Paulo Frando e Armando Teixeira vêm hoje à Prova Oral debater o facto de haver IVA reduzido para os livros e não para os cd's. Pergunta óbvia: se os livros são positivamente discriminados por serem considerados bens culturais, porque não o são, da mesma forma, os cd's? Será que música não é cultura?
Outra maneira de colocar a questão poderá ser: sendo ambos bens culturais, atravessamos hoje uma crise de leitores, coisa que não acontece com a música: nunca houve tantos ouvintes de música como hoje – e, portanto, isso justifica um apoio diferenciado do Estado aos livros?
Daqui podemos ir para: de facto, não deve haver hoje ninguém que não tenha o disco duro do computador carregadinho de mp3's... mas ilegais; ou seja, sobre os quais os autores e as editoras não ganharam um chavo.
Mais: tendo em conta que os royalties pagos pelas editoras, no que respeita a mercados sem vocação para vendas astronómicas – como é o caso do mercado português e de certos estilos de música dirigidos a nichos menores de público –, nunca são muito relevantes; e tendo em conta também que é nos concertos que os músicos podem aspirar desenvencilhar-se financeiramente: não lhes será mais proveitoso a sua música ser partilhada em mp3, à borla, por cinquenta mil ouvintes – que posteriormente poderão ir aos concertos (e pagar entrada) –, em vez de apenas por cinco mil compradores de cd's?
Isto leva-nos para outro aspecto: faz sentido o tipo de comercialização que as editoras discográficas mantêm, após a revolução tecnológica e comunicacional dos últimos anos (sobretudo porque o controle dos pagantes tem que, progressivamente, recorrer a métodos cada vez mais invasivos)?
Porém, gravar, promover, custa dinheiro; e quem paga precisa de retorno. Como fazer?
Linha aberta, 800 25 33 33, e caixa de comentários do blogue para as vossas perguntas, tomadas de posição, sugestões e desabafos. A partir das 19, com Fernando Alvim e Cátia Simão.
Outra maneira de colocar a questão poderá ser: sendo ambos bens culturais, atravessamos hoje uma crise de leitores, coisa que não acontece com a música: nunca houve tantos ouvintes de música como hoje – e, portanto, isso justifica um apoio diferenciado do Estado aos livros?
Daqui podemos ir para: de facto, não deve haver hoje ninguém que não tenha o disco duro do computador carregadinho de mp3's... mas ilegais; ou seja, sobre os quais os autores e as editoras não ganharam um chavo.
Mais: tendo em conta que os royalties pagos pelas editoras, no que respeita a mercados sem vocação para vendas astronómicas – como é o caso do mercado português e de certos estilos de música dirigidos a nichos menores de público –, nunca são muito relevantes; e tendo em conta também que é nos concertos que os músicos podem aspirar desenvencilhar-se financeiramente: não lhes será mais proveitoso a sua música ser partilhada em mp3, à borla, por cinquenta mil ouvintes – que posteriormente poderão ir aos concertos (e pagar entrada) –, em vez de apenas por cinco mil compradores de cd's?
Isto leva-nos para outro aspecto: faz sentido o tipo de comercialização que as editoras discográficas mantêm, após a revolução tecnológica e comunicacional dos últimos anos (sobretudo porque o controle dos pagantes tem que, progressivamente, recorrer a métodos cada vez mais invasivos)?
Porém, gravar, promover, custa dinheiro; e quem paga precisa de retorno. Como fazer?
Linha aberta, 800 25 33 33, e caixa de comentários do blogue para as vossas perguntas, tomadas de posição, sugestões e desabafos. A partir das 19, com Fernando Alvim e Cátia Simão.
31 comentários:
Um dado curioso: dentro de uma editora discográfica, há éne profissões que vivem da música, como telefonistas, empregados de escritório, empregados de limpeza, etc. E só a profissão de músico é que não é viável. É irónico, não é?
Paulo Cunha
Tenho uma antologia da Elis Regina gravada num cdr. Há uns tempos, vi a mesma num hipermercado, a um preço económico e, como prefiro sempre o original, estive mesmo para comprar. Mas qual o meu espanto com o mau gosto da edição: apenas uma foto feia na capa e, no verso, a lista das músicas, sem qualquer indicação adicional.
A minha versão em cdr pode ser ilegal, mas a da editora é imoral.
Rita
Bom tema. Só uma pequena sugestão.
O verbo descriminar não é o mais apropriado para este caso. Onde se lê descriminado deveria ler-se discriminado.
Descriminar é absolver de crime.
Discriminar é separar, diferenciar.
Um abraço ao Alvim e alvinetes.
Sabiam que Uma (unica) cópia de um disco legitimo é legitima desde que o dono da copia tenha o disco de onde tirou a copia.
Não sei se é necessário te-lo ou te-lo no mesmo momento e local em que nos encontramos com a fiscalização (não sei bem qual interpetação está correcta).
Sabiam que Uma (unica) cópia de um disco legitimo é legitima desde que o dono da copia tenha o disco de onde tirou a copia.
Não sei se é necessário te-lo ou te-lo no mesmo momento e local em que nos encontramos com a fiscalização (não sei bem qual interpetação está correcta).
Isto é bem asim ou há um mas...?
Quando é que uma coisa é arte ou cultura?
O iva dos livros não deveriam ser sacrificados a favor dos CD?
é que os livros tem vindo a perder dramáticamente importancia como bem cultural e como bem artistico, se bem como bem de entretenimento não perca tanto, e como bem estético não pare de aumentar.
Quando virem estatisticas de livros vejam tambem a alinea que descreve dos livros que foram comprados e não foram lidos, já para não falar dos livros lidos que são tecnicos ou dos manuais escolares...)...
...
Isto não é uma pergunta, é apenas um comentário.
Independentemente da ilegalidade ou não, prefiro sempre ter o original e já agora, que seja uma boa edição.
Trabalho há 10 anos e desde que comecei a ter o meu próprio salário que decidi comprar todos os meses um cd original ou ir ouvir uma banda em concerto, já que gosto muito de música. No entanto, dada a perda de poder de compra e o aumento de despesas básicas, verifico agora que há mais de oito meses que não consigo comprar um cd e concertos, só mesmo os grátis, ficando assim reduzida à música que passa na rádio (cujas playlists são muito limitadas) ou a cds emprestados por pouco tempo. Que pobreza!!
beijinhos a todos
Susana Coelho
cheira-me a choradeira editorial, mesmo a correr muito mal, ou seja, com muita pirataria à solta que copia largamente, digam-me lá o nome de uma editora musical que tenha fechado portas por causa disso. Os músicos e os escritores são discriminados economicamente pelas editoras, receber 10 por cento por um produto criado é gozar com os artistas, não dá para tomar café durante 1 mês. A grande realidade económica-artistica, é que os talentos morrem, as editoras ficam.
Olá
Eu também gosto mais de ter o original, e até nem compro muitos discos de modo que dá para o gasto.
No entanto acho que tudo isto seria mais justo se pudessemos comprar as musicas, em vez do CD, por exemplo: eu fazia o registo nessa página da internet e ia comprando as musicas, até podia ter um excerto lá para eu ver se gosto e no fim do mês vinha a conta para eu pagar. Vinha a conta da luz, da água e da musica!
Os músicos não se safariam melhor se se livrassem das editoras? Mais valia investirem eles próprios na gravação (hoje já não é preciso ir para um estúdio que cobra um balúrdio à hora), partilharem livremente através da net, e tirarem partido da popularidade que aí conseguirem para terem mais público e mais concertos, que é onde podem ganhar algum dinheiro.
Entristece-me os músicos portugueses, que sempre foram explorados pelas editoras, andarem de mãos dadas com elas a chamar ladrões aos seus fãs, que os seguem e lhes ouvem a música, mesmo em mp3 ilegais ou gravações cedidas pelos amigos, quando não há dinheiro para comprar os originais.
Ricardo
Acredito que os músicos portugueses são pirateados sobretudo pelas editoras e pela SPA. São instituições pesadas e caras, cheias de mordomias para os seus executivos, que os músicos andam a pagar.
Olá Alvim, Cátia e convidados
Antes de mais gostaria de cumprimentar o Armando Teixeira que lançou dois singles soberbos e mostra que a música portuguesa até vai no bom caminho.
Quanto ao tema, gostaria de fazer uma pergunta aos convidados. Não acham o preço dos discos muito caros? 2 CD´s custam um décimo do salário mínimo nacional. Acho que assim não pode haver quem compre CD´S. Em Portugal as pessoas preferem ir a um concerto ou a um Festival, do que pagar um CD que é caro e claro pode ser ouvido em qualquer lado gratuitamente (youtube,myspace,rádio,etc.etc.)
Abraços a todos,
P.S. - Armando continua a fazer boa música.
Boas Alvim e convidados pois é pirataria há e haverá sempre que achas a pessoas que não podem comprar o produto original pois não a aérios !!!!
Um abraço
Espirito do Demo ....
Porque nao convidam alguem do governo e faziam-lhe essa pergunta? Porque com os nossos salarios nao dá pra comprar cultura e quem quer cultura vai-a buscar à internet. eu vou ser honesto os unicos cds de musica são de musicos portugueses e compro um de longe a longe..
V 4 Viktory
-- http://v4viktory.blogspot.com --
Eu, admito que costumo fazer downloads de cd's, cerca de 7 ou 8 cd's por mês, a minha filosofia é a seguinte: "os estrangeiros têm dinheiro, há que ajudar os Portugueses, portanto, saco e quando gosto compro, principalmente quando é musica portuguesa a qual valorizo muito!
Abraços ao Alvim, Paulo Valquaresma
Ola Alvim e COnvidados.
Comigo em relaçao ao tema é assim:
Claro que tenho alguns gigazitos de mp3 no meu computador, mas tambem tenho uma pilha de cds originais.
Com a internet primeiro ouço o cd na integra e depois se gosto vou comprar mas ha alguns que nao ouço e compro as escuras, que é o caso do cd dos Balla que comprei sem conhecer e claro gostei muito e ja agora um abraço ai para o grande armando teixeira. Mas inda tenho os meus cds este ano comprei 7cd originais é mais ou menos um por mes.
Adoro ter os originais porque tambem tem a capa com as letras e explicaçoes em alguns etc e fica para sempre enquanto que um cd pirata estraga se muito mais rapidamente.
Fiquem bem e quem gosta mesmo de musica compra sempre o original eu compro
Importar "ilegalmente" música sem pagar é uma atitude política, pois ir-nos-á levar ao triunfo de parte da ideologia comunista. Avante pirataria!
As bandas e editoras que façam assim: lançem um livro com uma treta qualquer e la dentro vinha o CD. Assim passava como livro, algo que o Nuno Markl já fez com o HQMC!
Abraço.
Shangri-La (Wraygunn) está barato???
Façam-me o favor...
16.95€ não é barato para a minha bolsa!
Nas editoras que optaram vender pela net aumentaram drasticamente as vendas.
Só se sabe das lojas pela net quando se tropeça nelas o que é muito raro porque elas tambem o são, pelo que os piratas de ocasião...
Os piratas de alma e coração por mais que tentem..
Eu tenho o dos Balla e esta muito fixe eh eh
Olá malta...
Eu sou apoiante de uma política tipo Pearl Jam, ou seja, desde o 1º álbum o Ten eles nunca mais venderam o mesmo e começaram a fazer tudo para que as suas músicas chegassem aos fãs, quando lançaram aqueles cds das digressões. Hoje é facílimo comprar um cd dos Pearl Jam a preço mínimo com as músicas que mais gostamos.
Um abraço!!!
Não percebo de economia, mas sou um consumidor ávido de cds. E cada vez mais migro para as lojas online que têm preços muitíssimo superiores (leia-se baixos) a qualquer estaminé por cá. Mesmo as lojas online portuguesas, tirando algumas excepções e lojas de segunda-mão, inflaccionam os preços. Como é possível ficar-me mais barato encomendar um cd de Inglaterra (com portes de envio incluídos) do que em Portugal?!
Quanto às lojas físicas, foi com bastante curiosidade que assisti ao declínio das lojas da Valentim de Caravlho. Não se compreende como é que decidiram encerrar 95% das suas lojas, mantendo até ao final os preços inflaccionados (um cd sem dvd bonús custava sempre acima dos 18€) e sem nunca tentarem colocar os cds a preços económicos. Não é difícil encontrar gente com cds nas mãos em lojas como a Fnac, que apesar de algumas situações caricatas, é sem qualquer dúvida uma benesse à nossa sociedade com os verdadeiros preços verdes que têm (porque os têm mesmo).
Abram os olhos. Baixem os preços. Aumentem as vendas. Enquanto isso, bem hajam as foreign online cd shops ;)
Bem, tenho 17 anos, estudo e como tal, não tenho o meu proprio dinheiro. Sendo assim, com muita pena, nao consigo comprar cd's originais. E tenho de admitir que estou completamente rendida ao download :x
Os unicos cd's orginais que compro mesmo, e nao saco nada até ter o cd original, é o do meu grupo favorito ( Evanescence ), ah e recentemente comprei o dos Linda Martini.
Tenho pena de nao puder comprar cd's porque é de facto maravilhoso comprar um cd, ver todo o artwork da capa, e desfolhear o livrete das letras. mas enfim. :\
bjinho *
alvim ganda maluco, digo aqui em directo que eu sou um verdadeiro pirata...lolol...meu amigo quando nao ha pao ate as migalhas vao!!
tamos a contar contigo amanha a noite no jantar do people do marausbar...akele abraço.
ass: Ricky
Os mp3 so tem baixa qualidade se quem o comprimir não o souber fazer
ou quiser poupar imenso espaço em disco
acho piada esta gente perder tanto tempo a reclamar que ninguém compra o seu trabalho, a música é uma arte não é um negócio, as bandas não têm de se fechar em concentrações como equipas de futebol para fazerem algo melhor, a música é arte surge.
Agora à uns tempos toda a gente vulgarizou a música, agora que ela se tornou comercial e toda a gente gasta o dinheiro a comprar morangos com açucar e familia carreira queixam-se que ninguém compra cd's de música com qualidade..
cada vez mais os cd's vão ser um mercado para coleccionadores, pessoas que gostam daquele pedaço de arte, daquela recordação.
eu faço downloads, e vou evitar comprar discos principalmente em portugal. Viva a amazon.
Admito que faço pirataria de vez em quando, mas de musica portuguesa muito muito raro, prefiro comprar o Cd como forma de dar valor a nossa musica portuguesa que bem merece.
Porque é que o Iva sobre os Cd's não passa para 5%?? aposto que todos ganhavam com isso, tanto editoras, os musicos e o consumidor... pois certamente vendiam o dobro dos cd's, e a pirataria baizava certamente.
Pensem nisso...
Um abraço Alvim!!
Márcio Soares (25 Anos) - Setubal
Porque não associar uma espécie de assinatura digital (código), a cada obra com direitos de autor que seja identificável na rede pelos operadores de acesso à internet?
E, associando uma percentagem obrigatória a cada mensalidade retribuir os autores?!
mas lembrem-se de uma coisa, se eu nao fizer o download do disco da banda x, provavelmente nao irei conhecer a banda.. provavelmente nao procurarei concertos dessa mesma banda nem procurarei o disco original para comprar, porque ninguem me venha dizer que prefere a copia ao original..
venho felicitar o Armando Teixeira e os Balla belo grande concerto no Alive!07.
Parabéns.
quanto a pirataria, no dia em que o preço dos cd's baixar serei a primeira pessoa a correr às prateleiras das lojas.
fiquem bem.
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