As Produções Mandrake estão a apresentar uma série de espectáculos a que chamaram «Humor de Culto»: «Humor da melhor qualidade, sofisticado, inteligente, crítico, ácido, contemporâneo; espectáculos que fogem da vulgaridade e se distanciam do mainstream; projectos nacionais e internacionais com grandes actores e excelentes textos», lê-se no blog.
E a propósito desta série e mais especificamente de um dos espectáculos dela, O AutoFalante, que depois de bem sucedidas exibições além-mar passará, entre 7 e 16 deste mês, pelo teatro A Barraca, vamos ter à conversa na Prova Oral o actor que a esgalha - à peça, bem entendido -, de seu nome Pedro Cardoso.
Eis um resumo d’O AutoFalante para vos abrir o apetite às perguntas: «A peça conta a história de um homem desempregado que sofre uma crise de comunicação com o mundo e passa a falar sozinho. Fica tanto tempo isolado de tudo, tendo sempre somente a si mesmo como companhia, que acaba por se aborrecer de si próprio. Não se suporta mais e nem mais sozinho consegue falar. Discute consigo mesmo e resolve não voltar a falar com ele próprio. Absolutamente só, decide "procurar-se" para pedir a si mesmo que interceda por ele - que agora já se dividiu em duas pessoas. A partir de então, a sua personalidade divide-se em milhares dele mesmo. A aventura passa a ser a tentativa de organizar "todos" numa nova unidade de si mesmo».
Isto promete. E vocês?, como andam as vossas comunicações com o mundo?; e convosco próprios?; alguma vez amuaram, por enfado, com a figura que de manhã vos aparece ao espelho a acusar a barba por fazer e as olheiras do sono solto?; alguma vez se cansaram da voz que dentro de vós («a voz que dentro de vós», que bonito, esta foi à profissional da língua - salvo seja), da voz que dentro de vós, dizia eu, vos tagarela continuamente a roupa-suja da alma? Hum?
Sentado no divã à vossa espera estará o 800 25 33 33, que não é propriamente um profissional da psicanálise - mas que, em contrapartida, cobra muito menos; hoje será, pois, uma Prova Oral sobre teatro, sobre humor, sobre comunicação e acima de tudo - porque estas coisas andam mais ligadas do que parece - sobre a solidão dos dias de hoje. A partir das 19, com Fernando Alvim e Marisa Jamaica.
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