quarta-feira, janeiro 16, 2008

O que é que lhe teledói?



Embora não haja notícia de teledoenças – qualquer coisa como «estou com uma gripe em Setúbal, dói-me o mantorras (vulgo joelho) em Freixo de Espada à Cinta, tenho uma otite em Vila do Conde, mas felizmente, aqui e agora, não me dói nada –, faz todo o sentido a existência da telemedicina.

Explica-nos o convidado de hoje, o neuroradioligista António Fernandes, coordenado de um projecto de telemedicina em actividade desde Julho de 2007, que o serviço «consiste no aconselhamento médico através de um sistema de videoconferência onde o utente é aconselhado em função das queixas apresentadas. Um ponto diferenciador do serviço de atendimento telefónico recentemente implementado é o facto do médico poder ver o utente» e que, além do mais, o serviço em causa «representa uma vantagem para os portugueses na medida em que facilita o acesso a informação médica, diagnósticos básicos e interpretação das prescrições. O rápido acesso a médicos de especialidade sem recorrer a hospitais e centros de saúde, minimizando ao máximo o tempo de espera e as sobrecargas dos serviços de saúde, são outras vantagens em destaque».

Que balanço se faz deste primeiro ano de actividade?; que tipo de público tem recorrido mais a este serviço?, um público mais jovem e familiarizado com as novas tecnologias, ou os mais idosos (e geralmente mais necessitados e mais massacrados com longas esperas nos centro de saúde) também têm alinhado?; pode ser feito com uma simples webcam a partir de casa, ou é preciso recorrer a um estabelecimento específico (como uma farmácia aderente ao serviço, por exemplo)?; o facto de o médico estar a ver o doente tem reais vantagem sobre a consulta telefónica?; e não há o risco de, caso a webcam do utente seja daquelas da loja dos trezentos que, volta e meia, mostre uma imagem amarelada, ou com pintinhas, o diagnóstico sair errado? (e, caso contrário, se a webcam for mesmo muito boa, com iluminação própria e sem arestas aguçadas, dá para fazer, por exemplo, uma exame à próstata com ela?) E quanto a vocês, já alguma vez recorreram a este tipo de consulta? Interessa-vos, ou são viciados na decoração mortiça das salas de espera e adeptos incondicionais das revistas cor-de-rosa espanholas com mais de dois anos, já para não falar nas palavras cruzadas que alguém deixou a meio?

Perguntas e comentários para o 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue (podem inclusive aproveitar para se queixarem dos bicos de papagaio, já que teremos um médico em estúdio), a partir das 19, com Fernando Alvim e Cátia Simão.

13 comentários:

Anónimo disse...

A telemedicina usualmente é vista por uma consulta que usa videoconferência para aproximar o doente ao médico. Contudo esta área em desenvolvimento pode ser muito mais que isso. Pode passar pela monotorização do estado de saúde do doente quando este se encontra em casa. Isto é, os dados vitais do doente são enviados periódicamente para o médico. Vantagem deste método, é o providenciar que doente que não se encontram em estados críticos não ocupem as camas que podem fazer falta a doentes críticos.
Claro que este sistema no caso de monitorizar sinais vitais fora do normal contacta de imediato o médico.
Outro método de telemedicina que já vi implementado, é para aqueles doentes que necessitam de um exame para lhe analisar na totalidade o sistema digestivo. Muitas das vezes usa-se os tubos em exames, contudo a telemedicina veio ajudar, substituindo os tubos por microcamaras que são ingeridas pelo doente e expelidas pelas fezes do próprio. Neste sistemas a câmara vai transmitindo imagens do sistema do cliente.

Concluindo a telemedicina vem cada vez mais ajudar o doente.

Anónimo disse...

No Centro de Saúde daqui das Flores os electrocardiogramas já podem ser analisados por médicos em Vila Nova de Gaia, disseram-me até que este foi um projecto pioneiro nos Açores.

Não sei de mais nada relacionado com a telemedicina aqui, mas acho que é uma boa opção para cá, sempre podia poupar alguns tostões se considerarmos a quantidade de gente que sai da ilha para consultar especialistas!

Anónimo disse...

Olá Orais! A telemedicina pode realmente melhorar a prestação de cuidados, mas parece-me que não servirá de susbstituto de uma verdadeira consulta médica, cara-a-cara, com fins de diagnóstico. A telemedicina servirá sobretudo para consultas de aconselhamento e esclarecimento de duvidas. O principal potencial será a comunicação entre profissionais de saúde que permitirá o intercambio de conhecimentos, para beneficio dos pacientes.
Quero tambem deixar uma questão no ar: alguem sabe quais as prespectivas de se utilizar esta plataforma para a realização de cirurgias á distância através de robos-cirurgiões?

Anónimo disse...

já ouvi várias vezes a Cátia falar do cérebro humano só usar 10% das suas capacidades, isso é um mito.

convidava-a a procurar aqui http://en.wikipedia.org/wiki/Human_brain#Common_misconceptions a resposta.

# Humans use only 10% or less of their brain: Even though many mysteries of brain function persist, every part of the brain has a known function.

* This misconception most likely arose from a misunderstanding (or misrepresentation in an advertisement) of neurological research in the late 1800s or early 1900s when researchers either discovered that only about 10% of the neurons in the brain are firing at any given time or announced that they had only mapped the functions of 10% of the brain up to that time (accounts differ on this point).
* Another possible origin of the misconception is that only 10% of the cells in the brain are neurons; the rest are glial cells that, despite being involved in learning, do not function in the same way that neurons do.
* If all of a person's neurons began firing at once, that person would not become smarter, but would instead suffer a seizure. In fact, studies have shown that the brains of more intelligent people are less active than the brains of less intelligent people when working on the same problems.[citation needed]
* Some New Age proponents propagate this belief by asserting that the "unused" ninety percent of the human brain is capable of exhibiting psychic powers and can be trained to perform psychokinesis and extra-sensory perception.


essa coisa dos 10% apareceu de forma mt gira em algumas séries de televisão sobre bruxedos e pokemons e coisas do genero. enfim é chato estarem sempre a falar disso quando é uma mentira.

Anónimo disse...

Assistir um doente por telefone????
Sinceramente...
Se já existe dificuldade em fornecer um diagnostico numa consulta frente a frente, como poderão fazê-lo por tele???
operações por tele... Tá tudo louco...
A medecina é para ser exercida no momento, ao vivo, com contacto... sentir o calor humano, o batimento cardiaco....
Isto é demais....
Entretanto estamos a ligar para um serviço e do outro lado ouvimos.... " para dores de cabeça, marque 1... Se o seu coação está aclelerado marque 2.... Caso não consiga marcar numero nenhum, deite-se e reze, nós estamos a caminho....

Anónimo disse...

Ó pá concordo completamente com o Tulha. Aqui na minha terrinha os médicos costumam dizer que: "a canja cura todo...!", mesmo k a gente esteja a morrer. Agora imagine-se isto via telemóvel. lol.

Anónimo disse...

Olá!

Não conhecia a Telemedicina (obrigada, prova oral! :)) mas parece-me uma excelente ideia!

E onde podemos encontrar estes 'pontos' de videoconferencia? Existem já muitos pontos? Ou apenas nas grandes cidades?
Se quiser utilizar, como o posso fazer? Basta deslocar-me ao ponto?
E se for à noite? Funciona como as farmácias de serviço? :)
E os preços praticados, são de que ordem?

Obrigada e beijinhos p tod@s!

Anónimo disse...

Boas tardes!
a telemedicina já é usada de várias formas como é dito!
não esquecer que em vários hospitais a partir de determinadas horas nos serviços de urgência não há radiologistas! os técnicos recolhem a imagem e enviam para radiologista de serviço à distância! Centros de saúde, fazem teleconsultas de dermatologia(por exemplo) com o dermatologista no hospital. o governo podia poupar o povo aos protestos com fecho de urgências com telessoluções! o Socrates está de certeza a ouvir a Prova Oral e pode ser que tenha lápis e papel ao pé! vale a pena acreditar...ou não!!

teleabraços.

B. Lemper disse...

bem, é possivel que um robot seja mais preciso que um ser humano, mas só a ideia assusta-me, ja ao passar ao pé de uma reta ou uma makina qualquer dá me um arrepio...só de pensar que a mákina se passa e se descontrola toda. sabe-se la quando os robots comecam a pensar sozinhos...n me cheira..ainda por cima o contacto do medico sabe bem..ui ui..para quem esta com falta de carinho: ai e tal, doi-me aki em cima...mais 1 pouquinho, ai ai, mesmo ai!
bem, prefiro os medicos humanos
saúde para todos!

Anónimo disse...

A melhor telemedicina do mundo está em coimbra... Diz que é uma espécie de telepsicologia depois de uma noite arrasadora nos 3 PS...

Anónimo disse...

Se eu for um bom paciente da telemedicina, for bastante dramático e expressivo nas minhas queixas e tiver dois palminhos de cara, será que tenho possibilidades de ser contratado para o elenco da Anatomoia de Gray?

Anónimo disse...

Esqueci-me de assinar:
A tua Tele-aliada! :)

Unknown disse...

Post “Telemedicina”

Imaginem poderem levar para qualquer parte do mundo toda a vossa informação clínica, toda a informação necessária para que qualquer médico vos possa salvar a vida num momento de aperto, dentro de um simples cartão. Ou pedirem uma segunda opinião a um especialista, de qualquer área, independentemente de ele estar em Singapura e vocês em Trás-os-Montes.

Estas e muitas outras são as possibilidades que a Telemedicina trás.
Diagnosticar o nosso estado geral de saúde sem termos de nos deslocar a um hospital ou centro de saúde, recebendo em nossa casa um técnico que traz consigo tudo o que precisa para nos fazer um check-up; acompanhar a nossa saúde e bem-estar no local de trabalho... Tudo isto é possível e mais, pois as possibilidades e capacidades aumentam a cada dia.

Infelizmente, por falta de informação e também um apego estúpido à tradição esta é uma realidade que no nosso país ainda é uma novidade e, em grande medida, uma possibilidade inalcançável, seja porque clínicos sentem-se desconfortáveis em reciclar-se sejam porque senhores atrás de secretárias não querem “perder o medo” de investir no que é novo.

Vivemos num país em que grande parte da população vive distante de centros de saúde, não esquecendo que ainda se vive com “medo” de ir ao médico “para que não nos arranjem doenças”. Se há essa possibilidade, porque não trazer o médico até nós? É seguro, é simples. E não dói nada.

Ass. Pedro Matos