segunda-feira, outubro 22, 2007

La Serena, um repertório afectivo



Creio que é consensual dizer-se – por muito que se embirre com as consensualidades – que Teresa Salgueiro é uma artista popular, no sentido mais bonito do termo: que agrada a muita gente, de diferentes faixas etárias e formação cultural, sem ceder ao popularucho.

Está de regresso aos discos com La Serena, lançado precisamente hoje, um álbum de canções escolhidas a dedo – e coração; uma espécie de repertório afectivo –, e recriadas pelo Lusitânia Ensemble para a sua voz.

Exemplos do que se pode encontrar em La Serena: O Namoro, do Fausto, o Leãozinho do Caetano Veloso, Amanhã, um clássico do Duo Ouro Negro, Velha Infância, dos Tribalistas, La Vie en Rose, da Edith Piaff – só para mencionar as mais conhecidas.

Estará hoje à conversa na Prova Oral, acompanhada de Jorge Gonçalves, violinista dos Lusitânia Ensemble, para nos falar destas canções todas, como as escolheu e como foram trabalhadas de modo a resultar num todo coerente.

Iremos também abordar o momento, de certa forma feliz, que alguma da música portuguesa atravessa em termos de internacionalização – e do facto de essa internacionalização estar a ser feita com artistas que cantam sobretudo em português (embora este álbum misture muitas línguas) e sobretudo ligados às raízes mais tradicionais, embora as recriem (tome-se como exemplo o percurso dos Madredeus, e a Mariza).

Perguntas, comentários e curiosidades via 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue: podem listar-nos o vosso próprio «repertório afectivo», as canções que vos marcaram ao longo da vida, e o que mais vos apetecer.

A partir das 19, com Fernando Alvim e Marisa Jamaica.

18 comentários:

Anónimo disse...

Desde já boa tarde.....O k tenho a dizer é muito simples, para além das bocas "indesejáveis" de pessoas "indesejáveis" á musica portuguesa, penso que devemos respeitá-la...e não trata-la como se fosse algo de inferior em relação á música de outras culturas...

Anónimo disse...

A Teresa Salgueiro é uma excelente cantora, e pelo que escolhe para cantar tem também um bom gosto músical, contudo quero deixar aqui um repto: não cante em brasileiro! nos ultimos cds da Teresa e da Maria de Medeiros, tinham grandes canções para cantar, mas ambas tentaram cantar em brasileiro e o resultado náo é o melhor, fica um pouco estranho; é o mesmo que ouvir o jose mourinho a falar ingles.

Anónimo disse...

Em primeiro lugar, gostaria de dizer que gosto muito da voz e do trabalho da Teresa Salgueiro.

No que diz respeito ao movimento quase fundamentalista que se criou em torno da musica portuguesa, no que concerne à questão do cantar ou não em português, penso que há lugar para tudo. É meu entendimento aliás que, tal como existem certos estilos musicais que não fazem muito sentido cantados em portugues, considero que existe também musica portuguesa que não faz sentido ser cantada noutra lingua, o fado, por exemplo.

Considero que há espaço para tudo e, por exemplo, o David Fonseca que canta sobretudo em Inglês, parece-me ser unânime que não deixa de ter muito talento.

Em suma, acho que esta é uma falsa questão e estou até desconfiado que aqueles que criticam quem canta em Inglês é porque sempre chumbaram nessa cadeira na escola.

Viva a música escrita e tocada por portugueses...este é o meu lema..

Cristiano Dias disse...

Olá! Boa Tarde!

Em primeiro lugar, o sucesso da Sra. Teresa, tal como de Mariza e Dulce Pontes, além fronteiras é mais do que prova suficiente de que em Português somos capazes de invadir o mundo internacional da musica.

Em segundo lugar, o facto de não apostarmos mais na música nacional, prende-se com um problema cultural, nós portugueses temos sempre a "mania" de criticar o que é nosso. Para todos o estrageirismo é melhor, desde a música até ao cinema.

Em terceiro lugar, para mim a forma mais fácil de impulsionar o cantar em português é dar tanto enfâse e apoio a quem o faz, da mesma maneira que aplaudimos e demonstramo-nos orgulhosos com as selecções de futebol e de outras modalidades, porque nesses casos, exaltamos o orgulho de ser portugues, onde na música isso ou existe pouco, ou não existe. Vejamos os apoios dados pelos Estado...(ou não).

Abraço e beijinhos*

Anónimo disse...

Que grande voz a tua Teresa... Parabens porque realmente és única não só em Portugal mas sobretudo no estrangeiro... De resto já sabemos, a nossa Mariza, Dulce Pontes e a saudosa Amália claro... Já agora José Malhoa conta???? lol. Abraços e beijinhos do Cabeceiras

Penedo disse...

Já não ouvia a prova oral à bastante tempo. Adoro os Madredeus! quando era pequeno a minha mãe costumava ouvir os madredeus e por isso faz-me sempre lembrar bons tempos.

Um abraço de Paris

Anónimo disse...

Boa noite!
Eu não sou grande fã de musica portuguesa, talvez por não ter crescido em portugal, mas confesso que a belissima voz da Tereza Salgueiro captou o meu ouvido!
Parabens pelos belissimos trabalhos que tem vindo a editar.
Clara

Anónimo disse...

Estava eu algures no Reino Unido a dançar Tango com uma Sérvia e, quando ela descobre que sou português, desata a falar da 'Teresa Salgueiro' e dos 'Madredeus' e num corridinho de como eles são enormes na Sérvia. Ela já tinha estado em concertos deles e, segundo ela, era mesmo algo mágico ouvir os Madredeus e a voz da Teresa Salgueiro cantarem uma língua que eles não percebiam mas que sentiam bem 'lá dentro' o que significava. De qualquer maneira, há momentos em que é a voz da Teresa Salgueiro que preciso de ouvir e um choradinho de uma guitarra portuguesa para me fazer lembrar do meu país. Enfim, faz parte da minha identidade e é com orgulho que oiço e falo disso com quem conhece e não conhece.

Um beijo,

Ruizo

Anónimo disse...

Porque não um dueto com o Fernando Ribeiro dos Moonspell? Õ tema "O senhor da guerra"
Que tal?

Anónimo disse...

um exemplo desses exageros? já agora...
:-D

Anónimo disse...

Corria o ano de 1987 (ou 88?), perfazem agora 20 anos, quando fui ver um novo projecto que abria um concerto dos 7ª Legião na Aula Magna. Chamava-se Madredeus e algures na rádio soava discretamente uma musica chamada A Vaca de Fogo.
No fim dessa noite a sensação na Aula Magna era, passe o exagero, "quem eram aqueles gajos que tocaram depois dos Madredeus? 7ª quê?"

Na verdade ninguém tinha percebido bem o que ali se tinha passado, mas todos sabiam que tinham sentido uma hora de arrepio na pele provocado por uma voz que não se pode descrever nem adjectivar.

Foi também por finais desse 1987 que ouvi Amália afirmar que tinha aparecido uma voz que el considerava "melhor que a dela". Quem sou eu para desmentir a Xô Dª Amália...

Anos depois, descobri já sem grande surpresa que cerca de 90% dos meus colegas holandeses (e franceses, espanhois, italianos e, garanto, duas colegas do Cazaquistão) não só conheciam como já tinham visto os Madredeus (as do Cazaquistão não sei se tinham visto, mas conheciam e tinham os CD's). E, curioso, toda a gente sabia que eram portugueses.

Mas todos ele não têm uma coisa que eu tenho: a primeira edição em vinil de "Os Dias da Madredeus", de 1987.

Jamgirl disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jamgirl disse...

Já agora pergunta-lhe pelo Cantando e Dançando por um casamento de sonho...lol.

Anónimo disse...

Rais parta a cordialidade!
Esses programas tipo "aquário" têm alguma validade?

GaiaEmChamas disse...

E quem se lembra dos Madredeus no Carlos Alberto, na 1ª parte dos Sétima Legião? Esse foi o primeiro.

Anónimo disse...

Que estranheza a vossa, então nós não passámos a maior parte da nossa curta vida a ouvir músicas onde a letra era apenas um instrumento de cordas?!

El_Chino disse...

As boas músicas são sentidas através das emoções!
A música dos Madredeus e da Teresa Salgueira, são um excelente exemplo disso.
Encontro-me neste momento na Bélgica em serviço de voluntariado e são muitos os voluntários estrangeiros que conhecem Os Madredeus e têm uma enorme curiosidade em entender as letras.
Tive a oportunidade de ver no mês passado o concerto da Teresa Salgueiro em Bruxelas e senti-me em casa...

El_Chino disse...

Já agora, Alvim!
O teu blog jÁ DIZ PIAÇABA??