quinta-feira, novembro 15, 2007

Bom ambiente



Eis uma emissão de rádio contra as emissões de CO2. E perguntam-nos vocês: «a que devemos este trocadilho tão gracioso logo a abrir o post?». Então (para usar uma expressão originalíssima), é assim: o programa ambiental Climate Change College convidou os jovens portugueses a apresentar soluções concretas que diminuam as emissões de CO2 – que culminará com a sua ida ao evento final em Novembro, na Holanda, para seleccionar oito campanhas finalistas que vão ser implementadas. Depois, vai levar os vencedores a uma expedição ao Árctico, durante uma semana, para conhecer o quotidiano dos esquimós Inuit e testemunhar os efeitos do aquecimento global.

Como sempre acontece na Prova Oral, pegamos numa ponta do assunto e vamos por aí fora. E hoje não será excepção; com as nossas convidadas, Marta Quelhas e Rita Antunes, falaremos especificamente do Climate Change College, sim, mas também de Ambiente de uma maneira mais alargada: se a questão do aquecimento global é 1) menos grave do que parece, 2) tão grave quanto parece, 3) gravemente subestimada; se os nossos hábitos de lesa-ambiente se modificaram de facto ao longo dos anos (ou é só fogo de vista? ou modificaram-se mas para pior?); o que pode cada um de nós fazer no seu dia-a-dia de forma a melhorar o estado das coisas.

Desfaçam mitos, descodifiquem chavões científicos que nunca souberam muito bem o que querem dizer, façam perguntas, juntem comentários, via 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue. A partir das 19, com Fernando Alvim e Xana Alves.

29 comentários:

Anónimo disse...

há uma questão que me faz perder o sono e que se prende com a questão das emissões de CO2.

Sou licenciado na área ambiental e, a certa altura da licenciatura, um determinado professor disse o seguinte:"as vacas libertam uma grande quantidade de CO2 através das flatulências". Chegou inclusivamente a avançar com uma percentagem de 3%, referindo-se à parcela de responsabilidade de emissões totais no Texas.

Isto suscita-me 2 questões que se relacionam:

1 - Poderão as vaquinhas responsáveis por tal valor de emissão?

2 - Se sim, porque é que o Bocas (o famoso bouche bouche) não esteve presente na assinatura do tratado de Quioto?

Eu vivo numa localidade com uma reduzida taxa de emissões de CO2. A terra é Leceia e lá, não existem vaquinhas...

Laparote

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Como é que se pode ter a certeza que estas alterações climáticas não de devem a um periodo quente cumum?
Pergunto isto porque a zona sul da gronelandia já teve noutros tempos um clima agradável e agora é muito branca...

Sadeek disse...

Boas tardes.

Pois que se acredito que somos em grande parte responsáveis pelas alterações climáticas por outro lado gostava de saber quem foi o responsável pelas alterações do mesmo "na era dos dinossauros"?

Enfim, parece que quem anda neste mundo só se preocupa com o próprio umbigo e infelizmente não pensa em quem cá fica.

Temos pena.

Abraços e beijocas

Anónimo disse...

muito se fala e diz.

E fazer ?
todos nos podemos um bocadinho nas nossas proprias casas e quando isso acontecer, concerteza ajudará em grande escala.
Já quanto aos senhores do poder economico ... esses não irão fazer nada que possa prejudicar o seu proprio rendimento.

enquanto esses nao o fizerem, derem o exemplo, será bem mais dificil

Joao

Anónimo disse...

Boa tarde,

O meu contributo para a redução de emissões de CO2 começou há cerca de 2 anos quando comecei a utilizar os transportes públicos no meu dia-a-dia para o trabalho e descocações no centro de Lisboa, deixando o carrito à porta de casa. Supresa agradável, poupo dinheiro e demoro menos tempo a chegar ao trabalho. Exemplo de ontem: num percurso trabalho casa demoro em transportes públicos 1h, ontem de carro demorei 1h:45m!!
Para os que argumentam filmes de terror em relação aos transportes públicos apenas digo: experimentem e terão surpresas agradáveis! Já não estamos tão diferentes de outras capitais da europa.

Alx disse...

Alvim, para quando um "Cristianismo para totós!"?

eu ofereço-me para ajudar

Anónimo disse...

Não se caia na tentação de descorar o tema "alterações climáticas", pelo facto de este ser um problema global.
O meu desafio é: Conseguem-se recordar de um outro problema da actualidade, ambiental ou não, com a dimensão e implicações deste? Parece-me caso único!

Vera

Anónimo disse...

Boas!

Claro que esta problematica é mto importante, no entanto pergunto de que vale estarmos preocupados com isso se os EUA, não ligam puto a isso. Será que vale a pena uns terem cuidado e outros terem a prepotencia de não ligarem a isso e ainda por cima poluirem mais do que todos os outros? Será que as potencias da produção de combustiveis estão interessadas nisso? Será que já n existe algum motor a trabalhar a agua e por isso menos poluente. Dá que pensar qual o rumo certo a tomar e o pk dos EUA, não serem obrigados a seguir o mesmo rumo que nós. Abraço. Xure

Anónimo disse...

Boas!

Claro que esta problematica é mto importante, no entanto pergunto de que vale estarmos preocupados com isso se os EUA, não ligam puto a isso. Será que vale a pena uns terem cuidado e outros terem a prepotencia de não ligarem a isso e ainda por cima poluirem mais do que todos os outros? Será que as potencias da produção de combustiveis estão interessadas nisso? Será que já n existe algum motor a trabalhar a agua e por isso menos poluente. Dá que pensar qual o rumo certo a tomar e o pk dos EUA, não serem obrigados a seguir o mesmo rumo que nós. Abraço. Xure

Aksal disse...

Inventaram a rádio, a televisão, a penincelina, puseram um homem na Lua!

Não já deviam de ter inventado algo para resolver este problema sem ser uma "atrasada" prevenção.

Eu pensava k ia chegar a adulto e já teria robos como empregadas domésticas e estamos nisto.

Malditos os "Jetsons"

Anónimo disse...

Engraçado que eu tb tinha essa ideia qdo era miuda. Pensava que qdo tivesse a idade dos 30 e poucos ia ter uma empregada em casa que era um robot! Ainda bem que isso não acontece; assim ha mais oferta de trabalho e menos CO2.
Já agora quais são os principais emissores de co2???
Bom se na responderem eu prometo que amanhã vou pesquisar.
Bom tema este Alvim, o frio do tema de ontem levanos de Filandias a Antartidas. Numa semana damos a volta ao mundo.
Beijocas

Anónimo disse...

Olá

A questão das alterações climáticas preocupa-me muito, porque tenho uma veia ambientalista (uma grande veia) e porque ainda não me parece que haja uma alternativa para o petróleo... o biocombustível polui e aumenta a fome no mundo, a electricidade ainda é conseguida a partir de combustíveis fósseis em muitos sítios e sei lá que mais!

Nos Açores é difícil viver sem os combustíveis porque vem muita comida e outros produtos de fora das ilhas, claro que opto sempre por produtos locais, mas é complicado porque não há muitos produtos das Flores... é a carne, o peixe, batatas, ovos e 2 ou 3 variedades de fruta. Acabo por comprar coisas do resto dos Açores e, claro do continente e resto do mundo! Por mais que se ande a pé, acabamos por "gastar" muito combustivel!

P.S: Alvim, na semana passada flaste um dia de agricultura biologica, esta semana um dia de alterações climáticas... muito bem :)

Orquidea Selvagem disse...

Boas caros ouvintes!

Aproveito para desafiar as convidadas a desmistificar a ideia relativa ao aquecimento global apensa causado pelas emissões excessivas de CO2...

Não estamos então numa era de aquecimento natural por causa das glaciações?

Como muitos especialistas relativizam as causas do aquecimento por emissoes gasosas, já agora gostaria de saber a vossa opinião!

Anónimo disse...

Boa tarde a todos. Ora aqui está mais um tema bastante interessante e que ao contrário do que se pensa, não diz só respeito aos especialistas do ambiente, mas sim a cada um de nós. Isto porque todos nós fazemos parte do ambiente e pior do que isso contribuímos para o mísero estado em que este se encontra. Aquecimento global e já nem vou falar de mais nada, porque se pensarmos bem na quantidade de ecossistemas que isso afecta e naquilo que todos nós (homens, animais e plantas…) vamos perder, já nem é preciso falar de mais nada. Cuidem do nosso Planeta, por favor!!!
***

Anónimo disse...

Boas pessoal.

Ora bem. O aquecimento global é um tema que me tem dado que pensar, senão vejamos...

O aquecimento global é uma hipótese fornecida por modelos teóricos. Baseia-se em relações simplistas que anunciam um aumento da temperatura, proclamado mas não demonstrado.
São numerosas as contradições entre as previsões e os factos climáticos observados directamente. A ignorância destas distorções flagrantes constitui uma impostura científica.
Nos anos 70 (do séc. XX) verificou-se um desvio climático (que os modelos não “previram”). Traduziu-se num aumento progressivo da violência e da irregularidade do tempo e foi provocado pela modificação do modo de circulação geral da atmosfera.
O problema fundamental não é prever o clima em 2100. Deve-se, antes, determinar as causas daquele desvio climático recente. Isso permitiria prever a evolução do tempo no futuro próximo.

O aquecimento global ("global warming") é um tema que está na moda. Em particular depois do Verão de 1988. Então, nos Estados Unidos da América, veio ao de cima a angústia do "dust bowl". Esse período de calor e de seca aconteceu nos anos 30 do século passado, na "bacia de poeiras" dos Grandes Planaltos. O drama vivido pelos camponeses (Cf. As Vinhas da Ira de John Steinbeck) é constantemente recordado. O passado pesado explica a atenção particular que foi imediatamente dedicada. Seguiu-se-lhe a dramatização ("greenhouse panic"). Inicialmente assunto da climatologia, o tema passou a ser tratado com emoção e irracionalidade. Depressa evoluiu para o alarmismo. Perdeu o seu conteúdo científico. Questiona-se actualmente: estaremos ainda a falar de climatologia?

O aquecimento global é um tema extremamente confuso que mistura tudo:

A poluição e o clima: o clima torna-se num álibi, num espantalho. A sua evolução futura é apresentada como um postulado. Quem colocar dúvidas sobre o aquecimento anunciado fica logo catalogado. Tanto como favorável à poluição, como "louco, mal intencionado ou a soldo da indústria petrolífera" (Singer, F., 2002 - indicação das Referências bibliográficas). Naturalmente, aqueles que "lucram" (com vantagens leoninas) do maná confeccionado pelo alarmismo estão acima de qualquer suspeita!

Os bons sentimentos e os interesses confessados (e inconfessados): o planeta está em perigo. É necessário "salvá-lo". Mas, ao mesmo tempo, discutem-se os "direitos de poluir". São os famosos "direitos de emissão negociáveis". Passa-se do sentimentalismo de culpabilidade (o homem é o responsável de todos os males) para a defesa de interesses privados (dissimulados de modo obscuro).

As suposições e as realidades. As teorias dos modelos e os mecanismos reais. O hipotético clima futuro e a evolução do tempo real. As previsões são tanto mais gratuitas quanto os prazos são mais longínquos. Nas observações actuais, lobrigam-se sinais da catástrofe anunciada. Seleccionam-se as informações. Oculta-se o "frio" que é atribuído à variabilidade "natural" (desconhecida). Retém-se apenas o "calor". Este não pode deixar de confirmar as previsões dos modelos…

O sensacionalismo e a seriedade científica. A procura do furo jornalístico e a informação devidamente fundamentada. Tudo cada vez mais confundido. Nomeadamente pelos políticos e/ou pelos media que ajudam à confusão. Certos cientistas não melhoram a situação. As suas declarações prematuras e conjunturais na maior parte das vezes não são fundamentadas.

O debate inscreve-se, igualmente, no mito mais antigo que é o do "conhecimento" popular acerca do tempo. Isso facilita o sucesso da mensagem. Cada um, como é bem conhecido, tem o seu saber sobre a matéria. Estamos muitas vezes próximo do pensamento mágico. Das discussões das tertúlias. Das previsões dos bandarras. Prevalece a confusão entre clima e evolução do tempo. Através dos "modelos" (aureolados de mistério) sonha-se com a "máquina de produzir o tempo".

O que predomina no debate e o falseia é que as alterações climáticas são um tema da climatologia tratado como se fosse do ambiente. Em anexo ao da poluição. Esta constitui um álibi moral. Invocado predominantemente por não-climatologistas. Ainda há pouco tempo, um "climatólogo" tinha pouco prestígio. Era um geógrafo considerado "literato", isto é, "não físico". Ou era um funcionário dos serviços de meteorologia. Encarregava-se dos arquivos (situação pouco considerada). "Acabar em climatologia" era visto como a pior das condenações! Hoje, os climatologistas na sua maioria desinteressam-se estranhamente do debate. Ou adoptam o dogma oficial sem espírito crítico. Mas também existe a pretensão de se ser "climatólogo". Saber repetir servilmente (à maneira dos psitacídios) os comunicados do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Changes) tornou-se uma qualificação. O discurso estereotipado e recitado de modo dogmático é sempre o mesmo.

Contudo, as especializações e as competências não faltam. Mas dizem respeito à informática, à estatística, à agronomia, à química, à oceanografia, à glaciologia, à história, mesmo à geologia…Não ao clima e à sua dinâmica. Com uma "convicção" geralmente proporcional à ignorância dos rudimentos da disciplina, os "climatólogos autoproclamados" propagam hipóteses procedentes dos modelos. Hipóteses infundadas ou mal estabelecidas e não corroboradas pelas observações. Devemos assim colocar fortes reticências segundo o qual os relatórios do IPCC são preparados por "centenas de cientistas". O número anunciado pode iludir e esconder o monolitismo da mensagem. Na realidade, uma pequena equipa dominante impõe os seus pontos de vista a uma maioria sem competências climatológicas. O “I” de IPCC significa, com efeito, "intergovernamental". Significa que os pretensos cientistas são antes do mais representantes governamentais. O IPCC, em absoluto, não é um organismo de investigação. Na redacção definitiva do relatório de 1966 a afirmação da "influência perceptível do homem sobre o clima global" (GIEC, 1966, p.22) foi acrescentada depois da hora. Para "impressionar" os decisores como disse Emmanuel Granier (Industrie et Environnment, n.º 208, 1998). Não correspondia ao entendimento do conjunto do IPCC. Mas tem sido constantemente repetida apesar de não ter havido acordo!

Os conhecimentos de climatologia são em geral limitados. O IPCC reconhece-o quando afirma: "A aptidão dos cientistas para fazer verificações das projecções provenientes dos modelos é bastante limitada pelos conhecimentos incompletos sobre as verdades climáticas" (UNEP-WMO, 2002, p.7). As "explicações" são sobretudo simples, muito simplificadas, mesmo simplistas, para serem facilmente apreendidas. Todavia, elas não reflectem, ou reflectem apenas muito parcialmente, a verdade científica que é extremamente complexa. Este conhecimento superficial e esquemático é primeiramente imposto pelas "simplificações inevitáveis transpostas para os modelos" (Le Treut, 1997). Os modelos não podem integrar todas as componentes dos fenómenos. É necessário "parametrizá-los", sem se saber descrevê-los explicitamente. Quanto mais simples é a mensagem, mesmo simplista (próxima do slogan, fácil de reter sem esforço), maiores são as hipóteses de ela ser adoptada pelos políticos e pelos media. O método de "consumo imediato" das notícias afasta-se desde logo da reflexão séria e de longas e complexas explicações.

Esta falha de qualificação "climatológica" muito extensiva explica também a fé cega atribuída a uma ciência de uma meteorologia idealizada. Ignora-se geralmente (ou finge-se ignorar) que a meteorologia está num verdadeiro impasse conceptual há mais de cinquenta anos. Ela não dispõe de um esquema explicativo da circulação geral apto a traduzir a realidade das trocas meridionais. Nem a integrar as perturbações que são consideradas como transplantes "passageiros". Trata-se de um modo disfarçado de confessar a ignorância dos mecanismos reais. Este impasse conduziu, entre outros, ao "falhanço" do prestigioso Miami Hurricane Center na previsão da trajectória do furacão Mitch em 1998, por defeito de conhecimento da dinâmica dos furacões tropicais! (Leroux, M., 2000). Será necessário sublinhar todos os falhanços das previsões do tempo em todas as partes do mundo? Os próprios meteorologistas confessam estas fraquezas fundamentais. São tão evidentes que tornam os modelos (no seu estado actual) irremediavelmente inaptos a prever o que quer que seja! Podemos assim igualmente explicar a confiança ingénua, a falta de isenção quanto a dúvidas (sendo estas habitualmente salutares em ciência) e mesmo a falta de espírito crítico dos pretensos climatólogos. Tanto dos não qualificados como do público não avisado. A crítica é fundamental quando se trata de estimar a qualidade dos modelos e das suas previsões. O debate científico é assim ocultado e os contraditores são, na medida do possível, “açaimados”, censurados ou mesmo desacreditados. Por causa do conteúdo "moral" do tema, o conhecimento é substituído em proporções respectivamente inversas pela convicção (sincera ou pela fé). Como proclamou M. Petit: "Estou convencido que o aquecimento global do planeta é uma realidade"(Le Monde, 19 de Abril de 2001, p.24). "Profissão de fé" que é a própria negação do método científico.

É, pois, necessário fazer um ponto da situação, sem complacência. Sem concessões e aprofundado. Rigorosamente e unicamente centrado na climatologia. A poluição é por si só um assunto suficientemente sério e preocupante para merecer um tratamento separado, aí sim, pelos próprios especialistas.

O efeito de estufa é uma realidade, pelo que é inútil discutir: ele produz um ganho de 33 ºC à temperatura média da superfície da Terra. Um efeito de estufa adicional, ou "reforçado", de origem antropogénica (proveniente do CO 2 e de outros gases com efeito de estufa – GEE – devidos às actividades da vida humana) poderia ser susceptível de elevar a temperatura. Sabe-se isso desde há longa data, 1824, conforme foi pressentido por Fourier. A questão é a de saber se, com efeito, o homem é capaz de influenciar (involuntariamente) o curso da evolução climática, atingindo a escala planetária, e sobretudo se, desde há um século, ele já começou a fazê-lo. Entretanto, à parte a influência demonstrada sobre o clima urbano, uma consequência à escala global permanece ainda no domínio da especulação.

Com efeito, o vapor de água representa 63 % do efeito de estufa natural (100 W/m 2 em 160 W/m 2 ) e constitui "a maior fonte de incerteza" (Keller, C.F., 1999). "Devido ao facto de os modelos climáticos fazerem intervir as nuvens e as precipitações, que são particularmente complexas, a amplitude precisa da respectiva retroacção – fenómeno crucial – permanece desconhecida" (UNEP-WMO, 2002, p.3). Além disso, é necessário juntar a incerteza associada à nebulosidade, cujos efeitos são contrários de acordo com a altitude das nuvens que tanto poder arrefecer como aquecer a superfície terrestre…

O presumido aquecimento global também poderá não ser outra coisa que um fenómeno urbano, como a poluição. Goodridge (1996) demonstrou a existência desse fenómeno na Califórnia. Comparou a evolução térmica das cidades com mais de um milhão de habitantes e com mais ou com menos de 100 000 habitantes. A elevação da temperatura decresce com a diminuição da importância das cidades. Ele concluiu assim: "O aparente aquecimento global é na realidade devido à perda de calor que afecta somente as superfícies urbanizadas". Conclusão semelhante foi obtida em Espanha, onde Sala e Chiva (1996) consideraram por outro lado que "o verdadeiro “aumento natural” da temperatura, corrigida do efeito de urbanização, pode ser atribuído à actividade solar". A evolução das temperaturas em França revela também um aumento sustentado das temperaturas mínimas, isto é nocturnas. A evolução das temperaturas máximas ou diurnas é mais irregular e não demonstra uma tendência tão sustentada (Leroux, M., 1997). As estações meteorológicas, inicialmente instaladas fora das cidades foram progressivamente absorvidas pela expansão da urbanização e/ou pela extensão da sua cúpula de calor, e elas reflectem assim, principalmente, a evolução climática à escala local.

Os modelos climáticos prevêem aumentos da temperatura. Esta conclusão tornou-se num postulado indiscutível ( Cf. UNEP-WMO, 2002, p.7). Por outro lado, os modeladores impuseram o conceito de evolução "global" do clima, sendo que o globo deverá evoluir no seu conjunto e no mesmo sentido (aquecimento). Todavia, com intensidades diferentes consoante as latitudes.

Os modelos, fundamentados no efeito radiativo, podem prever outra coisa que não seja … aquecimento? Le Treut (1997) escreve a este propósito: " Os modelos, cada vez em maior número e mais sofisticados, indicam sem excepção um acréscimo de temperatura ". A unanimidade da resposta (pudera!) é pois considerada como uma prova da capacidade dos modelos para prever o futuro. Mas para além da sofisticação dos cálculos, o resultado é no fim de contas uma aplicação da regra de três simples, entre 1) a taxa de crescimento do CO 2 actual, 2) a suposta taxa futura e 3) a temperatura correspondente. Isto é elementar. A unanimidade dos modelos considerada como um "facto notável" (Le Treut, 2001) é uma lapalissada. A resposta não pode ser senão positiva. Como é que poderiam prever descidas de temperatura se eles são constituídos para prever subidas? Haverá de facto necessidade do recurso aos modelos (tendo ainda em conta as suas imperfeições teóricas e práticas) para se chegar a este resultado?

A argumentação é muito frágil: o balanço radiativo (excepto quanto às variações no longo prazo) permite somente compreender…porquê as altas latitudes são mais frias do que os trópicos, e de prever que…o Inverno será mais frio do que o Verão! As variações de temperatura de um dia para o outro, e de um ano para o outro (e as médias e anomalias resultantes) dependem – como as variações do tempo – das modificações de intensidade das circulações meridionais. Esquematicamente, o fluxo de norte traz frio e o do sul traz calor (outros parâmetros como a nebulosidade, a humidade, as precipitações, a velocidade do vento, etc., participam conjuntamente nesta determinação). As trocas meridionais dizem respeito evidentemente a regiões diferentes e as evoluções térmicas não podem ser uniformes. Uma temperatura média não tem se não um valor muito limitado se é que tem algum se for estabelecido à escala "global" (poderá então existir um clima global?). A posição expressa pelo IPCC (1996) é reveladora desta incoerência: "Os valores regionais das temperaturas poderão ser sensivelmente diferentes da média global mas não é ainda possível determinar com precisão estas flutuações". Isto significaria que o valor médio seria conhecido antes dos valores locais e/ou regionais que permitiriam estabelecer aquela média! Curiosa maneira de calcular uma média! Por outro lado, é correcto dizer como o IPCC que " não é possível determinar " as evoluções regionais, sabendo que é simplesmente suficiente observá-las? Isso é assim simplesmente porque os modelos não sabem representar estas diferenças de comportamento? Como é que podiam saber, sublinhe-se ainda, se eles não dispõem de um esquema coerente do modo de circulação geral?

As evoluções climáticas são regionais. Litynski (2000) comparou as temperaturas dos períodos 1931-1960 e 1961-1990 publicadas pela OMM (1971 e 1996). O primeiro período corresponde, mais ou menos, ao óptimo climático contemporâneo e o segundo contém a mais forte elevação da temperatura. A comparação é deveras eloquente. Mostra de maneira evidente que " não existiu aquecimento global planetário durante o período 1961-1990 ". Nomeadamente, observa-se, à escala regional, arrefecimentos e aquecimentos. No hemisfério norte, por exemplo, a baixa de temperatura é da ordem de – 0,40 ºC na América do Norte, – 0,35 ºC na Europa do Norte, – 0,70 ºC no norte da Ásia, até – 1,1 ºC no vale do Nilo. Outras regiões aqueceram, como o oeste da América do Norte (do Alasca à Califórnia), ou também na Ucrânia e no sul da Rússia. Os modelos nunca previram nem revelaram estas disparidades regionais. De facto, eles são sempre incapazes tanto de as explicar como de as prever. Qual é a tendência representativa, é a das regiões que apresentam aumentos ou da que revela baixas de temperatura? Uma média hemisférica, e a fortiori global, da temperatura calculada a partir das observações, com evoluções contrárias, não tem se não um valor estatístico, contabilístico. Não tem, se não um significado limitado. Não tem mesmo qualquer significado climático. Segundo o IPCC, a temperatura média aumentou 0,6 ºC ± 0,2 ºC no decurso do período 1860-2000 (…). Este período de um século e meio, convém sublinhar, engloba a revolução industrial. Para fixar ideias, note-se que este valor, à escala da média anual como considerada, representa a diferença de temperaturas entre Nice e Marselha, de 14,8 ºC a 14,2 ºC (de 1961-1990), ou entre Marselha e Perpignan, de 14,5 ºC e15,1 ºC (também de 1961-1990). Que extraordinária conclusão!!! Sejamos sérios. Mantenha-se o bom senso: comparada com a variação “real” de 0,6 ºC de subida no período 1860-2000, uma variação de temperaturas prevista pelo IPCC entre 2 ºC a 6 ºC (ou de 1,4 ºC a 5,8 ºC com uma margem de incerteza de 1 a 3,5 ºC) para um ano tão afastado como o de 2100 tem verdadeiramente algum significado? Só com muito boa vontade…

A relação entre as variações da concentração de CO 2 e a curva global secular "calculada" das temperaturas (citada anteriormente) não é linear. Entre 1918 e 1940 produziu-se um forte aquecimento, da mesma ordem de grandeza que o dos últimos decénios, mas a concentração de CO 2 não progrediu mais do que 7 ppm – partes por milhão (de 301 ppm a 308 ppm). De 1940 a 1970, a subida de CO 2 foi de 18 ppm (de 308 ppm a 326 ppm) mas a temperatura não se elevou, bem pelo contrário. A literatura dita científica dos anos 70 anunciava então o retorno a uma "pequena idade do gelo". Alguns dos "cientistas" que previam um arrefecimento certo e seguro tornaram-se entretanto fervorosos adeptos do aquecimento global! Apenas o aumento (presumido) da temperatura do fim do século, a partir dos anos 80, coincide com um aumento da concentração de CO 2 (mais de 22 ppm).

Mas este aumento dos últimos decénios, superior a 0,3º C, não é confirmado pelas observações dos satélites. Nomeadamente, da NOAA ( National Oceanic and Atmospheric Administration, dos EUA), entre Janeiro de 1979 e Janeiro de 2000 (Daly, 2000; Singer, 2002), que não detectaram qualquer evolução notável. Foram feitas críticas pelos defensores do "global warming" contra a validade destas medidas dos satélites (é verdade que elas são "preocupantes"). Incidiram sobre a capacidade dos satélites de ter em conta a evolução das temperaturas de superfície. Contudo, estas medidas colocam nitidamente em evidência os ciclos solares (n.º 22 e n.º 23) e o arrefecimento de 1992 ligado à erupção do Pinatubo…Parecem, pois, ser dificilmente discutíveis.
O cenário do efeito de estufa antropogénico, e nomeadamente a relação entre o CO 2 e a temperatura, não explica de facto a evolução térmica: intervêm outros factores nesta evolução. Estes factores são numerosos (Leroux, 1996), mas eles não são tomados em conta pelos modelos.

Um aspecto hipotético, saído dos modelos, é o aumento considerável presumido da temperatura nas altas latitudes. Segundo eles, poderia atingir 10 ºC a 12 ºC, paradoxalmente, no Inverno de cada pólo. Estes valores muito elevados influenciariam consideravelmente a tendência térmica média global prevista porque nas regiões tropicais a modificação seria ténue. Mas quais seriam as razões físicas para que as altas latitudes viessem a aquecer tanto? Notar-se-ia nestas latitudes uma contra-radiação terrestre mais intensa…sobretudo no Inverno precisamente no momento em que em que não existe insolação? Deve-se supor, contra toda a lógica, que haveria uma preferência do efeito de estufa perto dos pólos, precisamente onde os conteúdos em vapor de água são menores e as águas frias que bordam os gelos são poços de retenção consideráveis do CO 2 ? Os acréscimos presumidos da temperatura, que não poderiam resultar de fenómenos in situ, seriam provenientes de transferências meridionais intensificadas quando se sabe que, em períodos quentes, estas transferências são pelo contrário consideravelmente amortecidas (modo de circulação geralmente lento, Leroux, 1993)? Seria porque o arrefecimento fora dos períodos glaciares foi mais intenso nas latitudes polares, que inversamente o aquecimento deveria aí ser nitidamente mais marcado? Parece ser um profundo mistério da alma do aquecimento global…

Seria, sobretudo porque os modelos climáticos repousam sobre o velho esquema tricelular de circulação geral (Le Treut, 1997), e nomeadamente sobre a existência hipotética de uma célula polar? Este conceito irrealista faz com efeito "arrepiar caminho" ao ar polar – ar frio que se elevaria! – a partir da latitude 60º, Norte ou Sul. Isso não traduz a realidade das trocas meridionais que seriam assim muito rapidamente interrompidas. A célula polar foi a justo título rejeitada oficialmente pela comunidade científica internacional, em 1951. Isto é, muito antes de aparecerem os modelos. Por outro lado, salienta-se que o esquema tricelular (células de Hadley, de Ferrel e polar), hipoteticamente considerado em 1856, já foi globalmente criticado. Apenas a célula de Hadley é parcialmente representativa da realidade. Isso não impede que De Félice (1999), do Laboratoire de Météorologie Dynamique (LMD) e da Société Météorologique de France (SMF), fale na existência de "três células meridionais em cada hemisfério, célula de Hadley, célula de Ferrel e célula polar". Também Joly, do Centre National de Recherches Météorologiques (CNRM), segue o dogma mais do que centenário de confundir a percepção estatística e a percepção sinóptica dos fenómenos. Atribui ainda a existência do "anticiclone dos Açores" ao ramo subsidente (pressão exercida sobre o ar de cima para baixo) da célula de Hadley ( Le Monde, 25 de Maio de 2001, p.19). Um tal conceito é fisicamente inconcebível (Leroux, 1996). As obras de Triplet e Roche (1988, 1996) da Ecole National de la Météorologie, e de Sadourny (1994), então director do LMD dependente do CNRS, não comportam sequer o esquema de circulação geral. Apesar desta situação "inimaginável", o esquema de circulação geral utilizado pelos modelos é precisamente…o esquema tricelular que não representa absolutamente nada a realidade das trocas meridionais. O acréscimo suposto das temperaturas polares é um artefacto resultante deste conceito errado, e nomeadamente da existência suposta da "célula polar" que não é mais do que uma ficção!

Esta crítica à inadaptação dos modelos à realidade foi correctamente enunciada: "Os modelos climáticos actuais não integram de maneira correcta os processos físicos que afectam as regiões polares" (Kahl et al., 1993). Mas, aparentemente, nada mudou, apesar da importância crucial das altas latitudes na origem da circulação geral. Lenoir (2001) descreveu bem a história desta "ideia fixa" do sobreaquecimento dos pólos. Provém da afirmação de Svante Arrhenius segundo a qual "o efeito das alterações será máximo na vizinhança dos pólos". Previu um aumento de 4 ºC…isto em 1903! Esta estranha obstinação volta a encontrar-se no último relatório do IPCC que avança a seguinte "justificação": " […]a neve e o gelo reflectem a luz solar, assim, menos neve significa que é absorvido mais calor proveniente do Sol, o que arrasta um aquecimento […]", e assim "está previsto um aquecimento de partes do Norte do Canadá e da Sibéria superior a 10 ºC no Inverno" (UNEP-WMO, 2002, p.5). Trata-se, bem entendido, do Sol polar de Inverno! E isto foi, como é evidente, aprovado pelos "cientistas" do IPCC!!!...

A evolução térmica realmente observada nas altas latitudes não é nada daquilo previsto pelos modelos. São incapazes de representar a realidade e, como é evidente, de explicar convenientemente o que lá se passa. O Antárctico não apresenta alteração notória: as curvas das temperaturas médias observadas (Daly, 2001) não apresentam estritamente qualquer tendência. Em compensação, o Árctico ocidental tem arrefecido e esta evolução produz o desmentido mais flagrante às previsões dos modelos: o arrefecimento atingiu 4 ºC a 5 ºC (– 4,4 ºC no Inverno e – 4,9 ºC na Primavera), durante o período 1940-1990 (Kahrl, et al., 1993). Isto é, já quase a metade, mas em valor negativo, do valor previsto para 2100! Este arrefecimento é confirmado por um aquecimento também nítido na camada 850 hPa-700 hPa – hectopascal (+ 3,74 ºC, entre 1500 e 3000 m), que traduz a intensificação resultante das trocas meridionais vindas do Sul, por cima dos anticiclones das baixas camadas (anticiclones móveis polares ou AMP) que partem do Pólo Norte. Rigor et al. (2000) confirmam a tendência ao arrefecimento no período 1979 a 1997, acima do mar de Beaufort assim como na Sibéria oriental e no Alasca, no Outono (– 1 ºC por década) e no Inverno (– 2 ºC por década). Devido à importância das altas latitudes na génese da circulação geral, o arrefecimento do Árctico, particularmente da sua parte ocidental onde nasce a maioria dos AMP, é um facto climático da maior importância. Mas é total e deliberadamente ignorado pelos modelos.

A evolução recente do tempo e a multiplicação de acontecimentos dramáticos são considerados (erradamente) como uma prova da evolução climática anunciada pelos modelos. A "dramatização" que é feita dos acontecimentos torna-se um argumento fundamental para se acreditar no cenário do efeito de estufa (confundindo o natural com o adicional). O que há de verdade nisto?

Os modelos previram inicialmente (no primeiro relatório do IPCC de 1990) um tempo mais clemente: "As tempestades nas latitudes médias […] resultam dos desvios de temperatura entre o pólo e o equador […] como este desvio se enfraquece com o aquecimento […] as tempestades nas latitudes médias serão mais fracas" (IPCC, 1990; Météo-France, 1992). É o que confirma novamente Planton e Bessemoulin (2000) do Météo-France: "A alteração climática simulada pelos modelos informáticos traduz-se geralmente por uma redução do gradiente Norte-Sul da temperatura nas baixas camadas da atmosfera […] terá por efeito atenuar a variabilidade atmosférica associada às depressões porque as instabilidades, em particular acima do Atlântico Norte, são fortemente condicionadas pela intensidade do gradiente de temperatura". Um aumento da temperatura deveria assim traduzir-se por anticiclones móveis polares (AMP) menos vigorosos, por um decréscimo das trocas meridionais de ar e de energia (circulação lenta) e, nas latitudes temperadas e polares, por uma diminuição dos gradientes de temperatura e da pressão assim como por um contraste térmico menor entre os fluxos. Como se mostra à escala sazonal o menor rigor do tempo estival, comparado com a violência do tempo invernal, não necessita de modelos para deduzir essa evidência (Leroux, 1993). Um cenário "quente" anuncia portanto uma maior clemência do tempo.

Porém, não é isso que se tem observado, o próprio tempo contradiz estas previsões. Será por isso que, bizarramente, se anuncia agora (por simples oportunismo?) exactamente o inverso do que se havia previsto em 1990 (e confirmado acima) com as previsões catastróficas que os órgãos de comunicação social fazem eco, sem contudo se espantarem com esta reviravolta? Será que são verdadeiramente os modelos que prevêem agora esta evolução do tempo? Eis o que diz o IPCC: "A frequência e a intensidade das condições meteorológicas extremas tais como as tempestades e os furacões poderão mudar. Todavia, os modelos não podem ainda prever como. Os modelos que são utilizados para as alterações climáticas não podem eles próprios simular estas condições meteorológicas extremas […]" (UNEP-WMO, 2002, p. 5). Isto é claro: os modelos não podem prever a evolução do tempo. Porquê então evocar sem cessar a autoridade dos modelos? O que permite, por consequência, dizer que as condições " poderiam mudar "? Não é mais do que um truísmo!, visto que os modelos não sabem prevê-lo? Como, por consequência, explicar o "endurecimento" do tempo apesar do que foi anunciado? Escute-se Planton (do CNRM, 2000, p. 70): "Um clima mais quente por cima dos oceanos é também mais húmido porque a evaporação é aí mais importante […] estes factores são favoráveis ao desenvolvimento de depressões porque uma atmosfera mais quente e mais húmida é também mais energética. Isto é um factor que seria favorável à formação de depressões mais cavadas acima do Atlântico". Esta formulação dos fenómenos é fortemente sugerida pela relação redutora evaporação-chuva analisada a seguir. Eis então a convecção térmica acima de uma superfície oceânica (superfície "fria", em termos de meteorologia, portanto inapta a provocar ascensões) na origem das depressões do Atlântico: é seguramente uma renovação radical das leis físicas e dos conceitos que comandam a génese das perturbações das médias latitudes! O nascimento e a intensidade destas vastas perturbações dependem, no entanto, da intensidade das transferências meridionais do ar e da energia, e portanto da potência dos factores que condicionam o volume e a velocidade destas transferências (factores aqui ignorados) e não das condições convectivas in situ.

Todavia, as opiniões divergem ainda diametralmente sobre a influência do efeito de estufa. Eis agora, contra toda a lógica, que " o gradiente de pressões Norte-Sul deveria mesmo aumentar. A famosa “oscilação norte-atlântica” poderia, sob a influência do efeito de estufa adicional, adquirir um índice cada vez mais positivo [o que é exactamente o inverso dos fenómenos reais, Nota do Autor]. O que favorece as novas gerações de tempestades, […] é uma das nossas hipóteses fortes de investigação." (Le Treut do LMD, in Science et Avenir, 2000, p.82). "Hipótese forte"! A incoerência científica é contudo manifesta : ninguém ignora que o índice da oscilação norte-atlântica é nitidamente mais elevado no Inverno (Cf. ONA, figura 3b), e que nas latitudes temperadas, esquematicamente, o "mau tempo" é associado ao "frio" e aos contrastes térmicos fortes (como o demonstra a dinâmica das perturbações invernais, quando as tempestades mais intensas caracterizam esta estação). Eis agora, bizarramente, ser atribuído ao "calor" e aos contrates térmicos atenuados o contrário daquilo que é um facto observado naturalmente!

A questão é assim particularmente confusa e levanta desde já duas vezes o facto fundamental, mas ainda mal conhecido, da dinâmica das perturbações e nomeadamente a ausência actual da ligação entre a circulação geral e as distas perturbações. Os modelos são utilizados tanto como argumento, tanto como álibi ou, até mesmo, como desculpa! Mas na falta de uma concepção adequada, estes modelos são incapazes de demonstrar a relação entre o efeito de estufa e a evolução do tempo, e são sobretudo incapazes de dizer se o tempo vai ser mais clemente ou mais violento. As predições catastrofistas do IPCC sobre a evolução do tempo são, portanto, totalmente infundadas, isto é, sem suporte científico. Esta situação revela o mau conhecimento da dinâmica do tempo e, em particular, das precipitações associadas, nomeadamente, nas médias latitudes. Se não sabemos prever o tempo, como procederemos para prever as chuvas?

É fundamental colocar em questão, que é indispensável, teria como primeiro resultado mostrar que o hipotético aquecimento do planeta, saído dos modelos, e fundamentado em aproximações, é indubitavelmente uma impostura no plano científico. Todavia ainda se fala em ciência? Depois da ameaça de uma "nova idade do gelo", depois das "chuvas ácidas", depois do "buraco do ozono" que se fecha e abre, depois (e ao mesmo tempo) do "El Niño-mestre do Mundo" e esperando um novo lobby ou fixação passageira, quanto tempo ainda vamos gastar, inutilmente e com custos elevados, a fábula do "aquecimento global"?

Durante este tempo, perdido, falha-se a pontaria no alvo certo. Esquece-se que as verdadeiras questões são mais sérias, mais exigentes e sobretudo mais imediatas do que o tempo e o clima. Sobretudo no domínio da poluição. Mas para isso seria necessário que a "alteração" se operasse primeiro no seio da própria meteorologia-climatologia!

Para não me alongar mais...

Uma grande beijoca Alvim, Xana e convidadas.

Anónimo disse...

...Só mais uma coisa...isso de achar que os ambientalistas são alarmistas é uma treta...ao fim ao cabo as coisas acabam por se revelar e olhem bem a nossa volta e pensem como foi o nosso Verão e como está a ser este inicio de Inverno.Querem mais algum exemplo??Quem é alarmista, afinal?Abram a pestana pessoal:)

Anónimo disse...

A discussão de vasculhar o lixo é engraçada e nada despropositada.

Existe um problema recente nos USA que tem a ver exactamente com isso. Com a invenção do RFID (referencias electronicas nos produtos do super mercado p.e.) existe uma nova forma de marketing à custa de bisbiolhotar o lixo alheio. Ou seja, basta passar um leitor de RFID no caixote do lixo de alguem e deixar a PUB certa no mailbox

Filipe Caldeira, Aveiro

Anónimo disse...

Deixa queimar! pelo menos morremos todos bronzeaditos e mais atraentes... não é isso o mais importante para todos?
Esta terra está a precisar de é semente nova!
Que fiquem só uns casalinhos da Quercus para recomeçar tudo de novo.

Anónimo disse...

http://bichos.uol.com.br/ultnot/afp/ult296u653.jhtm

ROMA, 29 Nov (AFP) - O setor pecuarista é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa no mundo e é mais nocivo que o dos transportes, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). "O setor pecuarista gera mais gases de efeito estufa, os quais ao serem medidos em seu equivalente em dióxido de carbono (CO2) são mais altos que os do setor do transporte", sustenta a entidade da ONU.

A pecuária não só ameaça o meio ambiente, mas também é uma das principais causas da degradação do solo e dos recursos hídricos, acrescenta a organização, cuja sede fica em Roma.

Segundo o relatório da FAO, o esterco é responsável por boa parte das emissões de gases de efeito estufa.

"O setor pecuarista é responsável por 9% do CO2 procedente de atividades humanas, mas produz um percentual muito mais elevado dos gases de efeito estufa mais prejudiciais", acrescenta o relatório.

"Gera 65% do dióxido nitroso de origem humana, que tem 296 vezes o Potencial de Aquecimento Global (GWP, na sigla em inglês) do CO2. A maior parte deste gás procede do esterco", dizem os especialistas.

Para a FAO "é preciso encontrar soluções urgentes".

Para Henning Steinfeld, um dos autores do estudo e chefe da subdireção de Informação Pecuarista e Análise e Política da entidade, a cada ano a humanidade consome mais carne e produtos lácteos, o que acaba afetando gravemente o meio ambiente.

"O custo ambiental por cada unidade de produção pecuária tem que ser reduzido pela metade, apenas para impedir que a situação piore", advertiu o documento.

O setor pecuarista é o meio de subsistência para 1,3 bilhão de pessoas no mundo e supõe 40% da produção agrícola mundial.

Para muitos camponeses pobres dos países em desenvolvimento, o gado também é uma fonte de energia como força de tiro e uma fonte essencial de fertilizante orgânico para as colheitas.

Anónimo disse...

Hoje já arranquei um par de Kilómetros à camada de Ozono... evitem alheira com leite.

Anónimo disse...

Isto é tudo uma grandessissima TRETA

Existe tecnologia para produzir energia sem poluir.

Existe tecnologia para fabricar veiculos não poluentes

Existe tecnologia reciclar tudo o que usamos no quotidiano.

Entao porque ainda discutimos e não implementamos???

Cobardia, interesses, capitalismo e monopolio, enfim... politica

Quando chegarem os problemas já cá não estou!

Jorge

Carlos Gonçalves disse...

Ben & Jerry’s... isso trás-me boas memórias...

tipo estas... :)

http://fotos.sapo.pt/axpzo/pic/0002e5zh

http://fotos.sapo.pt/axpzo/pic/0002fr2s

http://fotos.sapo.pt/axpzo/pic/0002gt79

1 abraço

Anónimo disse...

Boa tarde

Eu gostaria de aproveitar o programa de hoje para criticar as instituições ambientalistas pois na minha opinião têm falhado a mensagem principal. Como podem ver pelos ouvintes que hoje telefonam, o lixo continua a ser para a população em geral a questão principal. Errado.

Temos três Rs e dá-se sempre mas quase sempre importância ao último que com último que é, só se põe em prática caso os outros dois falhem. O 1º R é o da redução. Se reduzirmos os consumo reduzimos os nossos problemas ambientais. Depois vem a Reutilização. E só no fim a Reciclagem. Mas o que vemos na TV?? Reciclagem Recliagem Reciclagem, é demais.

Deixo uma ideia. Uma campanha no Natal para se dar prendas sem embrulhos.

Outra. As pessoas têm de perceber que andar a mais de 120KM/H é muito prejudicial ao ambiente e a sua economia e à economia do País. E mais. Tem de se apostar mais em fazer as pessoas perceber que o ambiente é amigo da economia.

Um abraço para todos.

Anónimo disse...

QUE BACORADA!!!!!!!!!!!!

LOL

Se o camião tem compartimentos como é que o descarrega o lixo pá??!!

Eu já vi o camião a carregar, da varanda do meu apartamento e o lixo é todo misturado

A disse...

Então e porque é que não existem ecopontos onde existem os latões normais? Eu por exemplo não tenho ecoponto ao pé de casa, faço a separação do lixo mas tenho de levar o lixo no carro até ao ecoponto mais próximo o que é um pouco desagradávelzinho vá...

Rui Almeida disse...

Boas pessoal..
Eu não sei se alguem já disse isto no blogue, mas quanto ao assunto das vacas... lol porque não aproveitar o Metano por elas libertado para produzir energia, tal como já se faz em alguns aterros? as quantidades são demasiado inferior? conefesso a minha ignorância..

E já que estamos com ideias radicais, que tal por o alentejo interio a plantar milho do qual resultaria energia, tal como o BioDiseil! =) indepência económica e contribuição para o meio ambiente... será possivel???? lol

Um abraço a todos!

Anónimo disse...

É curioso ouvir o Alvim a falar de ambiente e do facto de hoje em dia não ser comum ver-se pessoas a deitar lixo parar o chão...
Aqui há tempos numa viagem pela A1 a caminho de Lisboa comentámos no carro: "Olha vai ali o Alvim da Antena 3" e qual não é o nosso espanto quando o vimos a deitar janela fora o papel que possivelmente cobria o alimento que acabáva de ingerir...
Curioso?

Anónimo disse...

Isto do aquecimento global é mais simples do que parece, o problema todo, está nos aparelhos de ar condicionados que foram vendidos sem lei nem roque,porque quando toda a gente liga os seus ar condicionados as mesmas horas no ar quente isto tudo fica quente para car.......
Caguem nos estudos cientificos sobre o assunto é tudo mentira