segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Rui Lage e a nova poesia portuguesa na Prova Oral



No seu blog, a propósito do comentário de um leitor que disse não gostar de poesia, o poeta valter hugo mãe (assim mesmo, em letra pequena), respondeu: «pá, nem sei que te diga. a sério. mas há alguma coisa que me frustra no facto de alguém dizer que não gosta de poesia. se eu te disser «portugal não é um país, é um lugar mal frequentado» (o'neil) ou «felizes aqueles que administram sabiamente a tristeza e aprendem a reparti-la pelos dias» (ruy belo), não reages? é horrível? porque está designado como poesia? hummmmm. não pode ser. não gostar, assim categoricamente, de poesia, é como não gostar de falar. como se fosse melhor sermos mudos e não existirem palavras.»

Vamos pois, na emissão de hoje da Prova Oral, falar de poesia - do quanto o nosso país é, ao mesmo tempo, um país de poetas e de pessoas a quem a poesia passa completamente ao lado. E connosco estará Rui Lage, poeta, tradutor e crítico literário desta novíssima fornada (nasceu em 1975). Publicou os livros de poesia «Antigo e Primeiro», «Berçário», «Revólver», traduziu para português Paul Auster («Poemas Escolhidos») e Pablo Neruda («Crepusculário»), tudo sob a chancela das Quasi; autor ainda da antologia e ensaio «a meta física do corpo - sobre a poesia de valter hugo mãe», edição Cosmorama. Fundou e dirigiu durante alguns anos a revista aguasfurtadas que foi e continua a ser uma espécie de farol de jovens autores em fermentação. É membro da Fundação Eugénio de Andrade.

Que temos nós a ver com poesia?, ou que tem a poesia a ver connosco?, lê-la ou não lê-la, que diferença faz? - se apanhamos e perdemos à mesma o autocarro, se não nos resolve os problemas de canalização da casa, se não nos ajuda nas limpezas periódicas, não muda a areia ao gato, não atenua a dor de dentes nem previne o aparecimento do herpes labial; o que é ler poesia, no fim de contas?; o que é compreender - tirar partido - de um poema e como se pode ensiná-lo escola sem fazer com que parte dos estudantes lhe fujam a sete pés?

Tópicos e mais tópicos para a conversa, onde podem e devem participar, como sempre, ora falando pelo 800 25 33 33, ora escrevendo na caixa de comentários aqui do blog. Já agora: qual foi o último poema que leram?; vá, partilhem connosco algum verso que vos tenha marcado, mesmo que vos tenha vindo às mãos e à mente via sms de telemóvel e não façam a mínima sobre o autor.

Hoje, a partir das 19, com Fernando Alvim e Marisa Jamaica.




O vídeo em cima é um excerto da actuação dos Naifa, no Theatro Circo, em Braga, no final do ano passado: «A verdade apanha-se com enganos», canção com poema de Pedro Sena-Lino.



P.S - Passatempo Prova Oral/ Restart/Workshop de Guerilha Dv.


Atenção, até ao dia 26 deste mês, a prova oral juntamente com a Restart (www.restart.pt)vai realizar um passatempo que dará ao vencedor a possibilidade de participar no workshop de Guerrilha DV.

O workshop de que agora falamos é um curso inicial intensivo orientado para todos aqueles que sempre acreditaram ser possível fazer filmes de baixo custo com a sua câmara de vídeo digital (Mini DV), mas não sabiam como, ou mesmo para aqueles que queiram acima de tudo aperfeiçoar a sua técnica, seja em termos de escrita, direcção, captação de imagem ou Montagem.

Esta é por isso uma grande oportunidade para todos os ouvintes da prova oral que podem ganhar acesso a este workshop sem que tenham que pagar nada por isso. Basta, apenas e só , que vençam o passatempo.

E assim, o que pedimos é que até ao dia 26 nos façam chegar uma sinopse com uma ideia para curta metragem que se proponham realizar. A melhor ideia (Sinopse), já decerto advinharam, vai ganhar acesso ao workshop de que se fala.

Será a Restar a escolher o vencedor mas devem enviar o vosso mail para: provaoral@rdp.pt. Até ao dia 26 deste mês.

1 comentário:

HelenaAntunes disse...

Posso usar este seu texto no blogue da minha escola?
Não conheço muito bem as regras de etiqueta da net mas gostava de o citar.