quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Ricardo Palacin e o fim da Sic Comédia



Parece que encolheu - valha-me-deu - o pátio da minha avó; na varanda dos meus pais onde dantes jogava à bola, agora nem um passo inteiro dou sem bater no gradeamento; a banheira já não me permite as magníficas jornadas de natação da infância e, ao invés de intrépido nadador fugindo do patinho de borracha metamorfoseado em tubarão branco, sou um náufrago apático sem direito sequer a ter o tronco e os joelhos cobertos de água quente ao mesmo tempo (e oh, como nos dias mais frios é doloroso optar entre uma parte e outra); também já não me besunto a comer os gelados embora, simbolicamente, deixe cair bocadinhos de chocolate semi-derretido sobre a camisa branca, para que a nostalgia da nódoa me comova; as férias grandes deixaram de ser grandes e duram só o instante de uma piscadela de olhos, ainda por cima remelosos, de quem tem pouca vontade de acordar; e como as desgraças andam sempre ao pares (2, 4, 6, 12, eu sei lá: multiplicam-se) a Sic Comédia acabou - coisa que não tem graça nenhuma.

E para nos falar da graça nenhuma desse fim, Ricardo Palacin, ex-director da dita cuja, virá hoje à Prova Oral; virá ele e virão vocês, caríssimos provoralenses: proponho que contem a vossa experiência de espectadores da Sic Comédia, de que programas gostavam mais, menos, e o que acham do facto de o canal ter acabado de forma tão abrupta (podem derramar uma lágrima, que é bonito), como quem nos arranca um penso rápido de um só golpe. Ai.

Usem o 800 25 33 33, sim?, que esse nunca acabará; a partir da 19, com um infinito Fernando Alvim e uma Marisa Jamaica de perder de vista.

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