segunda-feira, setembro 03, 2007

Volta a Setembro em bicicleta



E depois destes dias de papo-ao-sol e recarregamento obrigatório de baterias (oh, ainda me tiquetaqueia docemente no espírito o som das raquetas à beira-mar, a senhora chamando o Jean-Pierre para ir comer, o boxer do vizinho correndo desenfreadamente areal afora com o meu chinelo e um bocadinho do meu pé na boca), voltamos para mais uma temporada de Prova Oral.

E em Setembro, falemos de Setembro: Baptista-Bastos, jornalista e escritor, com uma já longa história tanto numa área como noutra, virá hoje conversar connosco a pretexto, sobretudo – mas não só –, do seu último livro, publicado pela ASA, de nome As Bicicletas em Setembro.

Uma sinopse: «Todos estamos feridos. Mas uns estão muito mais feridos do que outros. São aqueles que se feriram a si próprios, sem disso darem conta. As Bicicletas em Setembro fala de trajectórias amorosas e de que todos os destinos sentimentais ocultam histórias subterrâneas. Fala, também, da beleza perversa das relações humanas, e de que as pessoas suportam tudo, menos a solidão, a separação e a perda. É uma parábola sobre perdedores – todos nós. Porque cada um de nós perdeu alguma coisa.»

O choque inevitável entre as ilusões iniciais e a realidade posterior a elas: a maioria de nós já passou por aquela fase de achar que pode ser tudo, astronauta, futebolista, part-timer da casa dos frangos; depois, o tempo, o realíssimo tempo, vai-nos apertando o cerco e obrigando a optar, escolher uns caminhos e preterir irreversivelmente outros: estaremos condenados a perder sempre?

E como lidam vocês com a memória do que já quiseram ser e do que são agora?; como lidam com o fim das ilusões?, com a memória das pessoas que perderam, os amores que já não o são, as amizades arrefecidas como sopa que se deixou ficar muito tempo à espera na mesa? Têm tendência para a nostalgia? E acham que a nostalgia é irremediavelmente triste?

Perguntas e comentários para a caixa do blogue e via 800 25 33 33 (ai, já tinha saudades de escrever isto). A partir das 19, com Fernando Alvim.

12 comentários:

Eduardo Silva disse...

Epá, a mim apetece-me escrever um livro sobre tudo isso. E até já escrevi algumas coisas, desde episódios que passei na infância, adolescência e principio da idade adulta, alcunhas dos amigos da aldeia, os sitios onde tinhamos as maiores aventuras, como nadar, andar de bicicleta, "roubar" fruta e até ir à pesca. Apetece-me escrever sobre a tristeza que sinto por ter abandonado a minha terra para ir viver para outro lado, terra essa que eu tanto amei e ainda amo. Vou lá apenas um bocado de um dia ao fim de semana, visitar a familia e jantar, pouco mais. Não estou longe (10 Km), mas viver lá seria diferente.
Em relação aos amores que já não são, dá para escrever outro livro. Não sou muito velho (32), mas já tenho muitas histórias para contar.

PS: Alvim, pá, desculpa lá se te assustei com aquela recepção que te fiz na Sexta-Feira no LanFestival em Abrantes. Parece que tiveste medo daquele individuo a gritar "Olha O Alvim", mas pensei que fosse o tipo de coisa que deves estar habituado, LOL. De resto, não acompanhei até às 6 da matina, mas deste um showzaço. Partiste a loiça toda.

o_cao_que_morde disse...

Boa tarde
Alvim e Sr. Baptista Bastos
Já tinha saudades da Prova Oral
Como não sou muito de leitoras só gostava de fazer 2 perguntinhas.

Sr. Baptista Bastos eu na altura só tinha um ano mas gostava de saber aonde o Sr. estava no dia 25 de Abril de 1974?

E a segunda, era se ainda acredita na ideologia comunista?

Anónimo disse...

Acho que a Prova Oral retoma as suas emissões em grande e com um tema bastante abrangente. O novo livro tem um título bonito pela sua simplicidade. Quanto à sinopse e ao facto de sermos todos perdedores por todos já termos perdido alguma coisa... Lembra-me o filme Little Miss Sunshine. Mas no fundo, quando se fala de nostalgia e de pensar naquilo que perdemos, ou nas opções que tomámos, estamos a falar de "ses": se eu tivesse feito o que naquele momento não quis ou não pude fazer... A minha questão é: o que é que faz de nós o que somos, aquilo que deixámos de fazer ou aquilo que fazemos?
Bom programa! :)

Anónimo disse...

Como é que é???? Estamos em Grande???senhor Alvim...Senhor Alvim...não vou falar como seriam os nossos Natais...isso não interessa nada agora...:-)...quero te dizer que foi muito porreiro ter te em Penalva do Castelo...Cinco estrelas..Quanto ao tema de hoje...Bem o que seria a Vida sem ilusões??? Por exemplo: eu só me arrependo daquilo que não faço....porque aquilo que fiz...está feito...já Vivi...faz parte da historia da minha vida...arrependo me do copo que nao bebi....da miúda...com quem nao estive... por isso acho que nós somos um reflexo da vida que vivemos...e neste curto precurso que é a vida...há que vive-la intensamente...há que viver todos os segundos...se não morremos parvos....depois parece me QUE MUITAS VEZES NÓS NÃO SOMOS AQUILO QUE QUEREMOS OU AQUILO QUE SENTIMOS....SOMOS AQUILO QUE A SOCIEDADE NOS IMPÕE....um abraço...Joao Paulo Ferreira - Penalva do Castelo

Um pedacinho de mim... disse...

Oi, sejam bem-vindos… :) Muito bom este tema. Haveria tanto para escrever. Todos nós já perdemos alguma coisa. Lidar com uma perda de alguém, com o fim de uma amizade, de um namoro, lidar com uma doença, com as desilusões, com o final de um sonho, com a solidão não é fácil. O choque entre as ilusões iniciais e a realidade posterior a elas é por vezes um choque inevitável. Mas a vida é mesmo assim…E nós para crescer, para nos tornarmos melhores pessoas talvez tenhamos mesmo que passar por isso, é inevitável...

Cada pessoa que passa na nossa vida; cada desilusão; cada discussão; cada sorriso; cada lágrima; cada gargalhada é única. Com todas as experiências, aprendemos sempre alguma coisa. Isto que acabei de dizer pode parecer cliché, mas não é. No inicio, pode nao parecer. Pensamos: "porquê a mim?";" estas coisas só me acontecem a mim" :) É horrível mas isso muda-nos...muda a nossa forma de encarar as coisas.

“Cada pessoa deixa sempre um pouco de si, mas também leva sempre um pouco de nós. Haverá os que levam muito, mas não haverá os que não nos deixam nada…" Enfim, mesmo perdendo, ganhamos sempre….Está esquisito, mas julgo que percebem o que quero dizer. E se virmos as coisas desta forma, talvez comecemos a pensar que não estamos condenados a perder sempre.:)

beijinhos e borá lá tentar ser feliz...:)

Anónimo disse...

É só pa saudar o regresso do inominável sr alvim. Sim. Inominável. O alvim é um paradoxo em si mesmo.

Oh cátia da-lhe uns açoites valentes..

Adios

Anónimo disse...

É só pa saudar o regresso do inominável sr alvim. Sim. Inominável. O alvim é um paradoxo em si mesmo.

Oh cátia da-lhe uns açoites valentes..

Adios

Anónimo disse...

convencido como sempre...:)

o jingle "é uma loucura"

mt bom

:)

Anónimo disse...

É a loucura com o gingle PIMBA !!

ENCORE ENCORE

Anónimo disse...

Bom jingle bom jingle

Anónimo disse...

Batista Bastos cresceu no bairro de Caselas, é verdade?

A minha mãe viveu lá até aos 25 anos, chama-se Maria Antonieta e fazia teatro no bairro juntamente com Rui de Carvalho.

Ainda hoje de vez em quando passamos lá nesse bairro tão calmo e ainda bonito e ela vai-me contando as suas memórias sobre as pessoas que lá viveram nas várias vivendas agora abandonadas.

Um abraço.

definitivo disse...

Boa noite, Alvim.

Antes de mais, ora viva!... Benvindo - gosto de escrever assim, como nas tabuletas à entrada das cidades. Começou a "Prova Oral", acabou-se-me a depressão.

O que tenho a dizer sobre o sobre o Baptista Bastos, é o seguinte: tenho pena que as televisões portuguesas se tornassem numa espécie de micro-ondas com imagens: a comida feita ao lume e a televisão que se fazia antigamente, tinham verdadeiramente sabor. O que se mete e tira do micro-ondas e a programação televisiva de hoje em dia, não passam de produtos desenxabidos e envenenados.
Isto a propósito de quê? É que, Baptista Bastos é, hoje por hoje, a única pessoa no nosso país, capaz de igualar o brilhantismo de Pedro Homem de Melo ou de Vitorino Nemésio. Nas televisões. Como se fazia antigamente.


Vou apanhar a camioneta.

Abraço, capitão.