinca com uma frase que se usa habitualmente nos brindes entre amigos, que se pede sejam feitos “de copo erguido, olhos nos olhos e de pernas descruzadas” não vá acontecer a desgraça anunciada. Ao contrário, 7 Anos de Mau Sexo é o livro ideal para antecipar muitos e bons momentos de divertimento.»

A nossa convidada é Ana Anes, a autora do livro em questão, que irá falar-nos da génese destas crónicas, da sua visão dos relacionamentos – alheios ou próprios – que a inspiraram e, connosco, discutir teses e mitos sobre o que raio é afinal o bom e o mau sexo: se, por exemplo, é coisa que possa ser definida segundo parâmetros objectivos – com o cronómetro, a fita métrica e o contador de vezes ao lado da cama, do sofá, da banca da cozinha, no chão do elevador, na tenda de provas do pronto-a-vestir. Quanto a vocês, via 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue, para além das perguntas e comentários da praxe, digam-nos o que definem como mau sexo, ou se mau sexo é apenas o outro nome que se dá à abstinência.

A partir das 19, com os queixosos Fernando Alvim e Rita Amado.

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Eu & Tu, Lda




«Ao princípio surge o amor. Uma felicidade avassaladora que nos enche e nos faz crer que vai durar toda uma vida. Com o tempo surgem as incertezas, as angústias, as discussões, as acusações. O casal começa a afastar-se, a sofrer no silêncio, a deixar de comunicar e de expressar os seus sentimentos. Muitas vezes a única solução parece ser a separação. Como é que um amor que era para toda a vida acaba, assim, de repente? Será que a culpa é das mulheres que são demasiado complicadas? Ou dos homens que são tão simples? Será que todas as relações estão votadas ao fracasso? A psicóloga María Jesús Álava Reyes, autora dos best-sellers A Inutilidade do Sofrimento e A Arte de Arruinar a sua Própria Vida, mostra-nos, neste livro, que há relações pelas quais podemos e devemos lutar e outras, onde o desamor já se instalou, a que devemos pôr um ponto final. Com exemplos concretos e histórias reais que passaram pelas mãos desta psicóloga em mais de vinte e cinco anos de prática clínica, compreendemos os princípios psicológicos que regem certas condutas problemáticas e reacções imprevistas, bem como os meios para resolver as dificuldades quotidianas de uma relação. Por vezes entre o amor e o desamor só há um passo, o passo do tempo.»

Eis um resumo de Nem as mulheres são tão complicadas nem os homens tão simples (edição Esfera dos Livros), da psicóloga Maria Jesús Alava Reyes, que irá estar hoje connosco.

Será o amor inevitavelmente a espoleta de todas as nossas complicações, quer dizer, podemos ser muito simples, práticos, objectivos – pão pão, queijo queijo – até ao dia em que nos apaixonamos e aí a nossa vida enreda-se numa miríade de becos e vielas incertas onde amiúde nos perdemos (que imagem tão bonita)? Há amores fáceis? Será possível a uma relação navegar naturalmente oceano da vida afora (caramba, sou um poeta, deixem-me lá anotar a metáfora que é originalíssima) sem grandes complicações de remos, cordas, velas?; e sem a dada altura desatarem os dois a embirrar porque um jura que estibordo é para a esquerda, outro que é para a direita? Não seria mais sensato, ao invés, dedicarmo-nos ao aeromodelismo? Ou ao tiro ao prato? Ou ao chinquilho?

Amantes e desamantes, a emissão é vossa: perguntas e comentários via 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue, a partir das 19, com os amorosos Fernando Alvim e Cátia Simão.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

A arte de vir



Sexo a dois, sem dar conta do assunto a ninguém, é muito bonito, sim, muito agradável, é verdade, faz bem à circulação, de facto, convive-se imenso, deveras, fala-se de religião – oh, meu deus, oh meu deus –, encara-se a vida de forma mais afirmativa – oh sim, oh sim – e fazem-se metáforas lindíssimas com a fauna e a flora; mas quando há acessórios ao barulho, mais giro ainda é consultar quem sabe do assunto, apimentar a imaginação com experiências alheias, folhear os catálogos, ver a montra, e surpreendermo-nos deliciosamente como eternos principiantes: «isto é para quê?», «para meter onde?», «credo, tão comprido: e depois não sai pela boca?», «e quando se carrega no botão faz o quê?», «ah, e também bate claras em castelo?», «e se eu apertar aqui o que é que acontece?, ups, Augusto, tens lencinhos de papel?»

E são duas convidadas muito por dentro (salvo seja) deste universo fantástico dos acessórios eróticos, que vamos ter na Prova Oral, hoje transformada num autêntico consultório erótico (sublinho que consultório erótico e orgia são coisas diferentes). São elas Alexandra Campos Leal, consultora de Acessórios Eróticos, e Vânia Beliz, sexóloga e assessora (aqui, sublinho que ser assessora não é o mesmo que ser acessório) de uma empresa que comercializa os ditos cujos.

Vamos conversar sobre os hábitos de consumo erótico dos portugueses; se hoje já se entra mais à vontade dentro de uma sex shop, sem aquele medo de haver alguém conhecido à espreita atrás da palmeira de plástico do centro comercial; se ainda se cola o dístico de tarado ou excêntrico a qualquer pessoa que ouse sair da sex shop com um saquinho de compras na mão («Ai, dona Emília, ela que sempre me pareceu tão certinha, sai-me daquele antro com um saco enorme, sei lá com o quê e para meter pelo quê adentro»); se ainda se usa muito o artifício de comprar, por exemplo, uma boneca insuflável mandando embrulhar e dizendo a voz alta, com descontracção afectada, que «é para oferecer, é uma para uma despedida de solteiro»; e, já agora, que acessórios são mais apreciados.

Perguntas e comentários, eróticos ou não, via 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue. A partir das 19, com os vibrantes Fernando Alvim e Rita Amado.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Obesidade



«Resultante da acumulação excessiva de tecido gordo no corpo, a Obesidade encontra-se associada a factores de ordem diversa que envolvem a predisposição genética para o aumento de peso, uma alimentação rica em calorias e uma vida sedentária, sendo por isso uma doença multifactorial na sua génese. É dos principais factores de risco para o desenvolvimento de outras doenças que afectam a Saúde Pública, entre as quais se destacam a Hipertensão, Diabetes, Doença Coronária, Acidente Vascular Cerebral, Doença da Vesícula Biliar, Osteoartrite, Apneia do Sono, Problemas Respiratórios e alguns tipos de Cancro (do Endométrio, da Mama, da Próstata e do Cólon). Em Portugal, prevê-se que cerca de metade da população apresente excesso de peso. A prevalência da Obesidade é estimada em 13% para o sexo masculino e de 15% para o sexo feminino.»

Ok, barriguinhas acervejadas e afins; esta emissão é-vos dedicada: conversa com Pedro Teixeira, secretário geral da SPEO e responsável pelo programa P.E.S.O, e Marlene Silva, que é psicóloga e faz parte da Faculdade de Motricidade Humana. Vamos falar dos vários tipos de obesidade – que nem todos são mórbidos –: quando é que os quilinhos a mais são de facto preocupantes ou apenas percalços passageiros; sinais de alarme que nos devem levar a procurar aconselhamento médico ainda a tempo de um tratamento suave; em que casos podemos resolver o problema sozinhos e que dicas e truques há para isso; e, já agora, de uma vez por todas: a conhecidíssima malta do dístico «perca peso, pergunte-me como» apresenta realmente propostas interessantes, ou não vale a pena ir perguntar-lhes nada, a não ser as horas (ou um endereço, se estivermos perdidos)?

Perguntas e comentários via 800 25 33 ou caixa de mensagens do blogue. A partir das 19, com Fernando Alvim e Cátia Simão.

terça-feira, janeiro 22, 2008

Donas de casa inspiradas



Uma emissão doméstica e inspirada: hoje vamos falar da vanguarda estética de passar a ferro, do teatro dramático de picar cebola, da música minimalista repetitiva de uma máquina de lavar roupa rodando rodando rodanto – infinitamente (ai, agora comovi-me) – lençóis, pijamas e desirmanados pares de meias, do romance épico de esfregar alcatifas, da poesia concreta de sacudir tapetes – e sei lá que mais.

Vamos ter connosco as quatro vencedoras e um vencedor desta campanha, que recrutou, dentre centenas de donas e donos de casa de casa, os mais inspirados. São elas Ana Mendonça, Sandra Figueiredo, Dina Félix e Filipa Múrias; e é ele Bruno Pedro. Vão contar-nos tudo sobre a alegria da lida, de como projectam a alma no esfregão da loiça e vão com ela frigideira pós-refogado a fundo e mais além.

Domésticas e domésticos deste país: uni-vos e mostrai-nos – via 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue – como é suprema a arte de cuidar do lar; que, no fim de contas, Da Vinci só pintou a Gioconda porque não tinha jeito para temperar o lombo, que Homero escreveu a Ilíada para disfarçar a sua inabilidade na esfrega dos soalhos, que Stravinsky se dedicou à música para distrair a tristeza tenaz que lhe provocava não conseguir deixar os vidros a brilhar como a dona Idalina do segundo esquerdo. A partir das 19, com o prendado Fernando Alvim e a fada Rita Amado.

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Mocidade, mocidade



O mais recente vencedor – neste caso, vencedora – do Prémio Pessoa, estará connosco hoje. É a historiadora Irene Pimentel, que tem publicado vários livros sobre a nossa história mais ou menos recente, o último dos quais Mocidade Portuguesa Feminina, editado pela Esfera dos Livros. Vamos recuar no tempo:

«Em 1937, a Mocidade Portuguesa Feminina (MPF) nascia com o objectivo de criar a nova mulher portuguesa: boa esposa, boa mãe, boa doméstica, boa cristã, boa cidadã sempre pronta a contribuir para o Bem comum, mas sempre longe da intervenção política deixada aos homens. A historiadora Irene Flunser Pimentel traça-nos a história deste movimento, obrigatório para mulheres dos sete aos catorze anos, através do Boletim do MPF e mais tarde da revista Menina e Moça, veículos de transmissão dos valores e comportamentos ditados pelo regime salazarista. Ao folhearmos estas páginas, deparamo-nos com raparigas fardadas de bandeira em punho, lições de lavores e trabalhos manuais ou outros afazeres da vida doméstica, indicações sobre o fato de banho oficial com decote pouco generoso e saia não muito curta, lemos textos sobre a atitude a ter em casa com o marido, conselhos sobre livros fundamentais e outros proibidos aos olhos destas jovens e aprendemos as virtudes dos grandes heróis nacionais como D. Filipa de Lencastre ou o Santo Condestável.»

Antes de mais, será interessante saber o que atraiu a historiadora Irene Pimentel a estudar e a escrever sobre o Estado Novo (tem vários livros relativos a ele): serão esses períodos de privação de liberdade particularmente ricos em episódios e particularmente relevantes na compreensão da história de um país – mais que os períodos democráticos? E, voltando à Mocidade Portuguesa Feminina: basta ler a sinopse para ficarmos com um sorriso divertido nos lábios, julgar aquele tempo como anedótico e irreal, que hoje em dia seria impossível de instaurar... no entanto, não foi há tanto tempo assim, os nossos pais viveram parte da vida nele, os nossos avós a vida quase toda: viveremos ainda com resquícios dessas regras de comportamento e temendo a reprovação dos outros?; até que ponto a nossa sociedade actual é influenciada por esse passado?; e será assim tão impossível voltarmos a ser pressionados – e pressionantes – para modelos de comportamento ideias similares àqueles expostos na sinopse do livro?; a mulher ideal continua a ser, para muita gente, uma excelente dona de casa?; fumar, além de fazer mal, é feio?; não frequentar um ginásio e comer batatas fritas tornar-se-á, a breve trecho, para lá de pouco saudável, claro, também um comportamento social reprovável – e o prevaricador olhado de lado pelos seus conterrâneos?; e passaremos a ser saudáveis não por uma questão de saúde, mas de necessidade social?

Perguntas e comentários, episódios que viveram ou vos contaram desses tempos da mocidade (mocidade, porque fugiste de mim) via 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue. A partir das 19, com o moço Fernando Alvim e a moça Cátia Simão.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Amores desafinados



Começa assim o magnífico romance de Gabriel García Márquez, O Amor nos Tempos da Cólera: «Era inevitável: o cheiro das amêndoas amargas recordava-lhe sempre o destino dos amores contrariados». Este cheiro de amêndoas amargas refere-se ao cianeto defumado que, pelos vistos, naquelas paragens, era usual nos suicídios por amor (ou falta dele).

Não é preciso irmos tão longe, pronto, nem tanto ao mar nem tanto à terra; mas porque raio, porque carga de água, com o patrocínio de que santíssima entidade nos apaixonamos nós, volta e meia, coisa e tal, mais vezes que o desejado pela pessoa errada?, hum?

Foi sobre isso mesmo que a nossa convidada de hoje, a psicóloga clínica Ana Cardoso Oliveira se debruçou no seu mais recente livro Porque nos Apaixonamos pelas Pessoas Erradas? (a edição é da Gradiva).

Segundo a opinião de uma outra psicóloga, Maria João Fagundes, «neste livro, partindo de um mote tantas vezes escutado em contexto terapêutico, "porque me apaixono pelas pessoas erradas" somos desafiados a percorrer o caminho do desenvolvimento infantil à idade adulta pois é neste percurso que encontramos as respostas, quando as perguntas, certeiras, são feitas. Ao longo dos capítulos temos a liberdade de nos ir identificando com a criança ou com o adulto, com este medo ou com aquela ousadia. Somos pois diferentes personagens, diferentes actores em diferentes papéis. Tal como na vida. Numa linguagem acessível mas tecnicamente correcta, sem a necessidade do jargão psicológico, o Porque nos apaixonamos pelas pessoas erradas? será um bom instrumento de trabalho para técnicos de saúde mental, ou seres humanos confusos. Ou seja, para todos e qualquer um de nós».

Ok, caros «seres humanos confusos», todos vós, connosco incluídos, que disto das paixões modalidade tiro-ao-lado só se livram os frigoríficos, as arcas congeladoras e as máquinas de lavar roupa (se bem que já tive uma que chorou baba, ranho, detergente concentrado e solução anti-calcária por um ferro de engomar que ostensivamente a desdenhou): via 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue, elaborem teorias sobre a questão em causa (se acham que é uma inevitabilidade, se o mapa catastrófico da azelhice amorosa é coisa traçada logo em tenra idade e de cujo itinerário torto não nos livramos), partilhem connosco a vossa sina de desamados – ou façam-nos inveja, contradizendo-a com o exemplo de um amor feliz. A partir das 19, com Fernando Alvim e Rita Amado (um apelido muito a propósito para o tema de hoje).

quarta-feira, janeiro 16, 2008

O que é que lhe teledói?



Embora não haja notícia de teledoenças – qualquer coisa como «estou com uma gripe em Setúbal, dói-me o mantorras (vulgo joelho) em Freixo de Espada à Cinta, tenho uma otite em Vila do Conde, mas felizmente, aqui e agora, não me dói nada –, faz todo o sentido a existência da telemedicina.

Explica-nos o convidado de hoje, o neuroradioligista António Fernandes, coordenado de um projecto de telemedicina em actividade desde Julho de 2007, que o serviço «consiste no aconselhamento médico através de um sistema de videoconferência onde o utente é aconselhado em função das queixas apresentadas. Um ponto diferenciador do serviço de atendimento telefónico recentemente implementado é o facto do médico poder ver o utente» e que, além do mais, o serviço em causa «representa uma vantagem para os portugueses na medida em que facilita o acesso a informação médica, diagnósticos básicos e interpretação das prescrições. O rápido acesso a médicos de especialidade sem recorrer a hospitais e centros de saúde, minimizando ao máximo o tempo de espera e as sobrecargas dos serviços de saúde, são outras vantagens em destaque».

Que balanço se faz deste primeiro ano de actividade?; que tipo de público tem recorrido mais a este serviço?, um público mais jovem e familiarizado com as novas tecnologias, ou os mais idosos (e geralmente mais necessitados e mais massacrados com longas esperas nos centro de saúde) também têm alinhado?; pode ser feito com uma simples webcam a partir de casa, ou é preciso recorrer a um estabelecimento específico (como uma farmácia aderente ao serviço, por exemplo)?; o facto de o médico estar a ver o doente tem reais vantagem sobre a consulta telefónica?; e não há o risco de, caso a webcam do utente seja daquelas da loja dos trezentos que, volta e meia, mostre uma imagem amarelada, ou com pintinhas, o diagnóstico sair errado? (e, caso contrário, se a webcam for mesmo muito boa, com iluminação própria e sem arestas aguçadas, dá para fazer, por exemplo, uma exame à próstata com ela?) E quanto a vocês, já alguma vez recorreram a este tipo de consulta? Interessa-vos, ou são viciados na decoração mortiça das salas de espera e adeptos incondicionais das revistas cor-de-rosa espanholas com mais de dois anos, já para não falar nas palavras cruzadas que alguém deixou a meio?

Perguntas e comentários para o 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue (podem inclusive aproveitar para se queixarem dos bicos de papagaio, já que teremos um médico em estúdio), a partir das 19, com Fernando Alvim e Cátia Simão.

Clubbing Prova Oral

O Clubbing Prova Oral é uma moderna e eficaz forma de saberem antes o que todos saberão depois e pertencerem a um clube de pessoas que têm pelo menos uma coisa em comum: São ouvintes da Prova Oral.



E isto, antes de tudo, indicia que vocês são extraordinárias pessoas que eventualmente gostam de participar com regularidade e que davam tudo – por exemplo – para saber o tema com alguma antecedência, para poderem participar atempadamente no nosso blog ou para melhor se preparem para uma épica intervenção vossa –em directo – no programa.



Foi assim, a pensar nisso, que decidimos criar o Clubbing Prova Oral. E perguntarão vocês? Porquê Clubbing e não Clube? Ora deixem de ser metediços e percebam que clubbing – quer queiram ou não – nos transporta para um outro ambiente, para belas mulheres a dançarem em cima de balcões e homens de discreta elegância a olharem para o relógio, para logo a seguir, as fitarem de forma homicída.


O Clubbing Prova Oral serve pois para juntar e servir de catalizador a alguns dos nossos interesses e promete regularmente deixar-vos informados de tudo o que vai acontecendo no programa – fotografias em exclusivo, perguntas e respostas apenas e só para os membros, festas e encontros que possam ser agendados e um sem número de acções que regularmente vos serão comunicadas.

Pode não ser o fim do mundo, mas quem gosta do programa e o segue regularmente perceberá que há qualquer coisa boa que vos será reservada se decidirem pertencer.


Para isso, basta que enviem uma mensagem para: provaoral@programas.rdp.pt deixando aí as seguintes informações:

Nome
Idade
Profissão:
Email:
Observações que considerarem pertinentes:
Devem anexar fotografia

E era isto.


Bem vindos ao Clubbing da Prova Oral.

Clubbing Prova Oral








Clubbing Prova Oral


Não existam dúvidas que está a ser um inicio de ano absolutamente demolidor. Primeiro, com a criação da original rubrica “ Chamada Internacional” e agora com o “ Clubbing Prova Oral”. Duas ideias com um potencial enorme e farão de nós mais populares que o David Hasselhof.

Pois muito bem, ainda a propósito da “ Chamada Internacional” saibam que depois de Helsínquia e Nova Iorque, ainda esta semana regressaremos por duas vezes aos Estados Unidos, mas a cidades diferentes. À falta de foto do ouvinte de hoje, podemos ir adiantando um dos próximos. Trata-se de Landon Hemsley. E vive em Logan, Utah. A este propósito eis o que nos diz:

“Tenho 22 anos.
Sou um estudante na Universidade do Estado de Utah e trabalho com computadores e estou a estudar a ciência informática.Sou Sportinguista e tenho uma bandeira do Sporting mostrada com orgulho na minha janela.

Além daquilo, uma coisa importante que devem saber é que não nasci em Portugal - Nasci nos EUA, mas sei falar Portguês bem. Estou também, além da ciência informática, a estudar a língua portuguesa aqui. Tenho interesses no rádio, e é por assim dizer, um sonho meu ter um programa no rádio aqui na América (ou se calhar em Portugal ou outro País) depois de eu ganhar bilhões de dólares com a ciência informática. ;-)

Uma tema que frequentemente enfrentei enquanto em Portugal foi a tema do Bush. Muitos Portugueses (eu sei) não gostam nada do Bush. A única razão que menciono isso é por que tenho medo de que se me ligarem aqui, vou ter que defendê-lo. Não quero fazer isso. Não sou fã dele - votei por ele unicamente porque o alternativo achei bem pior.

Pronto - gostava muito de estar no vosso programa se quiserem"

E queremos. Embora sendo sportinguista, vamos esquecer isso e ligar-lhe para saber como anda.

A andar bem, está o Clubbing Prova Oral que foi também criado já esta semana e que se destina basicamente a reforçar a interacção entre os ouvintes e o programa, sem que isto nos leve forçosamente a fazer um pic nic ao ar livre em Monsanto. Estamos a pensar em coisas mais originais mas aceitamos sugestões. Para já ficam as fotos dos dois primeiros inscritos: Ana Marau e Bruno Maurício. Eis o que diz por exemplo o jovem do sexo masculino na parte das observações pertinentes:

“Observações que considero pertinentes: O alvim deveria ser aumentado, deveria ser feito um programa exclusivamente sobre a revista 365 e o que se passa com ela. já que a prova oral promove os livros dos outros autores á conversa com fernando alvim, porque não um programa com os cúmplices da revista em conversa com o seu director? nem precisa ser da revista, nem que seja só do livro "365, os primeiros anos". Irrita-me também o facto de as pessoas não saberem da existência deste programa. Para quando uma "gazeta prova oral"? em que nós pudéssemos participar, um DN jovem da actualidade?Em anexo deixo a minha fotografia, como pedido.Cumprimentos e bons programas, que a prova oral dure por muitos e longos anos”


Porque será que me parecem tão inteligentes e sábios estes comentários? Só por isto – e porque mostrou a cara - vai ser o elemento número 1 do Clubbing Prova Oral. A Ana será o número 2.


E pronto, era só isto. O texto do Clubbing Prova Oral está aqui ao lado direito deste blog e as fotos que acima mencionamos estão já a seguir. Bruno é o primeiro, o Landon é o segundo e a Ana, a terceira. obrigado a todos.

terça-feira, janeiro 15, 2008

Minha aldeia é todo o mundo



«Minha aldeia é todo o mundo. / Todo o mundo me pertence. / Aqui me encontro e confundo / com gente de todo o mundo / que a todo o mundo pertence.» Versos perfeitos, de António Gedeão para apresentar o tema de hoje: a aldeia global. O convidado é o jornalista Vasco Trigo, mais conhecido pelo trabalho que tem desenvolvido como coordenador do magazine televisivo de ciência e tecnologia de nome «2010».

Sobre a mesa de conversa estará, inevitavelmente a web, a ferramenta mais globalizadora de todas, a que, num espaço incrivelmente curto de evolução, nos tornou tão fácil contactar alguém do outro lado do mundo como o vizinho do andar de cima (que, de resto, ignora as vassouradas que dou no tecto a mandá-lo pôr a música mais baixo – e a coisa ainda acaba mal).

Acresce a isso – e também em consequência disso –, a mobilidade das pessoas: é trivial, hoje, por exemplo, um estudante universitário fazer uma temporada fora do país, quando, há uns anos, só uns poucos se aventuravam (já nem se pode chamar sequer uma aventura); o mesmo com o emprego, sobretudo o mais especializado (emigração esta, ressalvo, e sendo Portugal um país de emigrantes, com motivações e características algo diferentes da que se fez nos anos setenta).

Mas terá acompanhado a avalanche de informação a que, de repente, tivemos acesso, a nossa capacidade de a seleccionar?, a nossa capacidade de escolher o que de facto interessa em vez de ficarmos atolados num excesso (com muito lixo à mistura) que nos devora e inibe? Estaremos nós a tirar realmente partido da facilidade a fim de sermos pessoas mais informadas e mais ágeis no aproveitamento das novas oportunidades? E tornámo-nos, de facto, mais próximos uns dos outros ou mais distantes, menos humanos e mais virtuais? Qual o futuro da sociedade globalizada? Estarão as idiossincrasias regionais condenadas a diluir-se numa massa informe, incaracterística?

Convidamos todos os ouvintes a darem a sua opinião sobre o assunto, via 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue, e, caso sejam daqueles «vagabundos tecnológicos» ou culturais, que tenham estudado ou trabalhado fora, contem-nos a vossa experiência: em que é que isso vos enriqueceu e se encaram com a mesma naturalidade fazerem a vossa vida na terrinha ou no outro lado do mundo. A partir das 19, com Fernando Alvim e Rita Amado.

Chamada Internacional – A grande moda do momento!
























Não se fala de outra coisa nos corredores da Assembleia da República, nos balneários do Benfica, nas rusgas secretas da A.S.A.E. É a novo rubrica da prova oral que diariamente faz uma ligação internacional para um ouvinte deste extraordinário programa radiofónico. Nota-se muito que somos nós que estamos a escrever?

Adiante, já ontem, segunda feira, Joana Correia ficará para sempre na história deste programa ao ter sido a primeira portuguesa a inaugurar esta rubrica com uma chamada da Finlândia, mais propriamente de Helsínquia, onde está radicada desde Agosto ao abrigo do programa Erasmus. Joana ensinou-nos que na Finlândia, é usual existirem Saunas Mistas onde todos se despem sem qualquer pudor o que fez metade da equipa deste programa, entre os quais o belíssimo e sensual apresentador que agora vos escreve, a comprar um bilhete de viagem para este magnífico país. De resto, há uma palavra que já sabemos dizer – foi a Joana que ensinou – é precisamente “kiitos” e quer dizer Obrigado. Como se não bastasse, ouvinte inaugural perfeita envia-nos uma fotografia sua – é logo a primeira –e outras sobre este belíssimo país das saunas mistas.Já hoje, Terça-feira, a ligação será para Nova Iorque onde se espera chegarmos à conversa com Elizabete Duarte. 30 anos. Arquitecta. Há 3 a viver nesta cidade juntamente com o seu marido, igualmente com a mesma profissão e nacionalidade. Existe uma primeira foto, que será a última que anexamos a este post e que de resto foi retirado do seu blog. É este: eli-in-ny.blogspot.com.


Assim, enquanto a administração desta empresa não descobrir que estamos a fazer uma chamada internacional por dia, vamos percorrendo o mundo inteiro em busca de ouvintes que nos tragam histórias, fotos suas, do local onde estão e uma imensa vontade falar. Se tiverem amigos nesta situação não hesitem em promover junto a eles, a chamada internacional, a rubrica que há muito faltava à Prova Oral

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Tema Livre



E eis a primeira emissão de tema livre deste ano (estes simbolismos comovem-me sempre). O que têm vocês a dizer?, o que vos comove, o que vos preocupa, o que vos deixa nem sim nem não?

Compraram casa em Alcochete a preço antigo? Pensam vender entretanto? Aceitam-se sugestões para o nome do novo aeroporto (alguns exemplos circulam já aqui: gostamos particularmente de «Aeroporto da Ota em Alcochete», «Aeroporto Soraia Chaves» – sim, porque não dar um nome de avião a um aeroporto? –, «Aeroporto Allcochett-Jamais» e por aí adiante).

Podemos depois exercitar a nossa veia de treinadores de bancada e lançadores de bitaites, apostar no futuro de Paulo Bento, no destino de Mourinho e da sua cadela Leya, ir ao teatro, ao cinema, falar das melhores peças, dos melhores filmes, dos melhores concertos que viram no último ano, entrar na secção cor-de-rosa da actualidade a propósito dos boatos sobre a relação amorosa entre o presidente da Venezuela e a ex-modelo Noami Campbell – e que é feito da saudável tradição de primeiras damas que, respitosamente, não nos provocavam nenhum desassossego sensual e nos permitiam assistir às visitas de estado em paz?

Estes e outros assuntos, via 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue, até que nos doa a voz e a pontinha dos dedos, de tanto teclar: a partir das 19 com Fernando Alvim e Cátia Simão.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Prova Oral: Chamada Internacional




É a primeira grande novidade de 2008. Uma vez por semana, ou duas ou as que entendermos, ligaremos para um ouvinte que esteja ouvir a Prova Oral num outro país. Se estiverem nesta situação, tudo o que pedimos é nos seja enviado um email vosso com o titulo “Chamada Internacional”, indicando aí o vosso nome, idade, profissão e todas as observações que acharem pertinentes. Devem também enviar uma foto vossa. Ou do local onde estão. Ou as duas coisas.

Mas o mais importante é que nos seja dado o vosso número de telefone ( fixo ou móvel) com o respectivo indicativo internacional, para que não percamos tempo. À hora do programa, 19 horas em Portugal, faremos uma chamada para o mundo.

Tudo isto para: provaoral@programas.rdp.pt

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Falar sozinho



«O Autofalante conta a história de um homem desempregado que sofre uma crise de comunicação com o mundo e passa a falar sozinho. Fica tanto tempo isolado de tudo, sendo ele próprio a sua única companhia, que acaba por se aborrecer de si próprio. Não se suporta mais e já nem sozinho consegue falar. Discute consigo mesmo e resolve não voltar a falar com ele próprio. Absolutamente só, decide “procurar-se” para pedir a si mesmo que interceda por ele – que, entretanto, já se dividiu em duas pessoas. A partir de então, a sua personalidade divide-se em milhares dele mesmo. A aventura passa a ser a tentativa de organizar "todos" numa nova unidade de si mesmo.»

O actor único desta peça é Pedro Cardoso que, se bem se lembram, e a propósito da mesma, já esteve na Prova Oral. E hoje vai voltar: O Autofolante foi um sucesso tremendo e por isso será reposta (no Teatro Mundial, em Lisboa, entre 17 deste mês e 10 do próximo, pelas Produções Mandrake).

Vamos falar do que esta reposição tem de novo mas, sobretudo, discutir porque é que o público (tanto o português como o brasileiro) aderiu de forma tão pronta a uma, digamos, conversa de loucos (ou de louco, no singular, porque é só um, embora se desdobre em vários). Terá sido uma forma de escaparmos e de rirmos da nossa própria solidão? Andaremos todos, de facto, perdidos de nós mesmos no meio da azáfama quotidiana e o sucesso de peças assim é um sinal dos tempos que vivemos? Será o personagem que Paulo Cardoso interpreta, um retrato de muitos nós em certos dias difíceis (daqueles de alma menstruada)?

Creio que estará hoje a ouvir-nos muita gente que assistiu à primeira série de O Autofalante: gostaríamos muito que nos deixassem aqui (via 800 25 33 33 ou caixa de mensagens do blogue) a vossa impressão, de modo a não nos deixarem a falar sozinhos. É a partir das 19, com Fernando Alvim, Rita Amado e Cátia Simão.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Futebol & Companhia



Que a prática desportiva é importante na formação – física, emocional e etc. e tal – de qualquer indivíduo, ainda mais em idades precoces, todos sabemos ou, no mínimo, fazemos uma pequena ideia. E é essa importância que vamos esmiuçar hoje, apanhando boleia do torneio Danone Nations Cup que, segundo nos conta a nota de imprensa, é «mais do que um campeonato de futebol, é a oportunidade para crianças de todo o Mundo se encontrarem, conviverem e descobrirem outras crianças de países e culturas diferentes. Em Portugal, o DNC já movimentou mais de 13 mil crianças desde a sua primeira edição em 2003». Trata-se, especificamente, de «um torneiro de futebol de 9 em que podem participar todas as crianças nascidas entre 1 Janeiro de 1996 e 31 de Dezembro de 1997, devendo as inscrições serem feitas até 20 de Janeiro» (quem se quiser inscrever pode fazê-lo aqui).

À conversa connosco estarão João Barnabé, ex seleccionador nacional e ex treinador do Sporting Clube de Portugal (por extenso, com as letrinhas todas), e que é uma espécie de padrinho do torneio, Maria de Lourdes Galhoz, da organização do dito cujo, e Carlos Gomes, personal trainer: todos para nos convencerem a sair da cadeira e dar umas curvas – com uma bola nos pés ou não. Via 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue, contem-nos a vossa relação com o desporto, se o praticam regularmente, qual praticam, se fazem parte de alguma associação nesse sentido (usem o tempo de antena para nos convencerem de que a vossa modalidade é, sem sombra de dúvida, a melhor do mundo); ou lamentem-se por serem mais sedentários que o que gostariam (compreensivos e solidários como somos, choraremos todos no ombro uns dos outros).

A partir das 19, com os atléticos Fernando Alvim e Cátia Simão.

terça-feira, janeiro 08, 2008

Oriente Próximo



Alexandra Lucas Coelho é jornalista. Nasceu em 67, estudou teatro, licenciou-se em Ciências da Comunicação, trabalhou – e ainda trabalha – em rádio, e desde 1998 que faz parte da equipa do Público. Vai estar hoje connosco a propósito do seu livro Oriente Próximo, editado pela Relógio d’Água.

«Oriente Próximo é o resultado de uma experiência como jornalista em Israel e nos Territórios Palestinianos Ocupados em viagens a partir de 2002, e na temporada como correspondente do Público em 2005-2006. Os primeiros sete capítulos são inéditos e foram escritos entre Abril e Maio de 2007, a partir de viagens feitas expressamente para este livro, incluindo os campos de refugiados do Líbano. O prólogo e o epílogo foram acrescentados em Julho de 2007.»

Em relação ao conflito israelo-palestiniano parece que oscilamos quase todos entre ter uma opinião acalorada sobre o assunto, ou contemplá-lo apenas com um encolher de ombros, que aquilo é lá entre uns e outros, fica longe como o caraças e não tem nada a ver connosco. Mas tem, não tem? E quanto a quem opina, dar-se-á na maioria das vezes ao trabalho de procurar e digerir informação suficiente daquela encruzilhada de cultural, religiosa, histórica e etc.?

E ter uma opinião, assim, à distância, ou viver no local uma temporada, falar com as pessoas, olhá-las nos olhos, são coisas diferentes? As convicções e as dúvidas de Alexandra Lucas Coelho, por exemplo, terão mudado depois destas viagens? E haverá solução para o conflito, ou é uma daquelas doenças crónicas, que desde que se mantenha circunscrita, não há problema para o resto do mundo (ou seja, nós). E já está suficientemente mal ou pode piorar ainda?

Perguntas e comentários para o 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue. A partir das 19, com Fernando Alvim e Rita Amado.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Mediterraneo


Ana Laíns, uma das artistas que participam no Mediterraneo

Uma emissão mediterrânica a propósito do lançamento de Mediterraneo, uma obra composta por um livro – com fotografias e apontamentos sobre a história, a geografia, a cultura e o lazer do Mediterrâneo – e quatro cd’s recheadíssimos de canções, das tradicionais às modernas, de 23 países que pululam por essa região. Lemos na nota de apresentação deste trabalho:

«O Mediterrâneo é sem dúvida a região do mundo culturalmente mais prolífica que se ergue em torno das suas tradições seculares. Desde sempre tem sido uma incessante fonte de inspiração para inúmeros artistas e a terra natal de grandes movimentos culturais. Este trabalho consiste num livro a cores com 4 CD. O livro aborda temáticas tão diversas como a História; a Geografia humana e territorial; Clima, flora e a paisagem; Cultura gastronómica e musical; Turismo e lazer; inclui também informação detalhada sobre os Artistas. Ao longo do trabalho podemos ver espectaculares fotos da região. Nestes 4 CD com mais de 5 horas de duração, podemos afirmar que a música mediterrânica é tão rica como variada. Escutam-se: baladas, canções de embalar, música popular e folclórica, temas cinematográficos, fusões electrónicas e outras, sendo que as actuais tendências vão de encontro às fusões étnicas. Musicalmente assistimos à predominância de voz, instrumentos de cordas e percussão, ouvem-se também instrumentos de sopro e metais. Uma mistura de sonoridades com raízes tradicionais mas onde a modernidade impõe novos contornos num processo contínuo de renovação. Literalmente, uma viagem musical geográfica por 23 países da região, de Oeste para Este, Norte para Sul e de Este para Oeste, que começa em Portugal e acaba em Marrocos.»

Em estúdio, para falar do que distingue o grande caldeirão de culturas que pululam pela região mediterrânica, explicar-nos porque é tão rica assim, como se fez a selecção das canções que integram estes quatro cd’s e do o público que há para elas, teremos Samuel Lopes, da editora Som Livre (que edita este trabalho) e Xaile, um dos projectos musicais (neste caso, português) que o integram.

Quanto a vocês, via 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue, digam-nos do vosso interesse musical para lá das culturas dominantes, das línguas dominantes – aquela música que mais facilmente nos está à disposição em qualquer loja de cd’s ou estação de rádio; e contem-nos se a Internet, com todas as novas possibilidades de divulgação, veio de alguma forma alterar o vosso gosto, fazer-vos interessar por música que, doutra forma, só por um improvável acaso vos chegaria aos ouvidos.

É a partir das 19, com Fernando Alvim e Cátia Simão.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

707 2002 49



A Associação para o Planeamento da Família tem em funcionamento, há coisa de um ano, a Linha Opções, que visa dar informação e aconselhamento especializado sobre gravidez não desejada, interrupção voluntária da gravidez e acompanhamento contraceptivo; e promete que «seja qual for a situação, seja qual for a dúvida, seja qual for a opção, nós estamos aqui para ajudar. Sem preconceito e com confidencialidade». Já agora, acrescento que o telefone da Linha Opções é o 707 2002 49. A sua coordenadora é a psicóloga Elisabete Souto – e vai estar hoje connosco.

Aquietada a poeira acerca do ainda recente referendo da interrupção voluntária da gravidez, é hora de saber o que mudou, se as dúvidas mais frequentes de hoje são muito diferentes das de há uns anos, se há algum estrato social ou etário mais comum entre utentes da Linha Opções, se os esclarecimentos dados mudam algumas vezes as decisões previamente tomadas, se a contracepção é tendencialmente negligenciada – e todas as perguntas que quiserem perguntar, e todos os casos que quiserem relatar ou comentar. Hoje, por uma hora, a Linha Opções atenderá com o número 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue. A partir das 19, com o sempre prevenido Fernando Alvim.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Perca peso, pergunte-nos como



Agora que estão todos atestadinhos de ferreros rochês, moncheris, bolo rei, filhós, rabanadas, empadas várias, queijinhos, presuntinhos, vinhinhos, recheadíssimos perus e honestos bacalhaus, que tal falarmos de Estratégias para gerir o seu peso, um livro editado pela Caleidoscópio em Novembro último e assinado por Teresa Branco (coordenadora da Clínica Metabólica), e que estará hoje connosco.

Por onde deve começar a saga do controlo do peso quem quer, de facto, sentir-se um bocado mais leve sem ter que se mudar para um planeta de gravidade inferior (até porque na Lua, por exemplo, os preços das casas estão pela hora da morte)?; que erros mais crassos se devem evitar?; comer pouco nem sempre significa comer melhor, não é?; e quais os sintomas que nos dizem que a vontade de perder peso passou os limites da saúde e se tornou numa obsessão (isto antes da linha das nossas costelas aparecer perfeitamente desenhada sob a pele)?

Estas e outras perguntas e comentários via 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue. A partir das 19. Com Fernando Alvim e Cátia Simão.

terça-feira, janeiro 01, 2008

O que querem os portugueses?



«Desde 1989 que a APEME procura o “Porquê das Coisas”. Muitas das maiores marcas portuguesas e internacionais têm partilhado connosco a angústia e a alegria de entender o comportamento dos consumidores. Têm sido anos de mudanças intensas em quase todos os mercados e no conjunto da Sociedade – sem as metodologias qualitativas, constantemente apuradas, seria difícil a inteligibilidade do que está a acontecer. A APEME nasceu nesta atmosfera qualitativa e tem vindo a aprofundar as suas técnicas de captação da realidade dos consumidores – análises estatísticas sofisticadas, que beneficiam da nossa experiência interpretativa e estudos online, para acompanhar o consumidor na sua dimensão digital, constituem peças de uma mesma vontade: a de levar aos nossos clientes um quadro aprofundado e explicativo dos mercados em que actuam. Diz-se que um Estudo APEME tem a grande vantagem de ser muito claro e de trazer sempre insights perspicazes, que frequentemente geram oportunidades não identificadas anteriormente. Gostamos desta imagem de marca – dá trabalho fazer com que seja, de facto, assim. Mas é um trabalho que apetece, próprio de quem está muito vivo, de quem quer sempre aprender com a Realidade e as suas histórias de quem acredita que não há negócio sustentável sem perceber “o Porquê das Coisas”.»

Para discutirmos os gostos, os comportamentos, as idiossincrasias dos portuguesas – afinal o que querem eles?; ou, por outra, o que queremos nós todos? –, teremos, como convidados nesta primeira emissão de 2008 da Prova Oral, Carlos Liz, director da APEME, e Gonçalo Felix da Costa e Patrícia Castanheira, ambos das Produções Fictícias. A partir das 19, com Fernando Alvim.